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- Pra onde você tá me levando?

Bucky se mantem inquieto no banco do passageiro do carro desde quando Sam o convidou para sair e não disse para onde.

- Naquele dia depois do jantar do Torres você me levou à um lugar e não me disse nada, não foi? Então aguenta aí.

Bucky não diz nada e decide confiar no amigo. Depois de meia hora Sam finalmente para o carro e é em uma avenida, onde não há nada de mais, apenas varias lojas e estabelecimentos.

- Vai fazer compras, princesa? - Bucky brinca tirando o cinto de segurança.

- Não, vamos descer.

Parados na calçada, Bucky ainda não sabe o que foi fazer ali.

- E então...?

- Está vendo esse prédio? - Sam levanta a cabeça e se põe a olhar para o alto de prédio.

- Sim, o quê que tem?

- Eu marquei uma hora pra você.

- Hora? Eu não faço spar, seu idiota. - Bucky se vira e vai de encontro a porta do carro para entrar novamente.

- Bucky espera! Pra onde você vai? Isso aqui não é um spar. - Sam grita do outro lado do carro.

- E você marcou hora pra quê? - Bucky pergunta em voz alta e percebe que entendeu tudo.

Sua cara fecha rapidamente assim como seus punhos. Bucky não consegue acreditar no que Sam fez.

- Eu pensei que tivesse sido claro o suficiente com você. - Ele volta para calçada e fica de frente para Sam.

- Você não vai morrer se tentar.

- Não, mas você vai. Acha que eu sou uma criança? Minha mãe pra marcar consultinhas pra mim? - Bucky chega mais perto de Sam, ele fica bem irritado, quase ofendido com o que seu amigo fez.

- Bucky, escuta.

- Não, escuta você. Eu não preciso dessa merda. Você não tinha o direito de controlar minha vida! - Chega mais perto e aponta o dedo para o rosto de Sam, que se afasta aos poucos para trás.

- Você tem que parar de viver em negação! Tem que conversar com alguém, Bucky!

- Eu converso com você!

- Não é o bastante!

- Bom, pra mim era.

- Eu entro com você, vai ser bem rápido confia em mim. - Sam suplica. - NÃO CUSTA NADA!

Bucky anda em círculos com a mão na cabeça. Está bufando de raiva.

- EU NÃO PRECISO DISSO, SAM! - Ele grita com o amigo.

- Por que você tá resistindo tanto? Do que você tem medo?

- Eu não quero me abrir com ninguém! Pensei que você era meu amigo, mas você não entende nada! TUDO O QUE EU TE FALEI VOCÊ JOGOU FORA! - Bucky ainda anda em círculos.

- DO QUE VOCÊ TEM MEDO, JAMES? - É a vez de Sam gritar com Bucky.

Bucky paralisa.

Olha fixamente para Sam parado em sua frente.

- Que se foda. - Únicas palavras ditas por Bucky antes de partir pra cima do moreno.

Com suas duas mãos ele segura o rosto de Sam. Não dando muito tempo para nenhum dos dois pensarem direito no que está prestes a acontecer, Bucky acaba com o espaço entre os dois.

Bucky beija Sam. Alí, ao ar livre. Pessoas o viram discutir e agora estão vendo os dois se beijando.

Sam não exita nem para o beijo, deixa Bucky passar suas mãos em sua nuca, enquanto ele põe suas mãos na cintura de Bucky. Toca a pele de Bucky por debaixo da jaqueta preta de couro e sua camisa lisa.

Não há o que explicar, apenas que Bucky pode ter voltado a realidade e parado o beijo rapidamente.

Olha para Sam confuso e ainda com muita raiva. Sam mais confuso do que nunca também não diz nada.

Porém Bucky e sua loucura momentânea faz o que ninguém esperava. Fecha seu punho direito e dispara um soco no rosto de Sam.

Sam cai para trás com o impacto inesperado. Passa a mão no nariz e vê sangue escorrendo. Bucky de pé ainda com o punho serrado, fica paralisado outra vez. Parece pensar no que fez.

- Qual é o seu problema, cara? - Sam pergunta ainda no chão.

- Nunca mais tente controlar minha vida. - Bucky fala com muita raiva.

Sam olha sem compreender o que acabou de acontecer. Mas ele também não deixa barato, se levanta e empurra Bucky.

- Você tá ficando louco? Eu só queria te ajudar, Bucky seu idiota.

- Missão cumprida, seu babaca. - Bucky responde dando outro empurrão em Sam.

Eles se acertam mais e mais vezes, caem no chão e se socam no rosto até os dois estarem sangrando.

- Você é maluco, eu vou acabar com você!

- Cala a boca. Você não podia ter feito isso!

Alguém finalmente vem separar, mas quando Bucky é retirado de cima de Sam, ele é logo algemado por dois policiais que estão por lá.

Sam também é algemado. Os dois são colocados no carro de polícia e são levados para a delegacia.

Não trocam uma palavra, nem quando são interrogados na delegacia quando os policiais apenas pedem uma explicação pela briga entre dois amigos aparentemente. 

Bucky prefere morrer a dizer que foi forçado a ir em uma consulta de psicólogo ou que ficou tão irritado e confuso com a situação, que agiu por impulso e beijou o melhor amigo do nada e depois sem explicação, bate nele sem motivo algum.

Sam é racional demais para expor tudo isso para os policias na frente de Bucky. Mesmo zangado com o amigo, ele não seria capaz de deixa-lo constrangido assim.

Como nenhum diz nada, os policiais decidem prende-los em selas separadas, os dois ouviram dizer que seria por uma noite ou mais.

****

- Hey...

- Oi.

- Posso dormir com você? Eu não quero incomodar... eu só não consigo fechar os olhos e-

- Tudo bem, Bucky. Pode vim.

- Obrigado.

Nas primeiras semanas morando com Sam depois da guerra, ter pesadelos era algo cotidiano para Bucky. Tudo voltava ser claro em sua mente quando tudo ficava escuro e ele fechava os olhos.

Sentiu vergonha da primeira vez que pediu para dormir no quarto, na cama de Sam. Mas Sam foi tão gentil e compreensivo que apenas deixou. Sem fazer perguntas ou proibi-lo.

Depois de algumas vezes, isso se tornou meio que normal. Pelo menos uma vez na semana, Bucky entrava de madrugada no quarto de Sam, e percebeu que Sam já deixava um espaço para Bucky em sua cama. O esquerdo.

Say it all - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora