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Karol

— Por acaso, isso aconteceu com você? — questiono, já
apreensiva.
Heitor desvia o olhar e, depois de pensar um pouco, ele fala
baixinho:
— Sim.
Rapidamente, sem esperar que eu o questione, ele explica:
— Eu te disse que tenho um filho que mora com a mãe. Foi
justamente o que aconteceu.
Coloco a mão na perna dele e a percorro com uma carícia.
— E como resolveu isso?
— Ainda não resolvi.
— Oh, Heitor… eu sinto muito.
— Eu não tenho como resolver. Outro homem está sendo pai do
meu filho, e a mãe expediu um mandato para eu manter a distância.
Isso por pura vingança porque eu não quis ficar com ela.
Levo a mão na boca completamente aturdida, abalada com o
que acabo de ouvir. Como pode existir uma pessoa desse tipo?
Capaz de fazer isso com um homem…
— Meu Deus, que bandida! — exclamo.
Ele vira-se para mim com o rosto com uma expressão triste.
— Por isso eu posso falar sobre o que o pai biológico de
Bernardo está sentindo. E eu acho que Carolina fantasiou muito as
coisas. Só lembre de uma coisa, karol , ela não se importa com o
bebê.
— Como não?
— Ela quis abortar e depois iria colocá-lo para adoção sem nem
falar com a família. Acha mesmo que tudo o que ela está fazendo é
para o bem dele? Coloque a mão na consciência e pense: Carolina
está apenas querendo se vingar.
Abaixo a cabeça observando tudo isso de outro ângulo pela
primeira vez. Me sinto uma bandida também, por ter planejado com
Carolina  e afastado um filho de um pai.
Heitor está me fazendo ver o que sempre esteve na minha
frente, e eu nunca quis acreditar. Apenas meu pai me alertou que
talvez tudo não tivesse passado de um jogo egoísta da minha irmã,
mas depois Bernardo e Renato ficaram do lado dela, inclusive eles
disseram que pesquisaram sobre o homem e que ele era mesmo uma
pessoa horrível. Eles três não podem estar errados sobre uma
pessoa. Olho para Heitor, ele se levantou e foi na cozinha, deve ter
ido pegar mais cerveja.
Heitor só está sendo um fofo e tomando as dores do homem. Ele
que deveria ficar com um pé atrás, não é todo mundo que tem um
bom coração como ele.
Vou atrás dele e o abraço por trás.
— Por que não deixamos esse assunto de lado e vamos fazer
algo bom de verdade?
Ele se vira dentro do meu abraço e me segura. No rosto, um
olhar sexy.
— Tem razão. Estamos em lua de mel, não vamos ficar
discutindo coisas bobas. — Heitor se inclina e me dá um beijo de
esquimó. Passa o nariz no meu e me dá um selinho.
— Só para pontuar, eu ainda me lembro daquela história de sexo
no balcão — cochicho perto da orelha dele. — O que me diz?
Sem que eu esperasse, Heitor me empurra contra a bancada e
pressiona seu corpo em mim. Rapidamente, sem querer ficar pra trás,
desço minha mão e agarro o pacote dele na calça de moletom. Eu dei
sorte em todos os sentidos quando me casei com Heitor, os atributos
masculinos dele são detalhes. Não estou falando apenas do pênis,
mas de todo o conjunto. Ele é alto e forte, mas não muito musculoso;
é atlético; tem belos braços, peito e coxas; e o melhor, tem pelos. Isso
deixa tudo mais prazeroso. Ele fica bem mais gostoso exibindo o
peito com poucos pelos, que descem em uma linha para dentro da
calça. Também há um pouco nas pernas e debaixo do braço.
É tudo o que um homem precisa para parecer mais másculo.
— Eu digo que, pelo que me conhece, sabe que nunca nego
fogo. — Ele arrasta um banquinho, se senta e me puxa. — Venha
aqui, gostosa, senta no meu colo. — Imediatamente, Heitor abaixa a
calça com cueca e tudo, o pênis pula já duro para fora, e ele puxa
meu short para baixo.
Assim que ele começa a me penetrar, inclino para a frente e
passo a língua no ombro dele, minhas unhas estão na nuca. Mordo e
gemo ao mesmo tempo, e ele começa a se mexer devagar, me
desnorteando de prazer.
Foi um sexo quente, gostoso, tesão total.
Caímos do banquinho, rimos, rolamos pelo chão da cozinha, e
gozei com ele de pé e eu deitada no balcão. Foi maravilhosamente
delicioso, mas não tivemos tempo de curtir muito, pois Beni começou
a chamar. Heitor ficou na sala, e eu corri para o andar de cima com
as pernas ainda trêmulas. Estou me sentindo uma libertina, puta do
meu próprio marido. E é assim que toda a mulher deve ser com seu
homem dentro de quatro paredes. Aparência de boa moça eu deixo
da porta pra fora.
— Acordou, meu pequeno? Está com fome?
Bernardo está sentado na cama, coçando os olhos. Quando me
vê, estende os braços para eu pegá-lo.
— Meu menino guloso está com fominha. Vamos assaltar a
geladeira da casa do papai.
Antes de sair, algo me chama a atenção na cômoda. Volto e
olho. Heitor tirou algumas coisas dele da mala e esparramou pela
cômoda. Tem uma colônia, carteira, celular, relógio. Pego o perfume
e olho, é um Armani Code. Algo com o qual eu não estou
acostumada. Eu acho que ele deve ser esses fotógrafos que
participam de grandes eventos. Seguro Bernardo com outro braço e
pego o relógio. É bonito, mas não é o mesmo que ele usava lá em
Angra. Nossa! Esse é um Cartier. Acreditam?
Intrigada, pego o celular dele, cinquenta vezes mais chique do
que o meu. Quando vou desbloquear, ouço:
— Não vai descer?
Tomo um susto e quase deixo o menino cair no chão. Olho para
a porta e vejo Heitor me encarando desconfiado.
— Eu já estava indo. Parei para admirar seu relógio. — Deixo o
celular sutilmente na cômoda.
Heitor se aproxima, pega o relógio e olha.
— Ganhei do meu irmão.
— Deve ter custado uma fortuna.
— Não. É falsificado.
Tomo o relógio dele e olho.
— Então é uma falsificação muito boa. Vamos descer? Tem
alguém aqui muito faminto.

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora