Único

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— Tata... — Jimin estava escondidinho no batente da esquina da cozinha, observando seu namorado terminar de fazer o almoço do dia. Pensou em várias formas de como contar o que estava sentindo, e só havia criado coragem no momento.

— Oi meu bem, venha aqui. — Taehyung chamou o Park, que saiu de trás do batente envergonhado, com as mãozinhas juntas em frente ao corpo e o rostinho franzido olhando para o chão, estava muito nervoso. — O que aconteceu?

— V-você pode conversar agora, ou está muito ocupado? — perguntou, e Taehyung percebeu que era algo que lhe inquietava muito.

— Não não, só está ali fervendo. — Taehyung se sentou na mesa da cozinha junto com o namorado e o sentou em seu colo. — Me fale, hm?

Taehyung estava um tico nervoso e com medo do que o Park teria feito, ou do que teria acontecido com o mesmo. Talvez fosse somente coisa boba, afinal, o pequeno príncipe sempre ficava ansioso com coisinhas pequenas. Mas também poderia ser algo grande, nunca se sabe.

— É que... Eu não consigo regredir, Tae. — respondeu de uma vez, desviando o olhar do mesmo. — Eu preciso relaxar um pouquinho, mas não consigo entrar no headspace, a chupetinha não ajuda...

— Oh meu bem... — Taehyung aliviou o coração, mas sabia que tinha de estar ligado á essa informação pois o headspace era importante para Jimin e que aquilo não se resolveria tão cedo.

Nunca teve esse problema com o space, ele sempre conseguiu relaxar com a ajuda de Taehyung e de sua pacifer somente. Entrar no space sempre foi algo de extrema importância para o Park decorrente de alguns problemas de mediunidade, afinal, quando estava grande, via e ouvia muitos espíritos, e claro que algumas vezes eles iriam importunar a cabeça do rapaz. Entrar no pequeno espaço era uma forma de relaxar, esquecer e parar de ver e ouvir as energias malvadas.

Mesmo que não fosse fácil, tinha de resolver aquilo rápido.

— Vamos tentar, ok? O papai vai te dar o almoço e te colocar para dormir. — Jimin estranhou, Taehyung se chamar de papai na sua frente e no big space era completamente estranho. Mas ele estava tentando ajudar então não seria tão ruim.

E o dia seguiu desta forma, tentativas e várias tentativas frustradas de entrar no space. A noite se aproximava e Jimin tinha certeza que sofreria muito, afinal, já estava bastante nervoso por ter ouvido várias vozes pela casa. Estava mais que agoniado, ele precisava descansar áquela noite para irem á casa dos pais de Taehyung, e com aqueles espíritos durante o quarto lhe importunando seria difícil dormir.

Além de que eles eram horrendos de diversas formas possíveis, desde somente sombras pretas até seres de vários olhos, pele decomposta e rasgada, cabelos bagunçados. Era horrível!

E Jimin só de pensar, se desesperava. A cada minuto que passava, ele queria somente chorar mas segurava para não preocupar o Kim.

— Está tarde, que tal um suco no copinho? — terminaram de assistir á mais um filme com direito á cafuné e abraços, mas nada do rapaz regredir.

— Tata... Eu não consigo, eu preciso regredir. — disse com a voz trêmula, chamando a atenção do Kim. — E-eu não vou conseguir dormir com várias energias me pertubando e f-ficarei nervoso, com medo e cansado para amanhã e...

— Minie... — Taehyung estava chateado, não com algo em específico, mas porque seu amor estava triste e não conseguiu resolver aquilo á tempo. — Iremos tentar, ok? Eu estarei com você até você dormir, iremos usar algumas técnicas para não ouvir nada.

— T-tudo bem... — Jimin respondeu, recebendo um beijo do namorado logo em seguida.

(...)

A noite de Jimin não foi nada bem. Mesmo que não ouvisse tão alto as vozes dos espíritos por conta do fone aquecedor que usava, sentia cutucadas em seu corpo, toda vez lhe despertando, ouvia sussurros e risadas mesmo que de longe, às vezes o fazia tomar susto. Ele tinha que dormir em pequeno espaço, pois coisas como estas eram recorrentes em qualquer lugar e só assim ele dormiria em paz.

FreddyOnde histórias criam vida. Descubra agora