– Eu só quero que me dê um motivo. Você não gosta mais do Bepo? - O moreno tatuado se mantinha insistente no assunto enquanto seu pai se mantinha calmo e impassível cuidando do jardim – ou matando algumas plantas, mais especificamente.
– Claro que eu gosto. E eu não tenho que dar nenhum motivo, Law, até porque não tem. - O loiro terminou seu péssimo trabalho e se levantou, tropeçando em seguida nos objetos que utilizara instantes atrás.
– Então por que você não leva ele para passear?
– Porque o cachorro é seu e você está quase criando raiz dentro de casa. Eu poderia facilmente te confundir com um zumbi.
O tatuado bufou frustrado vendo seu pai entrar novamente dentro de casa. Olhou para o cachorro grande e peludo que o encarava de volta com os olhos fofos e pidões, suspirou.
[...]
– Saiba que eu realmente te amo muito para estar aturando isso, Bepo. - Law resmungou enquanto seu cachorro latia agitado ao seu lado.
O moreno pôs a mão livre sobre os olhos observando a irritante e massiva esfera quente que tanto o incomodava enquanto ela brilhava majestosamente naquela tarde ensolarada. Ele detestava sol, e pior ainda, detestava sair sob ele para ir em qualquer canto, principalmente um parque repleto de crianças chatas e barulhentas.
Sentou em um dos bancos vendo Bepo correr feliz pelo parque. Aproveitou para comprar um sorvete na barraquinha próxima para tentar diminuir, ao menos um pouco, o calor exorbitante que estava fazendo naquele dia.
Viu sua paz desaparecer como uma nuvem de fumaça quando o animal correu para longe. Céus, ele nem havia provado o sorvete ainda! Devolveu o alimento sem nem ao menos pegar o dinheiro de volta e se voltou na direção que o cachorro havia ido.
– Bepo, volta aqui! - Ele teve que correr. Correr. Algo que ele não fazia há mais de quatro meses! Seus pulmões ardiam como o inferno e seu coração batia freneticamente dentro do peito enquanto tentava alcançar o cachorro, que diga-se de passagem, não era nada lento. Sedentarismo era uma merda. Sentiu uma tontura o atingir quando o imenso animal saltou sobre uma criança. Por Deus. – BEPO!
A falta de ar em seus pulmões e a fadiga que sentia o impediram de continuar, fazendo com que parasse para recuperar o ar. A criança que esperasse um pouco, ou ele também teria que ir para o hospital.
Seu corpo estava inclinado para frente com as mãos apoiadas nos joelhos. Puxava o ar com toda a força e necessidade que sentia. Céus, se ele tivesse algum problema respiratório ou cardíaco já poderia se considerar um homem morto.
Levantou a cabeça estranhando ouvir uma risada gostosa e contagiante próxima de si. Se surpreendeu ao ver a vítima, que aliás não era uma criança, apenas tinha o tamanho de uma – ou Law e sua família eram grandes demais para achar aquele o tamanho de uma pessoa normal –, de seu cachorro brincar com ele enquanto ria e recebia lambidas pelo rosto.
– Para, Bepo! Já entendi, já entendi. Também estava com saudades. - O menor afastou a grande bola de pelo de si e sentou-se na grama vendo o Samoieda ir brincar com seu Spitz-alemão-anão.
– Desculpe por isso. - Law se apressou em estender a mão ao garoto – muito bonito, por sinal – que prontamente aceitou com um sorriso. – Você conhece o Bepo?
– Tá tudo bem. Conheço, o Cora-chan e o Bepo sempre nos fazem companhia quando a gente vem aqui. - O menor se abaixou pegando o pequeno cachorro no colo. – Esse é o Chopper.
Law sorriu para o cachorrinho e aproximou a mão lentamente. Primeiro para ele cheirar e depois, quando ele o aceitou – Deus o livre de uma mordida da pequena fera –, acariciou as orelhas do animal que latiu contente em resposta.
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Confusões no parque
FanfictionLaw foi ao parque - obrigado - passear com seu cachorro. Ele só não imaginava que o sol seria o último dos seus problemas. Lawlu || Fluffy