2 - 𝓒𝔂𝓻𝓲𝓵𝓵𝓮

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As batidas do meu coração acompanhavam as batidas do grave. O som alto, as luzes coloridas, a fumaça acompanhada do cheiro das diversas essências no ar, nada poderia me fazer sentir mais viva.

É duas da manhã, o meu irmão já me ligou pelo menos quinze vezes e eu fiz questão de ignorar todas elas. Quero adiar a nossa conversa o máximo possível. Hoje eu me torno legalmente responsável pelos meus atos, não vou mais precisar usar uma identidade falsa para entrar na balada ou mentir a idade para ficar com garotos mais velhos, posso até tirar a minha habilitação.

Hoje é o meu aniversário, ninguém vai estragar isso.

Entre desviar dos homens que tentavam me encoxar enquanto eu dançava e negar copos de bebida que outros homens me ofereciam, reparei que um homem muito bonito estava me encarando. Mesmo com a luz fraca pude enxergar com clareza o sorriso safado que ele me lançou quando percebeu que eu o estava encarando de volta.

Comecei a dançar olhando diretamente para ele, tomara que eu esteja parecendo tão sexy quanto eu imagino.

Depois de algumas trocas de olhares ele começou a caminhar na minha direção, se posicionou atrás de mim e com as mãos no meu quadril começou a acompanhar os meus movimentos. Esfregava o seu corpo no meu e ora ou outra corria as suas mãos quentes até o meu pescoço, subindo pelos meus braços e depois voltando para o meu quadril.

Eu não parei de dançar em nenhum momento, nem tentei me desvencilhar dele, a sensação do seu corpo colado no meu e do seu membro rígido se esfregando na minha bunda é tudo o que eu preciso para ter um bom aniversário.

Não sei quantas músicas nós dançamos juntos quando ele finalmente disse ao pé do meu ouvido.

– O que você acha de nós irmos para outro lugar?

Céus, a sua voz rouca é a coisa mais gostosa que eu já escutei na vida.

– Eu adoraria ir para qualquer lugar com você – aceitei a sua proposta – só preciso avisar os meus amigos antes.

– Tudo bem, eu vou esperar você lá fora.

Ele disse lançando o sorriso mais malicioso que eu acredito que uma pessoa seja capaz de dar, encharcando a minha calcinha.

Comecei a procurar pela Thali para a avisar que estava indo embora e que enviaria para ela a minha localização em tempo real. Você pode estar me julgando agora por estar saindo da balada com um completo desconhecido, mas só eu sei como eu quero que aquele homem me foda.

Ela nem me questionou muito quando a informei, não era incomum nós irmos embora acompanhadas. Normalmente era com caras que nós já conhecíamos a algum tempo, já havíamos trocado mensagens e flertado, mas para esse homem eu tenho que abrir uma exceção.

Quando sai do clube encontrei ele encostado em uma moto fumando um cigarro. A pouca luz do poste mal iluminado deixava ainda mais evidente a sua beleza, os seus olhos castanhos são ainda mais hipnotizantes sem as luzes coloridas, a sua barba rala que a poucos minutos estava fazendo cocegas no meu pescoço é platinada, combinando com os seus fios de cabelo, mas não com as suas sobrancelhas castanhas, deixando claro que o seu topete perfeito é tingido. As suas tatuagens no pescoço, braços e mãos deixa ele ainda mais sensual.

Novamente ele me sorriu safado, como se pudesse ouvir tudo o que eu estava pensando, eu poderia me acostumar a ver ele sorrindo assim para mim pelo o resto da minha vida.

Caminhei até parar na sua frente, ele ainda sorria para mim quando passou os braços pela minha cintura me puxando para perto. Não me disse nada antes de me oferecer o cigarro. Enquanto eu fumava pude perceber ele encarar a minha boca, mas mantive o meu olhar despreocupado na ruela olhando para frente como se ele não estivesse ali.

HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora