Peter
Recebo uma ligação cinco horas da manhã. Era ele novamente. Bobby.
-Alô?
- Peter? Desculpe incomodar, mas o assunto é urgente.
Levanto devagar, sem acordar a Claire.
- Você precisa vir o mais cedo possível.
- Eu vou só ano que vem. - digo levantando da cama.
- Eu sei, você quer terminar o colegial. Mas são assuntos importantes, Peter. Não pode esperar. - disse o Bobby impaciente.
- Tudo bem, Bobby. Vou vê o que posso fazer.
Desligo o telefone. Passo a mão pelo cabelo. O que eu poderia fazer? Queria terminar o colegial. Já estamos no meio do ano. Eles não podem esperar mais um pouco? Voltamos para a escola amanhã. Não posso abandonar a Claire.
Olho para ela dormindo na cama. Volto a me deitar ao seu lado. Acarecio seu cabelo. Não consigo pegar no sono. Levanto e vou tomar um banho.Claire
Acordo morrendo de dor de cabeça e meu corpo estava pesado. Olhei para o relógio e ainda eram sete horas da manhã. Peter já tinha levantado. Me levanto devagar e desço as escadas. Sebastian estava dormindo no sofá, conseguia escutar seus roncos do segundo andar.
Chego na cozinha, o Peter já estava arrumado e tomando café.
- Bom dia, Barbie. - disse o Peter preparando panquecas. - Acordou cedo. Algum pesadelo?
- Bom dia. - digo. - Não, só não estou acostumada à acordar tarde. Vai sair?
- Vou correr um pouco, e mais tarde vou buscar a Mia. Quer ir comigo?
- Claro! - digo. - O cheiro está bom.
- Sou um ótimo cozinheiro. - disse ele sorrindo.
- Convencido. - digo.
- Vou lá. - disse ele me beijando. - Não vou demorar.
- Tchau.
Fui para o quarto do Peter. Arrumei a cama e fui tomar um banho.
Coloquei uma roupa confortável e quente. Hoje estava mais frio do que ontem.
Liguei o CD player do Peter e começou a tocar "Coldplay- Yellow", uma das minhas músicas preferidas. Começo a dançar sozinha no quarto. Fico rodando,rodando, rodando igual a uma maluca, começo a rir de mim mesma.
"Claire"
- Tem alguém aí? - pergunto, mas não tinha ninguém no quarto.Paro de rodar e desligo a música.
Acho melhor respirar um pouco de ar puro.
Desço as escadas e o Sebastian continua dormindo. Abro a porta e desço as escadas. O sol só estava de enfeite no enorme céu nublado. Fui para o quintal e deitei na grama.
"Claire estamos te esperando. Seu tempo está acabando. O nosso. Precisamos nos encontrar maninha."
Essa voz de novo. Abro os olhos, respiro fundo e levanto. Estava ficando frio demais.
Uma coisa brilhosa chamou a minha atenção. A luz brilhante levava para a floresta. Tentei ignorar, mas era inevitável. Precisava descobrir o que era.
Comecei a seguir a luz. A floresta estava escura, com muito pouco de claridade. Tropeço em um galho, caindo no chão e sujando minhas mãos. Estremeci com o frio, mas continuei caminhando.
Me deparo com uma porta, não tão grande. Sua cor era diferente. Um pouco marrom, mas meio dourado. Brilhava em algumas partes. Hesito em tocar a maçaneta. Era tão brilhante, mas ao mesmo tempo tão velha. Me afasto, "Isso é maluquice", penso comigo mesma, penso em ir embora, fingir que nada aconteceu, mas escuto uma pequena melodia. Então abro a porta.
Nem sei como descrever como era incrível esse lugar. Era completamente feito de pedra lisa e polida. Cristais de todos os tipos de cores. Plantas caindo envolta, como uma passagem, com belíssimas flores rosas, roxas e brancas. No meio desse lugar perfeito, tinha um enorme piano branco com uma única rosa em cima. Ele me lembrava a minha mãe. Quando eu era pequena, eu e a minha mãe costumávamos tocar juntas algumas simples melodias. Papai dizia que devíamos cantar juntas em um recital.
Como de costume, sento no banco acolchoado diante do piano. Apoio a cabeça com uma mão e toquei com a outra. Me senti como uma criança novamente. Era tão familiar estar aqui, uma sensação calorosa tomou conta de mim.
Eu me lembrava de um pequeno trecho, um que só nós duas sabíamos.
"Minha pequena e linda flor,
Não adianta fugir do que chegou
Estou com você
À onde você for..."Nunca entendi esse trecho, mas agora consigo compreendê-lo.
Estava me sentindo tonta. Preciso sair daqui. Tudo começa a ficar preto. Por um momento pensei ter visto uma mulher de cabelos loiros e de vestido azul celeste na minha frente. Ele estava sorrindo. Parecia tão real.
Então eu acordo.
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A Escolhida
FantasiaEstava escuro e frio. Olhei no relógio e eram três da manhã. Uma pequena melodia estava tocando baixinho. Levantei da minha cama e abri a porta devagar. Uma luz muito forte lá de baixo chamou a minha atenção . Fiquei curiosa e desci as escadas. Paro...