Inosuke estava completamente entediado. Deitado na cama da sua namorada e encarando o teto com uma expressão frustrada no rosto, o rapaz ficava questionando o motivo de ter se apaixonado por uma garota tão problemática.
Qual era o problema em dar um pouquinho de atenção para ele?
S/n estava sentada na confortável cadeira giratória em frente a sua escrivaninha, estudando. Sim, ela estava estudando enquanto seu namorado se encontrava jogado na sua cama, sem ter exatamente nada para fazer.
A verdade era que amanhã seria o prazo de entrega para o trabalho de história requisitado pelo professor Rengoku, no qual Inosuke mal tivera o trabalho de fazer e provavelmente viraria a noite para escrever alguma coisa meia boca apenas para não perder toda a nota.
Mas os dois estavam completamente sozinhos na casa de S/n, será que não dava para ela fazer um mínimo esforço para passar um tempinho com o seu namorado?
Inosuke não conseguia entender aquela garota. Ela levava a escola tão a sério ao ponto de deixar sua satisfação pessoal de lado, deixando de sair com seus amigos para se preparar para as provas e deixar todas as suas tarefas em dia, mas ao mesmo tempo, ela conseguia ser alguém realmente delinquente.
Já havia fugido de casa no meio da madrugada várias vezes para encontrar Inosuke em um parquinho para crianças em uma praça completamente deserta, para jogarem conversa fora enquanto ficavam competindo para ver quem conseguia "voar" mais alto no balanço.
Também já havia saído com Daki, sua melhor amiga, para torrar o cartão de crédito do ex-namorado dela. Naquele dia, S/n voltou para casa com tantas sacolas de compras que parecia que havia assaltado um banco, o que não era muito diferente do que havia feito.
E lá estava ela, estudando.
Inosuke realmente não conseguia entender a sua namorada, apenas possuía a certeza que a amava com todo o seu ser.
Inosuke apoiou os pés no alto da parede e jogou a cabeça para fora da cama, observando S/n de ponta-cabeça. Ela estava escrevendo rapidamente com uma caneta de tinta preta enquanto consultava sua apostila de história uma vez ou outra.
Ele poderia muito bem dar um berro para assustá-la e obrigá-la a dar atenção a ele, mas não fez isso, pois ainda podia sentir muito bem a dor fantasma em seu rosto daquela vez em que S/n lhe dera um tapão por ter a atrapalhado enquanto jogava Mario Kart, fazendo com que perdesse a partida.
A garota se desculpou rapidamente com um abraço apertado, mas isso não fez com que o tapa doesse menos.
Sem dizer uma única palavra, Inosuke mudou sua posição na cama. Fazendo questão de mover as pernas com excesso para fazer mais barulho, o rapaz afundou o rosto no travesseiro de S/n, grunhindo de frustração, e ainda bateu os pés no colchão com força o suficiente para fazer a madeira da cama estalar. Tudo para chamar a atenção da garota.
Os longos segundos de silêncio que vieram a seguir mostraram claramente que ele havia sido ignorado.
Na realidade, S/n havia notado como seu namorado birrento e infantil estava tentando chamar sua atenção desde o momento em que colocou os pés dentro da sua casa, mas não disse nada em nenhum instante.
Achava simplesmente adorável o que Inosuke era capaz de fazer apenas para receber um pouco de atenção e, em sua visão, aquilo era deliciosamente sádico.
Talvez ela devesse parar de andar tanto com Daki.
Mas S/n não conseguia "torturar" seu namorado por muito tempo sem se sentir agoniada. Já fazia um tempinho desde que não conseguia se concentrar mais no que estava fazendo, apenas fingia isso.
Percebendo que não iria conseguir permanecer naquela brincadeira por muito mais tempo e que não possuía mais a capacidade de continuar a escrever aquele interminável texto sobre a Segunda Guerra Mundial, S/n resolveu que acabaria aquilo mais tarde. Fechou a apostila com força o suficiente para fazer barulho, chamando a atenção de Inosuke.
A garota foi capaz de ouvir uma certa movimentação atrás de si e deu o seu melhor para ignorá-lo enquanto guardava suas canetas em seu estojo, mas não podia negar que o coração estava batendo um pouco mais rápido.
E quando finalmente se virou para encarar seu namorado, ele estava sentado com as pernas cruzadas, a costa apoiada na parede e com um semblante inocentemente alegre, quase como se estrelinhas douradas flutuassem ao redor da sua cabeça.
Inosuke deu alguns tapinhas nas próprias pernas e S/n logo se aconchegou ali com um singelo sorriso satisfeito no rosto.
O rapaz envolveu a cintura da sua amada com um abraço levemente apertado e começou a balançar o corpo de um lado para o outro, como se estivesse ninando um bebê antes de colocá-lo em um berço para dormir.
Aquilo era estranhamente confortável depois de várias horas estudando. O abraço de Inosuke era muito mais aconchegante do que qualquer cadeira giratória com rodinhas.
Com uma risada fraca, S/n perguntou:
-- Por que você está tão feliz?
-- Eu não estou feliz -- mentiu.
Inosuke apoiou o queixo no ombro direito de S/n enquanto lentamente a balançava de um lado para o outro. Ela voltou a perguntar:
-- Então você está triste?
-- Também não -- murmurou.
-- Com fome?
-- Sempre.
S/n riu. Mesmo que nunca fosse admitir isso em voz alta, Inosuke amava sua risada e sempre se esforçava ao máximo para ser o motivo daquele lindo sorriso.
E assim eram as suas conversas: infantis e simples. Não era como se precisassem entrar em um assunto complexo e profundamente apaixonado para fazer com que sorrissem com uma genuína felicidade.
Apenas bastavam ficar perto um do outro para que aquela garota séria e que semeava o caos ao lado da sua melhor amiga se tornasse alguém completamente dócil e amável. Assim como o rapaz aparentemente selvagem e escandaloso, que brigava com tudo e todos, mas que se derrete completamente nos encantos da sua namorada.
-- Então a gente devia... -- S/n retomou o assunto de antes. -- Sair para comer tempurá de camarão?
Inosuke bufou.
-- Então finalmente resolveu virar uma boa namorada e ceder um pouco do seu precioso tempo para mim?
Ele não viu, mas a garota sorriu.
-- Do que você está falando? Eu sempre fui uma boa namorada.
Inosuke também estava sorrindo.
-- Tá, tá. Vou fingir que acredito.
O rapaz chegou mais perto do rosto dela e lhe deu um beijo na bochecha. S/n ficou levemente coradas com esse pequeno ato e, em resposta, virou a cabeça na direção dele para selar seus lábios em um casto selinho.
Não importava quanto tempo se passasse, S/n definitivamente jogaria tudo para alto para dar um pouco de atenção para Inosuke.
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Eu achei esse one-shot um pouco meloso demais, não ficou do jeito que estava esperando. ( ||Ò ▽Ó)
Mas eu achei fofo, e é isso que importa. ヾ( ˘▼˘)ノ゙
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Atenção (one-shot - Inosuke Hashibira)
FanfictionTudo o que Inosuke queria era receber um pouco de atenção e carinho da sua namorada, e a maneira birrenta e infantil com a qual demonstrava isso era simplesmente adorável nos olhos de S/n.