Capítulo 1

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Ela é completamente maluca, juro, piradinha. Apesar de ser uma gênia.

Além de ser doida, ela também é podre de rica, quando ela foca em algo só para até conseguir o que quer.

Faz anos que não a via, e agora estou aqui com ela, todo amarrado. Sem brincadeira, ela basicamente me sequestrou, minhas mãos estão presas com essas cordas e vendas estão nos meus olhos.

Que recepção, já faz um tempinho que o movimento parou, não sinto o vento, então provavelmente estamos em um lugar fechado. Estou quieto para tentar ver se capto alguma coisa. Nada. Sei que estou em uma poltrona, cadeiras não são tão confortáveis assim, né?

A última coisa que me lembro foi atender a porta quando ouvi umas batidas. E agora estou amarrado, vendado e sentado em uma poltrona, devo ter desmaiado.

Tudo estava no maior silêncio, passou mais ou menos 10 minutos assim, foi então que ouvi barulhos de salto e senti minha venda ser tirada.
Então ela apareceu.

- Olá Simon, quanto tempo, acho que está se perguntando onde está neste exato momento. - ela diz me observando enquanto se senta na poltrona à minha frente.

-Na verdade não, sei exatamente onde estamos. - Maior mentira. Não faço ideia, mas imagino que ela não iria me contar mesmo, se fosse, acredito que eu não precisaria ser vendado.

- Poxa, esperava um pouco mais de animação, faz tempo que não nos vemos. - Ela faz um biquinho e finge uma cara triste.

- E eu não esperava ser sequestrado, mas fazer o que? - dei de ombros fingindo estar tranquilo.

-Simon, você não foi sequestrado. Você simplesmente tirou uma licença, tipo férias, geralmente as pessoas gostam de férias. - Ela continua pronunciando cada palavra de maneira pacífica, quero ver até quando ela vai enrolar.

-Engraçado, não me lembro de ter pedido uma folga do hospital. - Digo semicerrando os olhos e ela abre um sorriso.

-Bom, o hospital se lembra, engraçado, não? - Diz levantando uma sobrancelha.

-Não acho que você entenda como funciona o humor - Assim que essas palavras saem da minha boca ela finge estar ofendida.

-Então, você sabe que não gosto de perder tempo, tem um motivo para eu ter...te convidado a vir até aqui. - Diz ela.

-Estou começando a achar que não foi pela minha ilustre companhia...-Tento falar o nome dela, mas nada sai, estranho. Ela, claramente, percebeu o que eu estava tentando fazer e deu um sorriso.

-Você é inteligente, que bom - Responde revirando os olhos.

-Você sabe muito bem disso, nos conhecemos a anos...- Tento de novo falar o nome dela, mas nada sai, franzo minha testa.

-Eu te conheço, mas parece que nem meu nome você sabe - Ela faz um biquinho como se estivesse triste, mas o sorriso que ela abre depois desmente o gesto.

-Claro que sei seu nome, é...Que loucura, é claro que sei seu nome - Falo já irritado por não conseguir falar.

-Eu sei que sabe, mas me chame de Ella -  ̶E̶l̶a̶ Ella diz enquanto se levanta me encarando.

-Mas Ella não é seu nome - Digo como se fosse óbvio, pois sinto que é.

-Não, não é, mas você consegue falar esse nome - Continua sua fala rindo e me observando.

Como ela se levantou consigo olhá-la melhor, percebo que continua com seu visual, roupas extravagantes, que qualquer um não teria motivos para usar, nem ela tem aparentemente. Mas ela se apropria desse estilo, se fosse famosa muitos a reconheciam só pelas roupas. Olhei ao redor, parecia um escritório super grande, muito bem mobiliado.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora