Agosto de 2020
Elizabeth POV'S
Segunda 5:30h
Meu celular desperta e eu bato a mão na mesinha que fica ao lado da cama procurando ele. Assim que acho desligo e cubro minha cara, mais um dia naquele lugar!
Joguei a coberta para o lado e fui no banheiro fazer minhas higienes matinais, é uma rotina bem chata, porém necessária.
Saio do banheiro e procuro uma roupa. Peguei uma calça jeans e meu moletom que quase chegava no meu joelho de tão grande. Me olhei no espelho e fiz um rabo de cavalo no cabelo. Posso ser bonita, mas minha vontade de sair por aí mostrando meu corpo, ou usando uma roupa que não gosto só para agradar alguém me dá preguiça.
Coloquei meu tênis, peguei meu celular e joguei a mochila nas costas deixando o quarto.
- Bom dia senhorita Cooper. - disse Jade. Ela trabalha aqui desde que cheguei, meio que comanda o lugar deixando os funcionários organizados, e também é uma excelente cozinheira.
- Bom dia Jade. - digo me sentando. - Meu pai, onde está? - pergunto enquanto vejo ela colocar o suco no meu copo. Peguei algumas torradas e minha geleia de morango.
- A essa altura deve estar descendo. - assenti e ela se afastou. Segundos depois escuto meu pai descendo às escadas.
- Oi meu amor. - virei meu rosto com um sorrio e ele beijou minha bochecha. Lhes apresento Hall Cooper, meu adorável pai.
- Bom dia! - digo e ele se senta ao meu lado.
Nasci no Brasil e vivi lá até meus 7 anos, minha infância não foi das melhores e isso meio que me traumatizou um pouco. Papis- que é como adoro chamar ele - morava no Brasil mas sempre viu uma oportunidade maior de crescer fora, por isso moramos em LA hoje.
Morar em um orfanato foi a pior experiência da minha vida, lembro perfeitamente de tudo. As pessoas mais velhas deveriam ser um exemplo, mas quando viam uma criança me faltando com respeito deixava de lado porque éramos "crianças". Eu podia ser nova, mas entendia perfeitamente quando "brincavam" com o meu corpo e falavam que eu era feia. Sempre fiquei quieta no meu canto, evitava encontrar com as outras meninas justamente para evitar isso, enfim, cresci sem amigos e é assim até hoje. Por sorte Deus cansou de ver sua filha sofrer e colocou o anjo do Papis na minha vida.
Hoje eu posso dizer que sou feliz morando com ele, seu trabalho é de manhã o que resulta com ele passando o fim de tarde e a noite em casa me fazendo companhia. Ele lutou para me criar sozinha, mas graças a Deus nunca me faltou nada. Ele é um cara rico, milionário na verdade, mas nunca me importei muito com todo esse luxo, porém fui criada assim e acabei me acostumando a ser tratada como a "Senhorita Cooper".
Moramos em um bairro chique e todos aqui são pessoas importantes, novamente, cago para tudo. Evito até em andar com coisas caras para fugir de fofoca, na escola sou conhecida apenas como a "Nerd mal vestida", isso pra mim já basta! Antes a inteligência e a falta de moda, do que a burrice acompanhada de arrogância.
- Quer carona hoje? - pergunta ele dando uma mordida em seu sanduíche.
- A não, prefiro ir andando. - sorri. - E não precisa mandar o Edu me buscar, preciso me exercitar um pouco, lembra? - digo fazendo ele rir.
- A piscina é um bom meio pra isso. - encarei ele. - Não está mais aqui quem falou. - acabei rindo.
Olhei a hora no meu celular e dei um último gole no meu suco.
- Estou indo. - me levanto pegando a mochila. - Te amo e bom trabalho. - dou um beijo em sua bochecha.
- Também te amo e boa aula. - sorri e fui para fora de casa.
Coloquei meus fones e fui caminhando em silêncio.
