O Diabo chega de Surpresa.

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Jeon Jeongguk não odiava sua ex. Não mesmo. Claro, nutria uma certa antipatia por suas ações e a família dela, mas não chegava a odiar, até porque, se não fosse por ela, não teria o maior presente de sua vida, que tinha nome, sobrenome e lindos cabelos lisos, negros e sedosos iguais aos seus. Jeon Dohyun era o que salvava Han Hyeji de ser o alvo de certos punhados de ódio que o mais velho talvez quisesse mandar para ela.

Um pouco mais de três anos atrás, uma noite casual tinha se transformado em talvez a maior responsabilidade da vida de Jeon Jeongguk. O que tinha sido consumado numa noite regada de álcool tinha se transformado numa vida dentro do útero de sua parceira casual. Claro que, de início, o medo era grande demais para sequer pensar em criar uma criança — uma vida que deveria ser cuidada! — mas, atualmente, Jeon não se arrependia de nada.

Mas, não podia mentir e dizer que não ficava imensamente feliz de Dohyun não ter puxado nada proveniente da progenitora, felizmente parecido consigo em aparência e personalidade. De qualquer forma, o seu filho agora era a fonte de quase toda a sua felicidade e preocupação. Com vinte e quatro anos, tinha abandonado sua vida de festas para se focar no pequeno garotinho de apenas três curtos aninhos.

Naquele sábado, esperava poder dormir até tarde, absolvido de todo e qualquer trabalho como estilista e design da Vante. Mas, se achava que seria um dia fácil, estava tremendamente enganado. Às nove horas da manhã, foi acordado por sua cópia mini, com os olhinhos arregalados e os cabelos bagunçados, dizendo que tinham perdido a hora e que a "mamãe" chegaria a qualquer momento. Dohyun ainda não tinha noção das horas, achando que no sábado, assim que acordasse, já poderia ser levado pelo carro cinza para a casa da progenitora e dos avós maternos.

Jeongguk tentava não deixar transparecer que toda aquela animação de Dohyun em ir para outra casa não doía, afinal, sabia que o filho o amava mais que tudo no mundo e que também o amava assim, talvez até um pouquinho mais. Mas, não podia controlar o aperto no peito todo final de semana, por saber que seu pinguinho de gente estaria longe.

Lesado pelo sono, piscou os olhos enquanto o Jeon mais novo pulava na cama. Desde que tinha aprendido a andar e abrir a porta, Dohyun continuamente aparecia em sua cama, sorrateiro, para dormir com o pai invés de ficar no próprio quarto, alegando, daquele jeitinho que derretia tudo e todos, que sentia saudades e que não conseguia dormir sozinho.

Tudo bem, Jeon era culpado. Desde o momento de nascimento do filho até recentemente, os dois dormiam na mesma cama, a cabecinha cheia de cabelos pretos repousava em seu braço enquanto assistia o rosto angelical e sereno de Dohyun enquanto dormia, todo de pijama e meias. Adorava dormir com o menininho, adorando ainda mais quando os dois acordavam abraçadinhos, ou quando era acordado pela gargalhada bonita do filho enquanto brincava com os cabelos do pai.

Amava tanto Dohyun que doía.

— Papai — a voz fofa disse, enquanto as perninhas gordinhas pulavam na cama — vamo, vamo.

Se levantando, ainda meio lesado após acordar, pegou o corpinho gordinho do filho, abraçando-o e sorrindo ao escutá-lo rir.

— Acordou cedo, grandão — elogiou, apertando de leve as bochechas salientes e encarando o sorriso com os dentinhos pequenos de Dohyun — O que está fazendo acordado tão cedo?

Fez cócegas no menino, que usava calça e camisa de manga longa azuis combinando, com inúmeras vaquinhas de estampa. A risada do filho era o gás que Jeongguk precisava para começar o dia bem.

Antes de levantar, checou se tinha alguma coisa importante acontecendo no trabalho e, antes que pudesse verificar as duas ligações perdidas de Seulgi, sua colega de mesa, Dohyun continuou rindo e cutucando o ombro do pai, para chamar sua atenção, não demorando a ganhá-la.

O Diabo veste Vante - Taekook.Onde histórias criam vida. Descubra agora