Safe Harbor ⇢ 𝐍𝐨𝐚𝐡 𝐔𝐫𝐫𝐞𝐚

⇢ 𝐓𝐞𝐧

Fazia umas semanas desde aqueles dia que saí com Noah. Desde aquilo, eu não falei mais com ele, nem ele comigo.

Há uns dias atrás voltei para Califórnia. E como me formei na escola, estou com minha ansiedade a mil esperando os emails das faculdades que me inscrevi.

Ultimamente só nessa semana eu tive três crises durante a noite antes de dormir.

Minha mente estava muito focada na preocupação com a faculdade e também estou indo para a empresa do meu pai todos os dias e ele bota muita pressão, as vezes grita comigo, eu até tento me controlar para não gritar com ele de volta. Mas ainda acho que um dia não vou aguentar de tanto ele gritar comigo e falar coisas que realmente me ofendem.

Essa semana mesmo tive uma vontade de jogar-me da janela do meu quarto e acabar com tudo de uma vez. Mas sempre tenho medo de estar jogando fora uma oportunidade única que foi viver.

Hoje eu acordei com dor de cabeça e náusea. Mas mesmo assim segui com meu dia, indo para a empresa.

Eu faço parte da maioria das reuniões, então eu fiquei o tempo todo sem conseguir me concentrar com uma dor de cabeça forte.

Assim que acabou a reunião, voltei para uma salinha que tinha sido reservada pra mim e fiquei preenchendo algumas papeladas.

— fez o que eu mandei? — do nada meu pai invade o local sem nem mesmo bater.

— preencher essas papeladas?

— você não presta atenção no que falo? Como vai ter condições para comandar uma empresa?

Velho escroto. Pensei.

— então o que é pra mim fazer?

— deixa para lá! Você vai sair agora com o Tristan.

— e se eu não quiser?

— você vai mesmo assim! — ele levanta o tom da voz mais uma vez.

Levanto-me da cadeira e ando para fora do escritório. Caminhei até o elevador e assim que abri, vi Tristan saindo.

— oi — ele diz e eu não respondo apenas entro no elevador.

— oi — respondo seca, depois de um tempo.

— Nós vamos a sorveteria, pode ser? — assinto sem olhar para ele.

Assim que o elevador chega ao térreo, ausento-me do elevador mesmo antes dele.

Saímos do prédio da empresa, e apenas sigo ele. Tristan anda até seu carro e eu continuo seguindo.

— a sorveteria é em Laguna tá? — ele olha pra mim, e eu tento não olhar para  ele enquanto colocava o cinto de segurança.

— tá — respiro fundo — desculpa por estar chateada. É que, esses últimos dias não vem sido os melhores.

— te entendo. Meu pai, já cobrava de mim antes e agora que seu pai está convencendo a cabeça dele, ele fica mandando eu fazer coisas para te agradar. — ele disse enquanto dirigia — você recebeu as flores que te enviei?