Glasses.

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Inocente. Era uma palavra que podia se encaixar para qualquer pessoa, mas passava bem longe de Choi Yeonjun.

Mas isso era algo que ninguém além de Soobin sabia, e que mesmo que ele contasse, não acreditariam em si. Afinal, todos o viam como o garoto gentil, estudante de literatura que caminhava pelo campus universitário com seus óculos pendurados no rosto.

E por quê o outro Choi era o único que sabia da falta de inocência alheia? Bem, porquê ele era a exata razão dela não existir. Ou ao menos o gatilho que a atirava para longe.

Os dois se conheceram em uma atividade em campo das faculdades. Não fazia ideia de quem teve a brilhante ideia de colocar o curso de arquitetura e literatura para competir em um acampamento, mas adoraria poder agradecer essa pessoa, já que desde aquele dia seus olhos não haviam saído do rapaz de cabelo rosa desbotado. Não demorou muito pra que o resto de coragem que Soobin ainda tinha o permitisse chamar Yeonjun pra sair, e entre copos de cerveja em um barzinho e algumas saídas no cinema, foi quando os Chois descobriram os lados nem tão fofos e românticos um do outro quando estiveram finalmente entre quatro paredes. E no começo foi inacreditável até para o próprio arquiteto.

Estavam sentados na biblioteca do campus. Taehyun e Beomgyu, os amigos de Yeonjun e Hueningkai, o inquieto de bolso de Soobin. Cada um se ajudava nos estudos de seu respectivo curso, anotando coisas aqui e ali, corrigindo outras, lendo mais algumas... Basicamente, tendo uma vida de universitário normal. Atarefados e cansados de tanto ler. O silêncio estava tão presente que Soobin quase deu um pulo de susto quando o quase-namorado se aproximou de seu rosto para sussurrar em seu ouvido.

— Amor... — A mão nada inocente de Yeonjun passava pela coxa direita do mais velho, pressionando de leve o local. — Eu tô cansado de estudar.

Um biquinho manhoso estava formado nos lábios do garoto, e era de costume não resistir quando ele fazia aquilo. Sempre o dava beijinhos ou carinhos, mas era difícil pensar de forma fofa ou carinhosa quando os dedos do rapaz de cabelos rosa estavam literalmente apertando e esfregando seu pau por debaixo do jeans escuro. Por um segundo, agradeceu aos céus por ninguém estar lembrando da existência deles e focando nos livros sobre a mesa.

— Yeonjun-ah, estamos no meio da biblioteca. Tenha piedade, ou ao menos um pouco de senso, pelo amor de Deus. — Quase o implorou, tentando manter um olhar sério, mesmo que sentisse uma ereção começar a acontecer ali em baixo, e a cabeça de seu caralho pulsar contra os dedos ágeis do Choi.

Não conseguiu não enxergar o sorrisinho sugestivo do mais novo, que se ajeitou na cadeira para se aproximar de sua orelha.

— O arriscado sempre é o mais gostoso, hyung.

E depois disso, sem nem um pingo de solidariedade com a sanidade do coitado de Soobin, Yeonjun anunciou para o grupinho, este que nem mesmo o ouviu direito, que estaria indo ao banheiro e saiu rebolando para o corredor. Ele era inacreditável. E graças à distração dos demais presentes ali, Soobin logo estava fora dali também, procurando aquele bendito garoto que insistia em o provocar como se não houvesse um amanhã.

Em um movimento brusco, um braço o puxou para dentro de uma das cabines do banheiro, e ele sabia perfeitamente de quem e do que se tratava. Yeonjun carregava a feição mais sem vergonha que já havia visto na vida, arrancando uma risada leve de Soobin.

— Você é inacreditável, sabia? — Puxou o mais novo pela cintura, fazendo seus lábios se encontrarem em um beijo rápido.

— Sabia. Mas você gosta, não é? — Assentiu. Era impossível dizer que não gostava daquele lado alheio. Às vezes até mesmo se tornava o seu favorito. — Só fica quieto e relaxa, amor.

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⏰ Última atualização: May 21, 2021 ⏰

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