Durante anos eu passei por este atalho e nunca ele me tinha guiado a este abismo místico. Sem qualquer explicação natural. Todos os dias eu fazia a mesma corrida matinal e vestia as minhas leggings desportivas juntamente com um top. O meu pequeno-almoço baseava-se em cereais e fruta, e ao contrário da minha família eu acordava sempre cedo.
Quando estava a caminhar na floresta, a poucos quilómetros da minha casa, ao som de The 1975 dei por mim perdida. Eu fazia o mesmo percurso todas as manhãs mas foi precisamente nesta sexta-feira 13 às 6AM que me perdi. "Para onde fica o norte", reflecte o meu subconsciente. Numa fracção de segundos um uivar interrompe os meus pensamentos. Olho a meu redor e vejo um fumo entrelaçado nas nuvens vindo de uma casa perto de onde estava. Caminhei em direção a tal casa.
Chegando à entrada a porta estava entreaberta mas mesmo assim bati. A casa era grande, rústica mas abandonada e já velha. "Está aí alguém?" pergunto. Ninguém respondeu. A porta rangio ao abrir o que tornou a "aventura" muito mais assustadora. A casa mesmo sendo antiga era acolhedora e quente, e aparentava ser habitada no seu interior. À medida que caminhava em busca de algo incerto reparei em gotas de sangue espalhadas no chão em direção às escadas do 1° piso. Subi-as e cada passo que dava soava na casa inteira.
No piso superior havia 5 quartos, todos eles com um colchão, e eu dirigi-me ao último pois vinha de lá um barulho suave. A porta estava fechada e eu decidi espreitar pela fechadura. Vi alguém de costas mas a minha primeira reacção foi gritar de espanto, mas depressa me calei. Quando olhei pela segunda vez já não lá estava ninguém. Assustada levantei-me rapidamente e quando caminhei para trás bati contra um rapaz alto de caracóis, os seus dentes laterais eram aguçados e os seus olhos vermelhos. Pela 2° vez consecutiva gritei e ele pôs-me a mão à frente da boca e a outra na cabeça. Eu largei-me dele e comecei a fugir para a saída. Ele correu atrás de mim e posso dizer que ele era mais rápido que a sua própria sombra e tinha uma velocidade sobrenatural. Ele bloqueou-me a saída dizendo "não vais a lado nenhum". Ele começou a cheirar o meu pescoço e a aproximar a sua boca com os seus dentes afiados. Eu senti o bico do seu dente roçar na minha pele mas de repente um outro rapaz o empurrou. Desta vez este tinha um ar mais angelical e um brilho intenso nos olhos. "Harry! Estas parvo?" pergunta afastando-o de mim "não era suposto ela ver-nos!". Eu ainda estupefacta pelo que os meus olhos viam corri cada vez mais feroz e veloz, acabando por tropeçar, bater com a cabeça numa pedra e desmaiar.