{POV. Virgínia}
- São duas festas muito importantes, apenas homens, vocês já sabem do que se trata. - Vera começou a explicar. - Se trata de um cliente especial que estava fora do Brasil e há muito tempo não o via, então quero o melhor, quero que ele se lembre bem de como é a Boutique de Eva, onde só tem as melhores. Quero vocês super empenhadas, vou reduzir um pouco a carga horária de clientes para se prepararem, mas fiquem tranquilas que os pagamentos vão continuar o mesmo. Nessas festas só terão os mais ricos dos mais ricos, vocês vão lucrar como loucas e eu também, estarei lá para qualquer imprevisto que houver. - Ela completa a explicação.
- Nossa, quanto tempo não vejo Vera tão empolgada para um evento. - Comento a Melyssa ao meu lado.
- É por causa da grana, dois eventos com os mais ricos empresários do Brasil, vai render muito. - Ela responde baixinho.
- Voltou a falar comigo, então? - Lhe provoco, irritada.
- Depois falamos sobre isso, Vini. - Melyssa bufa baixo.Eu estava prestes a rebater quando Vera me deu uma bronca.
- Sem distrações, Virgínia e Melyssa. - Ela intervém e eu assinto, me calando. - Vocês duas, assim como as demais que irei escolher, irão se apresentar, seja polidance ou strippertizer, isso fica a critérios de vocês mesmas. As outras ficaram pelas mesas até serem escolhidas por um, ou vários, não interessa quantos peguem nessas nessas noites, apenas faturem bem. - Vera continua sua explicação.
[...]Após Vera passar nossas instruções dos dois eventos nas próximas semanas, ela nos passou pessoalmente nossas listas de clientes de hoje e nos liberou.
Melyssa e eu já estávamos na calçada do prédio, prestes a entrar em nosso carro quando ela me chamou.- Vini. - Eu lhe olho enquanto o vento balançava nossos cabelos. - Desculpe por ter agido daquele jeito ontem e hoje também, te ignorando. É que eu tô preocupada... - Lhe interrompo.
- Amiga...
- Não, por favor, me deixa falar. - Ela me interfere e eu assinto, compreendendo sua necessidade em desabafar. - Poxa, Virgínia, nós sempre fomos tão objetivas e sérias, temos tanta carga em nossas costas que precisamos sempre ter a cabeça no lugar, e te ver assim se envolvendo com traficante me deixa em pânico. Posso está sendo chata e radical, mas só estou pensando no que é melhor para nós, para você, amiga.Meu coração pesa com as palavras de Mel e engulo seco.
- Desculpa, amiga, eu só estou... estou... - As palavras me faltam.
- Está tentando viver aquilo que sempre sonhou? - Melyssa deduz. - Te conheço, Virgínia, sei que sempre foi uma românica oculta.
- Sei que Caio é traficante e só faz coisas erradas, eu sei, não sou cega. Mas eu gostei da vibe dele, ele me faz sentir tão animada e...
- Virgínia ele te machucou, pensa que eu não vi você cobrindo as marcas com maquiagem? - Melyssa interfere novamente e eu engulo seco.
- Todas temos clientes que exageram. - Rebato.
- Mas se pudermos os evitar, devemos os evitar. - Melyssa também rebate rápida e eu engulo seco.
- É só uma festa, Mel, não vai ser nada demais.
- Vai ser um dia de trabalho perdido.
- Trabalhos quase sem parar desde nossos 18 anos, são 6 anos dando quase parar. Precisamos respirar um pouco, cansei de colocar as pessoas a minha frente e depois ficar com tudo nas minhas costas. - Desabafo quase irritada.
- Nossas costas! - Melyssa reagiu. - Sabe que esse fardo nunca esteve totalmente em suas costas, eu sempre estive contigo. - Suspira. - De toda a forma, eu vou contigo domingo.
- Que?! Mas você mesma sempre disse que a favela é um lugar perigoso? - Pergunto confusa.
- É perigoso e por justamente ter te deixado entrar uma vez sozinha lá, que não vou deixar de novo. Acho que fizeram lavagem cerebral em ti. - Melyssa revisa os olhos e uma risada me escapa.
- Obrigada, por está fazendo isso comigo. Mas sabe que não precisa.
- Preciso sim, quando uma amiga tem um surto inconsequente como se fosse novamente uma adolescente de 16 anos, alguém tem que está lá para segurar a barra e ser a amiga responsável. - Melyssa revisa os olhos e eu sorrio.
- Sua idiota. - Lhe dou um soco leve no braço.
- Agora vamos deixar de merda, temos clientes. - Ela diz já andando até o banco do motorista, hoje é dia dela ficar com o carro.
- Vou te passar o endereço do motel pra você me deixar lá, é meu único cliente antes do almoço. Tenho mais 3 durante a tarde e 3 à noite também. - Explico já entrando em nosso Lexus CT200H branco.
- Tenho um agora e outro justamente na hora do almoço, mais 3 à tarde e só um depois do jantar. - Ela explica já dirigindo.
- Nós vemos no jantar então. - Brinco e sorrimos.Pelo menos estamos de bem novamente. Mel pode não me apoiar em tudo mas pelo menos respeita minhas escolhas, sempre foi assim entre nós. Então, espero está fazendo a coisa certa pelo menos, pois sei que seu sermão vai ser enorme caso tudo dê errado.
[...]Já no quarto do motel marcado de meu cliente, eu o esperava distraída em meu celular sentada de pernas cruzadas cama para passar o tempo, queria poder beber algo mas não sei se meu cliente deixaria, então tenho que o esperar realmente chegar.
Ouço a porta do quarto se abrir e começo a guardar rápido meu celular em minha bolsa ao lado.- E aí, gata! - O cliente me saúda e logo meu coração congela.
Eu reconheço aquela voz e aquela gíria, mas não é quem eu estou pensando. Quando viro meu rosto, meus olhos se arregalam ainda mais.
- Júlio?
Continua...
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E vamos de desgraça.
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Um Anjo entre o Céu e o Inferno (Livro 01)
RomanceFilha de uma mãe viciada em drogas, Virgínia, com 24 anos, precisou se tornar acompanhante de luxo há 4 anos. Por conta de seu corpo exuberante, Vini logo cresceu no mundo das profissionais do sexo. Uma mulher forte, sensual e determinada, que sempr...