Capítulo 7

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Todos já estavam na sala de jantar quando Sarah e eu nos dirigimos para lá, tinham reunido um buffet improvisado dos diferentes produtos enlatados que encontramos. Depois de alguns segundos, percebi que Carla não estava ali.

-Bom dia, dormiram bem? - Gil perguntou, abrindo um sorriso

-Depois de dormir no chão esses dias, dormir na cama foi um paraíso - comentei, devolvendo o sorriso dele.

-Não esquece de dizer que foi na minha cama, considerando que algum pássaro tentou invadir o quarto dela no meio da noite - Sarah murmurou.

Camilla olhou entre nós duas por um momento antes de sorrir para si mesma e eu limpei a garganta, incapaz de escapar das implicações. Não era como se eu tivesse planejado dormir no quarto dela. Sarah apenas ignorou o olhar de Camilla.

-Espera, que pássaro? - Arthur perguntou.

-Eu acordei no meio da noite com um enorme pássaro arranhando minha janela, parecia estar tentando entrar - expliquei - e só ficou mais irritado quando me viu, como se fosse frenético.

-Foi com raiva ou algo assim? - Camilla perguntou

-Isso não é possível para aves fora de um laboratório - Sarah respondeu.

-Não sabia que você também era veterinária, doc - a morena brincou.

-Eu não sou, mas posso dizer que a maioria dos humanos fica exposto à raiva de gatos e não de pássaros.

-Parecia assustador como a capivara - murmurei - o que não deveria ser, certo? Não são de grande predadores dos quais estamos falando.

-É verdade, a maioria dos animais preferiria correr a menos que fossem encurralados - Gil comentou - sair do seu caminho para atacar pessoas é estranho.

-Você acha que eles estão relacionados? - questionei.

-Não podemos descartar essa hipótese - ele respondeu - não tenho certeza do que pode estar acontecendo com esses animais, mas devemos ter cuidado independente.

Uma porta bateu a distância, surpreendendo todos nós, e segundo depois Carla apareceu tropeçando na sala de jantar, segurando um braço contra o peito. Ela estava sem fôlego, os olhos arregalados, e um filete de sangue escapava da pressão de seus dedos.

-Uou, você está bem? - Arthur perguntou com os olhos arregalados.

-Ele parece bem? - Gil rebateu, levantando da cadeira - Carla, o que aconteceu?

A mulher sentou em um assento vazio, estremecendo um pouco, e quando sua mão se afastou do braço, revelou dezenas de pequenos arranhões em toda a pele.

-Eu decidi pegar um pouco de ar fresco com uma caminhada matinal e acabei emboscada - ela explicou - o que teria sido muito menos surpresa se não fosse por esquilos voadores.

-Um bando de esquilos voadores te atacou? - perguntei retoricamente, surpresa.

-O coletivo de esquilos não é chamado de bando, na verdade - Carla comentou

-É realmente o momento de discutir sobre semântica? Estou indo pegar o kit de primeiros socorros - ela reclamou antes de sair da sala de jantar, voltando momentos depois com o kit, abrindo-o sobre a mesa - Segure seu braço pra fora, todos os arranhões tem que ser desinfectados. Você foi arranhada em algum outro lugar?

-Felizmente não, quando o primeiro saiu, levantei meu braço para me defender, mas isso pareceu irritar eles mais ainda, então eu corri - Carla explicou, esticando o braço como Sarah pediu.

-Parece que todos estamos correndo de animais ultimamente - Gil comentou, a testa franzida em preocupação- eu não estou gostando nada disso.

-Eu também não - Camilla concordou - Primeiro teve a capivara, agora temos pássaros furiosos e esquilos irritados? O que vem depois? Piranhas?

Castaway - A Aventura do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora