Capítulo 10

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Boa noite mafiosas!

Meta dada, cumprida agora é paga. 

Prometem para mim que não vão chorar? 

Nem vou ficar falando muito!

RAF

— Sr. Valentino! — Acordei com alguém dando leves batidinhas em meu ombro e me assustei.

Quando Alícia adormeceu puxei uma cadeira e a posicionei mais próximo de sua cama. Desde sua internação tenho feito assim todas as noites, como se fosse a espécie de um ritual. Por horas fiquei na mesma posição, segurando-a com meus dedos entrelaçados aos seus. Não percebi que havia adormecido.

— Sr. Valentino! — Levantei a cabeça na direção da voz e notei que o quarto estava se enchendo de enfermeiras, rodeando a cama de Alícia.

O que estava acontecendo?

Sem entender me ergui um pouco da cadeira, mantendo a mão de Alícia firme entre meus dedos. Quando olhei para os lados e em seguida, na direção do monitor, fiquei congelado. Senti meu corpo ser invadido por um frio que percorreu toda minha espinha dorsal, enquanto fixava meu olhar nas linhas retas cruzando toda a tela. Todos os números estavam zerados e foi aí que meus ouvidos passaram a identificar aquele apito constante. O mesmo que deveria ter me acordado minutos atrás.

— Precisamos que o senhor saia do quarto. — Um dos homens que entrava no quarto e se juntava aos demais ao redor da cama me disse.

— Não... — Balancei a cabeça negando. Eu não iria a lugar algum sem Alícia.

— O senhor precisa se retirar é protocolo do hospital.

Mas por que eu precisava sair?

Foi quando senti o empurrão e seus dedos soltando dos meus que me dei conta do que realmente estava acontecendo e junto com o desespero meu corpo reagiu.

— Não vou deixar minha esposa. — Quase gritei. Meu desespero era tanto que estava beirando ao colapso ao me dar conta de que Alícia estava morrendo.

Tentei me aproximar, mas me empurraram, me forçando a soltar seus dedos. O homem que me pedia para sair e mais outro entraram em minha frente, formando uma barreira, como se fosse um muro erguido na minha frente, me impossibilitando de ficar perto dela.

— NÃOOOOO — gritei desesperado. Não queria sair dali, mas estava sendo impossível e mesmo reunindo toda minha força não foi o suficiente para retornar ao seu lado.

— O senhor precisa se acalmar e deixar a equipe trabalhar.

— Me deixem ficar com ela. — Tentei voltar, mas me pararam antes mesmo que eu desse qualquer outro passo a frente.

— O senhor não vai! — Eles me empurraram com as mãos em meu tórax.

Em meio à confusão, eles me empurravam e eu tentava voltar. Era uma disputa de forças de um contra dois, uma desvantagem da qual eu não me deixaria sair vencido. Precisava olhar para ela e ter certeza de que este pesadelo não estava acontecendo.

Alícia não poderia morrer...

Precisava ficar ao seu lado. Ainda tínhamos muito que viver. Eu ainda queria ver seu rosto, seu sorriso, escutar sua voz e sua risada, mas a única imagem que eu via, era da equipe médica tentando trazê-la de volta a vida.

— FAÇAM ALGUMA COISA! — gritei novamente e derrotado quando vi que seria inútil tentar lutar para que me deixassem se aproximar dela.

A porta se fechou e outra se abriu. A do inferno em que estavam me jogando sem data para retornar. Pois seria exatamente assim que estaria a minha vida se não a trouxessem de volta.

Rafaello Valentino  - Livro 5 (SEM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora