Capítulo 11

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 Leticia

Pelo menos durante aquele primeiro dia tivemos planos diferentes, enquanto nós seguimos para algumas lojas para comprar roupas de inverno, Gustavo e sua família partiram para a Times Square me dando algumas horas de folga até o jantar. Sim saímos para jantar todos juntos, como velhos amigos de infância que somos, uma piada sem tamanho toda aquela situação. Juro que tentei colocar um pouco de juízo na cabeça dos meus pais, mas foi impossível eles já estavam super animados e envolvidos nos planos com a mãe e a tia de Gustavo. Precisei controlar os meus nervos e forçar um sorriso, eu era boa em esconder meus sentimentos quando estou perto dos meus pais então não foi uma tarefa tão difícil assim fingir que estava tudo bem durante as intermináveis horas daquele jantar.

Precisei desbloquear o Gustavo das minhas redes sociais e adicionar o seu novo número na minha lista de contatos, prometi pra mim mesma que assim que pisasse no aeroporto do Rio de Janeiro já iria tratar de bloqueá-lo. Fiz questão de deixar claro que o fato de termos que nos suportar durante essa viagem não significa que esqueci tudo que aconteceu na viagem de formatura. Fiz uma promessa para mim mesma que não deixaria nada estragar aquela viagem, nem mesmo a presença desagradável de Gustavo com as suas tentativas falhas de uma reconciliação.

--Por que tão cedo? -- Joca resmungou.

Apertei mais uma vez o botão do elevador como se isso fosse adiantar muito a sua chegada – Temos um dia cheio hoje, acho que o horário faz parte do itinerário.

Joca me lançou um olhar indignado -- São 6 da manhã!

A porta do elevador se abriu antes que eu pudesse responder qualquer coisa, o puxei para dentro e deixei que ele apertasse o botão do térreo. Realmente era muito cedo, mesmo pra mim que sou uma amante do nascer do sol. Recebemos ontem um e-mail com o roteiro preparado especialmente para o nosso grupo de viagem, quase pedi para Roger alterar algumas partes mal organizadas do roteiro, mas segurei a minha emoção deixando por conta dos meus pais o controle dos nossos horários.

Assim que chegamos ao saguão avistei meus pais tagarelando alegremente com Sonia e Elizete, a mãe e a tia do Gustavo, as duas eram tão parecidas que ainda tinha dúvidas se elas eram gêmeas. Olhei para o look das duas e me senti completamente deslocada, os casacos de pele sintética e os acessórios em dourado as dava um ar de luxo perfeitamente adequado para as ruas de Nova York. Percebi que nossas famílias tinham ideias completamente opostas sobre aquela viagem, meus pais vestiam tênis confortáveis e casacos reforçados tipicamente de turistas nitidamente preocupados em tirar fotos e comprar souvenires de presente do que realmente fazer parte da cultura da moda nova-iorquina.

--Bom dia! -- A voz estridente de Sonia entrou em meus ouvidos soando como um alarme – Pensei que Gustavo iria descer junto com vocês...

--Ah não a última vez que falei com ele foi no jantar e não combinamos nada pra hoje.

Meu pai apontou para o elevador – Olha quem chegou...

Gustavo vestia uma jaqueta de neve branca muito estilosa, contrastando perfeitamente com seu look monocromático com a calça preta e o tênis branco. Abriu um largo sorriso enquanto vinha em nossa direção -- Estou morto de fome onde vamos tomar café da manhã?

--Roger falou o nome do restaurante mais não sei pronunciar como se pronuncia...-- Comentou minha mãe rindo.

Roger chegou acompanhado de mais dois guias uniformizados, nos amontoamos no meio das outras pessoas do nosso grupo ouvindo atentamente as instruções de tudo que íamos fazer durante o dia. Hoje teríamos a oportunidade incrível de ver Nova York do alto em um dos prédios mais legais da cidade o Top of the Rock. Tia Kira tinha nos dado algumas dicas do que fazer nas redondezas depois da visita ao observatório e já estava animadíssima para ver a linda arvore de Natal do Rockefeller Center.

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora