Foi um milagre que nós tenhamos conseguido dormir. Eu acordei meio grogue, com muitos pontos doloridos nas costas para contar e o ombro que desloquei com uma dor pulsante.
Tudo isso é horrível, já estava indo mal sem estar tão exausto.
-Para o café da manhã temos tomates, tomates e... tomates - escutei Arthur resmungar -talvez alguém possa fazer ketchup.
-Você precisa de sal e especiarias para isso - Gil informou- e se você não reparou, não temos nenhum dos dois.
-Só estava brincando - o moreno resmungou, cruzando os braços.
-Apenas cale a boca, Arthur - falei, com um sorriso debochado e ele me mandou o dedo do meio.
Um par de tomates não contam como café da manhã em qualquer lugar que eu conheça, mas era tudo que tinhamos. Infelizmente, nenhum dos que comi pareciam tão bons quanto aqueles de ontem. Provavelmente porque eu não estou morrendo de fome mais.
-Eu pensei que poderia comer meu peso na última noite, mas estou começando a me arrepender dessa decisão - Carla resmungou, fazendo uma careta.
-Questionando seu paladar, Carlinha? - Gil brincou, com um sorriso de lado.
-Algo parecido - a loira baixinha murmurou.
-Vamos lá pessoal, não é tão ruim - Camilla tentou animar a gente, um sorriso estampado no rosto - estes são frescos e cheios de nutrientes. Tudo que um corpo saudável precisa.
-Não, a menos que você compartilhe a genética com um esquilo - a voz rouca de Sarah atrás de mim enviou um arrepio pela minha espinha - como uma fruta, é aceitável na maioria das vezes.
Camilla pigarreou, desviando o olhar, e sua pele já negra escureceu alguns tons. Eu não consigui segurar a risada, ela estava tão animada que nem viu isso vindo.
Eu olhei na direção da Sarah, que olhava pra mim com os olhos arregalados e enfiei um tomate na boca pra parar o riso. Talvez ela não pensasse que eu iria rir da sua fala, mas aquela cena foi bem engraçada.
-Agora que todos estão acordado, devemos planejar o que vamos fazer pelo resto do dia - Gil comentou, mordendo um tomate logo em seguida.
-Encontrar um abrigo real deve ser nossa prioridade, eu acredito - Carla falou.
-Um teto sobre nossas cabeças não vai adiantar muito se não tivermos água - Arthur argumentou, fazendo uma careta.
-Ele não está errado nesse ponto - Sarah concordou.
-Nós devemos voltar ao navio - o moreno sugeriu - mesmo que não possamos usa-lo, talvez encontremos recursos nele.
-E provavelmente há muitas partes que eu poderia reaproveitar - Camilla comentou, pensativa - juntando-os e transformando em algo útil novamente.
-Nós tinhamos kits de primeiros socorros a bordo para a Sarah usar, mas será questão de encontra-los - Gil falou
-E esperamos que tudo esteja selado ainda - Sarah continuou - se estiver cheio de água do mar, a maior parte do que estava lá foi arruinada.
-Vamos esperar o melhor, então - Gil abriu um sorriso pra amiga - nossa sorte tem que aparecer em algum momento.
Haviam muitas coisas que eu gostaria de tentar salvar se meu quarto for maus do que madeira flutuante. Apenas o pensamento de perder todas as minhas coisas me deixou pra baixo e deixei um suspiro escapar, chamando a atenção de Sarah.
-Como está seu ombro? - ela perguntou
-Dói um pouco, mas tudo ainda está no lugar - respondi dando um meio sorriso pra ela.
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Castaway - A Aventura do Amor
RomanceJuliette é uma jornalista que estava escrevendo uma matéria sobre o novo navio de cruzeiro Diaz, quando uma tempestade atinge a tripulação. A mulher naufraga em uma ilha mágica junto a outras cinco pessoas. Sarah é uma médica fria e direta por fora...