The guitar boy

Capítulo único

1 — Capítulo único

Remus sempre odiou sair de casa, nunca foi considerado um adolescente normal.

Sempre preferiu ficar em casa aos finais de semana curtindo seus livros e fazendo compras pela internet.

Seus pais sempre odiaram o fato de Remus nunca ter arrumado uma namorada. Mas talvez tenha um motivo para isso.

Ao seus dezoito anos saiu de casa e foi morar com Lilian Evans, sua melhor amiga.

No início seus pais pensaram que talvez eles estivessem juntos, mas Remus jurou de pés juntos que não.

Mas isso não seria ruim para seus pais, e sim para ele.

Ele cansou de passar horas refletindo suas atitudes se perguntando onde errou, o porquê de ser assim.

Era cansativo se ajoelhar a beirada de sua cama todas as noites implorando para que Deus removesse sua vida por conta de seus pecados.

Chorar tentando não emitir sons enquanto seus pais dormiam feito anjos no quarto ao lado. Enquanto sua ansiedade não o deixava nem fechar os olhos.

Parou de frequentar a igreja quando de fato se aceitou.

Depois de anos ligando seu notebook sete vezes na madrugada apenas para refazer o teste de sexualidade.

Aceitou que de fato era gay.

Ele já sabia que sua família não iria aceitar. Decidiu sair de casa antes.

Ao se mudar para Street 14 em Notting Hill pode ter o que sempre quis. Pode fazer o que sempre quis.
Lily não o acordava às 6h da manhã para ir à igreja.

Lily não o batia quando falava sobre meninos.

Ela não o mandava calar a boca ao descordar com uma opinião alheia.

Ele pode ter um quarto apenas para si com uma grande estante de livros, na visão de Remus; o paraíso.

Aos seus vinte anos Marlene e Dorcas, após o namoro, se mudaram para lá.

Havia apenas um quarto, o que já era grande o suficiente para as duas garotas.
Não era tão grande quanto o de Remus e Lily, mas era o bastante.

Aos sábados às três garotas saiam para bares e festas, Remus não mudou seus hábitos. Mas de vez em quando era arrastado para lá por Evans.

A Ruiva persistia que o mesmo devia baixar um site de web-namoro, mas em sua opinião isso é extremamente errado e perigoso.
Em sua visão era quase o mesmo de transar com um desconhecido.

Talvez fosse.
Porém Lily não se importava.

Pelo menos sair para noitadas em plena madrugada, em sua visão, era melhor do que as noites em que seu pai chegava bêbado e batia em si e em Hope.

Ou quando sua mãe tomava uma quantidade absurda de pílulas e desmaiava. E no dia seguinte acordava como se nada tivesse acontecido, chamando-o de louco e mentiroso.

A sexta-feira que chegava sem dúvidas não era um das normais.
Era véspera de natal, NATAL! E as três garotas com quem Remus compartilhava o apartamento queriam ir para o bar Scarfes.

Como o de costume, o homem deu todas as desculpas possíveis. Disse até que passaria na casa de seus pais.

O que de fato era a mais pura mentira. E todos sabiam disso.

Não é atoa que a última coisa que ouviu da boca de Dorcas foi um simples e sensível "Você nem fala com seus pais, Remus."
De fato, doeu. Porém mentira não é.