Karol
Eu não vou contar, por enquanto, o que aqueles três planejaram
com a ajuda de Carolina e Carla. Passei o dia com eles resolvendo um
monte de coisas. Quando cheguei em casa, já era mais de seis da
tarde. Nem vi o tempo passar e, durante todo esse período, eu não
chorei. Beni está seguro, eu sei disso. Apesar da saudade ainda doer,
eu sei que Ruggero vai cuidar bem dele.
Estou tão cansada que tomo um banho, pego um copo de leite
na geladeira, bebo e caio na cama de Carolina. Sem querer imaginar
quantas vezes Ruggero esteve aqui com ela.
Não durmo de imediato. Fico pensando sobre o que aconteceu
hoje. Tudo orquestrado por carolina que, mesmo de longe, pelo
telefone, ainda tem a capacidade de comandar minha vida. É como
aqueles bandidos que, mesmo em presídios, arrumam celular para
dar ordens à quadrilha que está aqui fora.
Se depender de Carolina, logo eu estarei com Bernardo de volta,
e Ruggero vai estar completamente acabado, isso porque aquela
advogada oferecida vai seduzi-lo.
Mas depende só de carolina ? E eu? Qual é a minha opinião sobre
isso tudo? Pela lei, o filho e o marido são meus, eu que deveria
resolver o que quero fazer.
“Obedeça nossas ordens, e tudo vai ficar bem.” Mais uma vez, a
cínica fala na minha mente, como se eu fosse uma garota de
dezesseis anos. Merda, eu tenho 25 anos, Ruggero enganou a mim, e
não Carolina , Carla ou a gangue de carolina . Não seria eu quem deveria
colocar isso em pratos limpos?
Me sento aturdida na cama.
Eu vou ficar de braços cruzados como uma incompetente vendo eles cuidando da minha vida como se eu fosse parte do The Sims?
Me levanto em um salto e pego o celular.
— Alô, valu? Sou eu, karol . Se tiver alguém perto, não dê
bandeira que sou eu ao telefone.
— Oi, Júlia. O que manda, amiga? — valu responde de
imediato, e sei que o irmão de Ruggero pode estar por perto.
— Estou escondida no apartamento de carolina , sabe onde é?
— Não. Pode me dar o endereço?
— Sim, anote aí. Preciso de sua ajuda e, por favor, não conte
nada a ninguém — falo e passo o endereço.
— Tudo bem, Júlia. Vou ligar para Dani e chego aí daqui a
pouco.
Desligo o celular e retiro a bateria, com medo que o maldito
possa rastreá-lo. Sei lá do que essas pessoas loucas são capazes.
Troco de roupa, amarro meu cabelo em um curto rabinho e, pouco
mais tarde, valu chega acompanhada de duas loiras.
— Não se preocupe, elas são de confiança — valu avisa logo e
começa as apresentações — Essas são Dani e Júlia.
— Oi. Entrem, por favor.
— Jesus! Você é muito idêntica à sua irmã — a que se chama
Júlia diz. Não pude deixar de notar a barriga proeminente dela. Deve
estar grávida.
— karol , o que deu em você? — valu pergunta ao se sentar
em minha frente. — Simplesmente sumiu. Ruggero apareceu hoje na
empresa com um bebê. Todo mundo ficou com cara de suspense.
Um dia o cara é fanfarrão e no outro traz um bebê lindo a tiracolo.
— Sério? Ele levou Beni para o trabalho? — indago, incrédula.
— Tínhamos uma reunião importante que ele não podia perder, além de vários outros clientes da conta dele — valu explica, depois
faz uma carinha fofinha, com um sorrisinho bobo e completa: —
Desculpe eu dizer isso, mas ele estava muito fofo carregando
Bernardo. Eu tirei uma foto com meu celular sem ele perceber.
Valu pega o celular e me mostra. Ruggero está de terno segurando
Bernardo em um braço, com a bolsa de bebê passada no ombro. Na
foto, ele está conversando com dois homens também de terno. Um
deles é o irmão, e o outro está de costas.
Sinto uma leve simpatia pela foto; é, sem dúvidas, uma cena
bonita. Mas finjo ignorar e entrego o celular de valu.
— Menina, ficamos passada pelo que Ruggero fez — Dani fala. —
Os três vivem essa vida bandida de armar planos.
— Essa barriga aqui foi fruto de um plano maligno — Júlia fala e
toca na barriga.
— E o que fizeram com eles? Simplesmente perdoaram? —
pergunto para elas.
Júlia e valu se entreolham e dão de ombros.
— Somos duas idiotas que amam demais, entretanto os dois
rastejaram para ter nosso perdão. Mas nós não somos o foco aqui.
Você precisa de ajuda e precisa nos contar qual é o seu plano.
— É, nós três já fizemos nossa parte — Dani adianta.
— Fizeram? Como?
Elas se entusiasmam e contam que o advogado que elaborou
meu contrato é amigo de Ruggero , mas, antes disso, é noivo de Dani. E
Ruggero não sabe que as cláusulas foram mudadas.
Sinto uma onda de euforia nas minhas veias. Opa! Pera lá, será
que vem um pontinho para mim?
— Como assim não sabe? — Eu e Dani obrigamos Matheus a mudar a cláusula que diz
respeito à infidelidade — valu confessa maliciosamente. — Se Ruggero
te trair, ele perde tudo.
— Você fez isso? — pergunto, chocada.
— Sim, fiz mal?
— Não, valu. Não é isso. Eu só estou pasma… a gente nem se
conhece direito.
— Eles três se ajudam e se protegem, karol , temos que fazer
o mesmo. Fiz isso assim que descobri a sacanagem daqueles três
contra você.
Coloco a mão na boca e, mesmo assim, não consigo parar de
sorrir. Ela mal me conhece e já me trata melhor do que minha irmã.
— Muito obrigada, então. Eu não sei o que dizer…
— Não precisa dizer nada, apenas queremos ver uma sambada
de classe na cara de um dos executivos — valu vocifera.
— É. Ruggero é o mais babaca.
— Não é! — Júlia discorda de Dani. — mike é o pior.
— O quê? — valu grita para Júlia. — Agustín é o mais cretino. Sem
falar em Matt, que está se transformando também.
Prevejo uma briga e interrompo:
— Meninas, acho que é bom irmos para cozinha. Vou preparar
um suco e contar o que minha irmã planejou.
Elas se levantam e vão discutindo pelo caminho. Claro que sem
deixar de fazer observações sobre a casa de carolina
Conto tudo para elas, sobre o plano da minha irmã e a proposta
da advogada; as três me olham perplexas.
— E foi isso o que aconteceu — termino e espero a reação
delas.
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Minha perdição (Terminada )
Fanfictionkarol depois da morte de seu marido se fecha pro mundo decidi ser melhor seguir sua vida sozinha foca agora em criar o filho de sua irmã ruggero é um sedutor cafajeste incorrigível dono de uma empresa na zone sul da cidade nunca perdoa um rabo...