Já assisti diversos filmes e novelas onde o protagonista era adotado, todas às vezes ele insistia em saber sobre seus verdadeiros pais e o porquê de terem feito isso. No meu ponto de visão acho isso desnecessário "Ah mas não tínhamos condições de criar você" Por que não pensou nisso antes de transar e não se previnir da forma necessária? Ou pelo menos pesquisasse um lugar melhor para me deixar, aquele orfanato foi horrível.
Nunca tive vontade de saber sobre meus verdadeiros pais, nenhuma vontade mesmo. Mesmo que Papis não fosse rico, já estaria feliz só por receber o amor e a devida atenção dele, e não importa o que digam, ele é o meu pai!
Cheguei na escola e entrei de cabeça baixa. É assim todos os dias, na verdade já nem ligo para as piadas sem graça dessas pessoas.
- Olá nerdzinha. - esbarro em alguém que entrou na minha frente propositalmente. Levanto meu olhar e vejo Jughead, ou melhor, Jughead Jones, aquele garoto cujo o único objetivo dado pra ele na terra, foi de infernizar a vida dos outros.
Tentei passar pelo lado mas ele entrou na frente, fui para o outro e ele fez o mesmo, o que arrancou risada de seus amigos. Respirei fundo e fechei os olhos.
- Ih, já se irritou? - escuto a voz de Archie. Esse é o melhor amigo dele, parceiro de balada e se duvidar de pegação. Já dizia aquele ditado, se juntar dois não dá um, acho que a única coisa que fazem bem é jogar basquete e ficar de boca fechada.
- Vai sair ou está difícil? - digo em um tom baixo, tão baixo que nem eu me escutei.
- Vocês escutaram algo? - perguntou Jughead de forma debochada. Seus amigos riram e minha única vontade era de fazer algo, algo o qual já deveria ter feito a muito tempo. Me aproximei dele e chutei com o joelho seus países baixos.
O mesmo se agachou colocando a mão na região e seus amigos levaram a mão na boca puxando o ar ao imaginar à dor. Jughead estava com a cabeça baixa e eu encarei ele.
- Da próxima vez será mais forte. - digo alto dessa vez e passo ao seu lado.
Entrei direto na sala e me sentei soltando meu ar de uma vez, o que foi que eu fiz meu deus?
Coloquei meu caderno sobre a mesa e esperei os incontáveis segundos para o professor entrar.
Meu olhar desviou para a porta assim que Jughead entrou com seus amigos, o mesmo me encarou e antes que pudesse fazer algo o professor chegou.
- Todos sentados. - me afundei na cadeira agradecendo mentalmente. Estou muito ferrada agora.
Jughead não deve estar nem aí se é uma garota que quebra a marra dele, acho que de qualquer jeito ele vai fazer ela pagar. Até hoje não vi uma garota nessa situação, mas levando em conta as coisas que ele já fez os meninos que desafiaram ele passar, não duvido de nada. Fora que se tiver uma menina nessa escola que não paga pau pra ele vai me surpreender, tirando eu é claro!
De qualquer forma, limites precisam ser estabelecidos, meu começo de infância já foi assim, não aguento mais.
Jughead pega no meu pé desde o primeiro ano, no começo era de boa, mas o tempo foi passando e suas provocações pioraram. Esse é o último e eu estaria livre dele, mas desde o começo desse interminável ano só foi ladeira à baixo.
Olhei de relance para trás e vi ele me olhando com um olhar furioso, realmente estou ferrada!
Continua...
IAI TAO GOSTANDO??🤨
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A Nerd E O Popular(Adaptação)
FanficBughead | Betty é uma garota que assim que nasceu foi deixada em um orfanato no Brasil, lugar onde ela sofreu preconceito por ser "gorda". Por sorte a pequena conseguiu ser adotada e deu a volta por cima, hoje é feliz morando com seu pai, e sim, ele...