Capítulo 5

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Quando meus olhos se abriram, senti minha cabeça latejar e soltei um gemido de dor. O sol estava brilhante demais enquanto eu me sentava, embora, por algum motivo, minhas costas não doía tanto. Acho que eu estava bem relaxada quando fomos dormir.

-Levante-se e brilhe, dorminhoca - Camilla falou, sorridente como sempre.

-Ugh... como você está tão animada - perguntei, fechando os olhos por uns instantes antes de abri-los novamente.

-Porque eu bebi duas garrafas de água antes de dormir - a mulher explicou - nunca deixe o álcool ser a última coisa no seu estômago.

-Eu poderia ter usado esse conselho na noite passada - reclamei massageando minhas têmporas, odiava ficar de ressaca.

-Você não é a única com dor de cabeça, okay? Vamos manter o volume baixo - Arthur pediu com a mesma careta de dor que eu.

-Nós temos alguns pesos leves aqui, Sarah - escutei Gil falar num tom de brincadeira.

-Eu posso ver isso - eu me virei para ver Sarah no meio do café da manhã, sentada ao lado de Gil em um tronco, e quando nossos olhos se encontraram, fiquei surpresa ao vê-la sorrir. Era pequeno; um pouco mais reservado do que a noite passada, mas o bom humor parecia ter continuado - receio que não haja cura de ressaca no kit de primeiros socorros.

-O cabelo do cachorro é o caminho a seguir - Gil falou e eu não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas estava com preguiça de perguntar.

-O que funcionaria se tivéssemos deixado algum de beber - Carla falou e eu continuei sem entender.

-Ju, venha comer - escutar Sarah me chamando pelo apelido fez meu coração bater mais rápido.

-Mais tomates novamente? - Arthur perguntou, cabisbaixo.

-Você só precisa ser criativo com isso, Arthur - Camilla comentou - eu usei uma das tampas de lata para cortar as minas e é muito melhor misturado.

-Vou fazer o que você disse - o moreno resmungou.

Sentei no espaço entre Sarah e Camilla e, sério, eu me sentia uma anã perto dessas duas.

Peguei uma das garrafas de água do navio e bebi um pouco. Estava na temperatura ambiente, mas era melhor do que nada. Depois peguei um tomate e comecei a comer, olhando as ruínas à nossa volta.

Tínhamos muitas coisas deixadas ao ar livre, e se algum animal chegasse no meio da noite? Não havia como armazenar coisas nas ruínas se tudo poderia acabar desmoronando.

-Quais são os planos pra hoje?

-Bem, essas latas não vão durar para sempre - Gil comentou - e os tomates não podem ser a única coisa em nossas barrigas. Eu estava pensando que poderíamos tentar caçar hoje.

-Não deveríamos encontrar um abrigo melhor primeiramente? - questionei - se continuarmos trazendo suprimentos para as ruínas, nós vamos ter muita coisa para levar para outro lugar. E se chover...

-Pode estragar tudo - ele concluiu meu pensamento.

-Nós ficaremos bem, não houve mais tempestades - Arthur comentou

-Só fazem alguns dias - Camilla falou - tem chuva nos trópicos, cara.

-E eu prefiro não arriscar mais nenhuma destruição para a arquitetura aqui - Carla falou.

-Parece que Juliette fez a melhor sugestão que tivemos o dia todo - Sarah comentou, sua voz sem nenhum tom sarcástico e eu senti meu rosto aquecer quando o sorriso dela se alargou.

Castaway - A Aventura do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora