capítulo vinte e seis, Lua Parte II

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— Quando, quando isso parou? Digo dos alvos isso
tudo?.
Alessandra pergunta com sua voz enbargada.
— Não parou, eu fiquei muito boa nos tiros ao alvo e eles não gostavam por que a cada vez que eu ganhasse um morria, então eles mudaram as regras
mesmo que eu acertasse ou errasse dois deles iam fazer violação comigo eles riam e falavam que eu era a santa deles era horrível a cada ano ia ficando mais difícil suportar, nunca entendi e nem sei se vou um dia entender por que nunca morri sabe.

É um questionamento que vou levar para o túmulo. Ela não fala nada, mas o aperto do seu abraço diz muito, acho que se ainda existe alguma parte inteira em mim acaba de se quebrar por completo Afasto Alê e fico de pé, tenho que mudar os ânimos
se não já era.

— Vou buscar um pouco de agua para você.
Vou andando até a cozinha, mas a tontura vem com tudo eu me apoio em algo antes de ir ao chão.
Ouço um grito de Alessandra longe.
— Lua, Lua pelo amor de Deus acorda...
— O que aconteceu?
Pergunto a ela sem entender nada.
— Você estava andando para a cozinha e do nada você caiu no chão, Lua o que está acontecendo?
— Eu, eu não sei, essas tonturas elas vem e vão mas nunca senti forte como dessa vez.
— A quanto tempo exatamente você está com essas tonturas?.
— Uns dois meses por ai.
— Espera, Lua você tem se sentido mal esse tempo todo e não me contou?
Ela levanta puta.
— Eu não queria incomodar, e você já faz muito por mim.
— Lua, você e o Heros quando transam vocês usam camisinha certo?
— Camisinha?, Não, a gente não usa nada.
— Puta que pariu, e sua menstruação Lua? Tem quanto tempo que não vem?
— Acho que exatamente quando as tonturas começaram.
— Caralho.
— O que foi? O que eu tenho? Me fala Alessandra.

— Eu vou sair um pouquinho, me espera aqui já volto.

Ela pega a bolsa e sai e eu fico aqui com mil pensamentos na cabeça nenhum positivo, e se eu tiver doente, e se for grave, o Heros não vai mais me querer. Não isso não pode ser

Ando de um lado para outro até que a porta se abre e Alessandra entra trazendo umas sacolas.

— Venha aqui.
Ela me leva até o banheiro.
— O que a gente ta fazendo aqui?
— Você vai fazer um teste de gravidez.
— Gravidez?
— É Lua, você só tem que fazer xixi nesse potinho aqui colocar esse palitinho aqui dentro e esperar
cinco minutos.
— E o que acontece?
— Se ficar dois risquinhos vermelhos você está grávida se ficar só um você não está, eu trouxe esse outro aqui que indica as semanas. Vamos, faça.
Olho para ela.
— Nem vem, não vou sair daqui.
— Tudo bem.
Faço o que ela mandou e ficamos as duas em total silêncio dentro do banheiro.
— Acho que já deu tempo certo?
— Vamos ver.
Ela pega o palitinho e eu perco meu chão meu mundo com o que vejo.
— Puta que pariu Lua, você está esperando um filho do Heros.
Eu estou esperando.
— Não, não pode ser.
— Sim, Lua é verdade.
Começo a entrar em pânico não pode ser verdade, como eu pude, não sou digna disso.
— Não Alessandra eu não posso.
Caio no choro.
— Lua o que foi?
— Eu não sou digna disso, você não entende.
— Que conversa é essa. Você é mais que digna Lua.
— Eu nunca tive uma mãe, alias eu tive mas vi ela morrer na minha frente, depois que acabou de fazer um oral em mim eu tinha sete anos de idade e o meu pai olha só o pai que eu tive como eu saberia criar esse filho, e se o Heros não aceitar e não me querer mais e se tudo se repetir.
— Lua, olha para mim agora.
Não deixe que eles que o que aconteceu com você ditem as regras da sua vida, não deixe que te domine. Você é uma mulher forte e dane-se se o Heros não aceitar, a gente vai criar essa criança, mas eu duvido muito que ele não vá mais querer vocês, Lua o Heros é louco por você, anda vamos contar a ele.

— Não por favor ainda não, deixa e u assimilar isso primeiro, depois a gente conta, por favor.
— Tudo bem, mas se você não contar eu conto hein, e se ele for um babaca com você pode deixar que eu quebro a cara dele. Venha vamos deitar um
pouco, amanhã a gente vai no medico para você poder tomar todos os medicamentos adequados.

Vejo o dia amanhecer de novo, sei que estou péssima cheia de olheiras mas esses pesadelos não vão embora, sinto que agora eu vou ficar louca de vez estou perdendo a razão aliás minha razão está lá na Itália, como eu queria que ele estivesse aqui olho para a minha tatuagem e dou um beijo nela é como se eu tivesse beijando ele, é como se isso me confortasse.

Me arrumo para ir no medico e quando apareço na sala Alessandra fica espantada ao me ver.

— Você precisa dormir Lua, meu Deus.
— É eu sei, mas não consigo.
— Vamos.
Meia hora dirigindo pelas ruas paramos em frente ao consultório de um amigo ginecologista dela.
— Vamos.
Saímos do carro e subimos até o andar dele.
Ela já chega entrando e eu fico pasma com o tanto de gente esperando ali fora.
Ela pisca para mim e fala.
— É uma das vantagens de ser a chefe de uma das máfias mais perigosas do mundo.
— Tudo bem, chefe.
Ela da risada.
— Bom dia Alessandra, e...
— Lua.
— Bom dia Lua.
— Bom dia.
— Então preciso que você vista isso e deite ali.
Aponta para uma cama cheia de aparelhos.
Faço o que ele pedi para sair daqui o mais depressa possível.
— Como você já sabia está mesmo grávida, falta poucos dias para completar três meses de gravidez,
você já está tomando alguma vitamina?
— Não, descobri ontem.
— Pois bem, vou te recomendar umas vitaminas e suplementos para a sua criança nascer saudável ta
bom.
— Tudo bem.

Pegamos tudo passamos na farmácia compramos todos os remédios que o doutor receitou e voltamos para casa....

Os dias continuam passando lentamente é como se o relógio daqui tivesse quebrado ou como se o
tempo tivesse parado de vez, Heros tem me ligado com mais frequência e eu nunca atendo, tenho medo de sua reação quando descobrir que vai ser pai, ele também não teve bons exemplos, talvez nunca queira ter filhos ou sei lá, eu não consigo
aceitar ainda, mas esse bebê já esta aqui e eu nunca seria capaz de o fazer mau.

Eu sinto um sentimento inexplicável.
Nesse tempo aqui Alessandra me ensinou a tocar violão não foi fácil aprender mas tempo é o que não
falta, também me apresentou varias músicas que gosta de várias línguas, tem uma em especial que me lembra o sentimento que tenho pelo meu marido, chama (oceans da Karol g) é uma língua difícil mas pedi para Alessandra me ensinar e estou
aprendendo tanto a tocar quanto a cantar, essa música mexeu muito comigo, quero me livrar desse
medo e contar logo o que está acontecendo, quero saber logo tudo o que ele vai achar, mas mais uma
vez estou travada pelo medo, e ele deve estar ficando louco sabendo que não quero falar com ele,e sem ao menos saber o por que, está me
surpreendendo Alessandra ainda não ter contado.

Bom dia meus amores🥰🤗
Feliz Sabadooo❤⭐

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