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- Bucky, acorda!

Sam grita tentando arrancar Bucky de seu sono após ter percebido seus devaneios.

- Droga cara, pensei que não estava mais respirando.

Sam aparenta estar aliviado quando Bucky abre seus lindos olhos azuis, mas ainda atordoado não diz nada. Bucky não é muito fã de se comunicar pela manhã.

Sam se senta na beira da cama de seu amigo e põe suas mãos a cabeça.

- Outro pesadelo? - Sam pergunta pouco preocupado.

Bucky balança a cabeça e se desenrola de suas cobertas tentando voltar a órbita, se sentando também.

- Eu gritei dessa vez? - Bucky pergunta rindo.

- Sim, na verdade te ouvir lá do meu quarto, cara. Vou usar fones de ouvido mais vezes. - Sam ri de volta e se levanta e vai à caminho da porta do quarto.

- Ei? - Bucky diz em voz alta. - Cê vai sair?

- Sim, te falei... Vou ao banco com minha irmã, você sabe o...

- Ah, o barco da família. - Bucky se joga na cama de novo. - Divirta-se.

- E você se levanta e faça alguma coisa, o dia está lindo. - Sam diz como sempre seu ar sorridente e otimista.

Sam sai de casa e deixa um Bucky jogado sem planos na cabeça. O de olhos azuis não costuma fazer muitas coisas quando seu amigo não está presente.

Bucky não é um cara muito sociável ou risinho, mas é claro que isso muda quando está com Sam.

Bucky Barnnes era alguém que costumava ter a felicidade ao seu lado o tempo todo. Quando criança, tinha o sonho de se tornar policial para cuidar e proteger sua família, composta pelo seu pai, sua mãe e seu irmãozinho mais novo.

E ele conseguiu. Se tornou policial militar e pode atuar por breves 3 anos na corporação. Até que seu país entrou em guerra declarada contra a Inglaterra por questões territoriais mais idiotas de todas.

Não tão idiota quanto a segunda guerra mundial. Motivada por terrorismo e preconceito. Algo idiota do tipo pessoal. Ego, orgulho e uma honra falsa.

Quando por um fato histórico como os Estados Unidos da América do Norte ter sido colonizado pelos ingleses. Depois de eras, os Estados Unidos decide cobrar seus "direitos" por uma colonização.

Bucky nunca quis participar de guerras, o que ele queria era apenas proteger sua cidade de bandidos e manter a paz. Mas foi obrigado e quando soube que seu bairro foi bombardeado por mísseis ingleses devastando toda sua história, memória, amor e família, Bucky não podia odiar mais o seu país e tudo o que ele fez para forçar uma guerra mundial.

Isso foi tão egoísta. O que Bucky poderia fazer? O que ele faria agora? Quem ele protegeria? Quem ele amaria? Por quem ele estava lutando? Isso tudo era inútil. Mas ele não podia desistir, virar desertor. Seu pai ja tinha lhe tirado tudo, não ia tirar sua dignidade também.

Então Barnnes ficou.

Lutou com todas as suas forças, desejou ter morrido. Que uma granada estourasse bem de baixo dos seus pés, ou que fosse atingido por uma bala de escopeta, ou até por balas vindas do céu de algum avião inimigo.

Afinal, quem era o inimigo? A partir de agora, seria sua mente.

Todos a quem ele conhecia estavam longe, longe o suficiente para nunca poder alcançá-los. Bucky se lembra que quando era apenas uma brincadeira, fingir ser soldado.

Mas agora é realidade.

Ele precisava ter coragem, ele tem um coração. As vezes medo da morte, mas não é.

Ele tem medo de dizer o que ele quer tanto. Ele tem medo e sabe porque.

Em um confronto direto, Bucky se vê atingindo por uma bala em sua perna direita. Ele não consegue andar ou se firmar ao chão. Ele ficará para trás.

E ficaria, exceto pela existência da tropa de resgate aérea americana. Um helicóptero sobrevoa sua cabeça, jogado no chão sozinho, ele ja estava conformado com um fim. Afinal, ninguém se arriscaria para salvar apenas um homem.

Ninguém exceto Sam Willson.

Bucky vê uma corda sendo jogada do helicóptero. E lá estava ele. Um homem forte e moreno descendo pela corda. Era possível ouvir os outros gritando do helicóptero que isso era uma má ideia e perca de tempo, se Bucky sangrasse por mais meio minuto, ele seria carne morta.

- O que está fazendo? - Bucky pergunta tentando manter seus olhos abertos.

- Te salvando, não está claro? - Sam responde tapando rapidamente seu ferimento na perna com uma gaze. - Você vai ter que segurar firme, entendeu?

- Eu estou sozinho.

- Não está mais. Confie em mim, e pressione isto pra mim.

Sam apenas diz isso e Bucky pode ver claramente seus olhos castanhos brilhando para ele.

- Joguem a maca! - Sam ordena para os outros anjos de cima.

- Ok, agora eu vou te rolar para cima da maca, talvez deva doer. - Sam sorri levemente.

Logo é possível ouvir passos em suas direções e logo após tiros são disparados.

- Cadê sua arma? - Sam pergunta procurando-a com os olhos pelo perímetro.

- O que você está dizendo? Você é um socorrista, não tem treinamento para atirar! - Bucky parece lúcido.

- Sua linha chegou ao fim, soldado. - Sam fala e logo encontra a escopeta de Bucky.

Sam logo anda para longe de Bucky para que só ele seja o alvo. Depois de alguns instantes que parecem anos para Bucky, Sam volta.

- Era só um ingles metido, não se preocupe trouxe sua arma de volta.

Sorrindo Sam amarra a maca de Bucky nas cordas que logo é puxada para o helicóptero. Sam sobe atrás.

- Sam, você é louco. - Seu amigo socorrista fala.

- Eu consegui, não foi? - Diz sorrindo novamente.

- Sam? - Bucky pronúncia. - Esse é o nome do anjo que acaba de me salvar?

- Sim. - ele responde prontamente.

- Saiba que eu estava pronto para morrer.

Say it all - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora