Capítulo 1; "Um ótimo dia para passear pelo lago"

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Aceitei o desafio de Theodore Nott para um duelo hoje a tarde

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Aceitei o desafio de Theodore Nott para um duelo hoje a tarde.

Aquela foi uma péssima ideia, tenho que admitir, Theodore de longe foi o melhor na matéria de feitiços avançados do trimestre passado, — isso se não contarmos com Harry, mas quem no mundo ousaria se comparar com Herry Potter? Não nós, relés mortais — De onde a tirei? Bem, algo relacionado a Blasio Zabini e suas piadas irritantes. Se algo no mundo tinha o poder de me tirar do sério era com certeza esse sonserino.

Quando Blasio disse que eu não conseguiria "lutar" nem se dependesse disso para viver, eu sucumbi tanto a raiva e a humilhação que afirmei derrotar qualquer um que tivesse a coragem.

Theodore teve.

Agora estou ferrado.

Suspirei levemente com a ideia de mais uma detenção, já foram três só esse mês e todas envolvendo o mesmo grupo de cobras peçonhentas.

Hermione que não me ouça, mas sua nova amizade com Pansy Parkinson não me agrada em nada, principalmente quando isso me leva a ter que conviver com o combo que vem junto dela.

É pedir muito poder apreciar de forma adequada uma coxa de frango no jantar? Sem ter que ouvir Draco Malfoy reclamar de meus modos ou ver Pansy e sua explícita aversão estampada na cara? Parece que sim. E isso nem é o pior! O pior de tudo é Blasio, e seus profundos olhos castanhos debochando de mim a cada passo e tomada de fôlego.

Como o detesto.

E ainda estou sendo eufemista.

Caminhei com pressa pela grama verde molhada em direção ao lago Negro assim que percebi quem estava me seguindo. Minhas bochechas já adquirindo uma vermelhidão amena pela raiva borbulhando no meu estômago.

Virei para ele quando faltava não mais do que alguns passos para chegar a borda do lago reluzente pela luz do sol.

— Não causou problemas o suficiente por um dia?! — berrei encarando aqueles olhos escuros que pareciam conter toda a verdade insignificante do mundo.

— Fiquei curioso para saber aonde ia, já que a aula de herbologia fica do outro lado do castelo. — balançou os ombros então colocou as mãos nos bolsos da calças do uniforme espantosamente alinhado de forma relaxada como se também não estivesse perdendo a dita aula.

— Já tem sua resposta. Agora vá. Vou levar um tempo lembrando feitiços úteis — o espantei com as mãos sussurrando a segunda parte; — que me façam parecer menos idiota quando levar uma surra.

— Difícil acreditar — sua voz irônica adicionou mais alguns tons de vermelho ao meu rosto, me senti até esquentar pelo ódio que subia nublando meu cérebro — Talvez eu devesse te ajudar?

Ele apanhou a varinha do jeito floreado que fazia sempre quando desafiava alguém que sabia que não podia vencer-lo e isso foi a cereja amarga do bolo detestável que nossa convivência diária assou. Também puxei a minha.

— Bombarda! — gritei sem nem pensar nas consequências que a boa execução daquele feitiço me traria.

— Protego! — quase suspirei aliviado não vendo nenhum dano em seu corpo, exitando tempo o suficiente para ele proferir; — Expelliarmus!

minha varinha voou para sua mão livre e ele brincou com ela entre os dedos.

— Isso foi bem ousado, Weasley! — sorriu latino, me senti tão mal com a visão que algo em meu estômago revirou, podia até  vomitar — mas só tome decisões assim se estiver certo do estrago que irá causar.

— Como você sempre faz? — retruquei soltando minha mágoa irada na voz.

Só uma troca de feitiços simples acarretou lembranças inapagáveis sobre uma guerra que já acabou a um ano e meio, por bem ou por mal eu fico simplesmente apavorado toda a vez que levanto minha varinha com o intuito de duelar, todos estavam cientes disso, inclusive Blasio. Suas sobrancelhas levantaram quando percebeu a fragilidade daquilo tudo.

Me virei de costas para ele, respirando fundo algumas vezes tentando me acalmar.

A chegada do aniversário da morte de Fred deixava minhas emoções fortes e incontroláveis como se fossem explodir a qualquer instante, mesmo um grãozinho de areia se transformava numa tempestade no deserto.

— Isso não parece mais ser pelo duelo — constatou, não o via, mas sei que sua sobrancelha se ergueu enquanto pronunciava a fala.

— Não é da sua conta! — me virei novamente empurrando seu ombro para seguir até o castelo — Sai da minha frente.

— Espera Ronald... — ele segurou meu pulso e antes que pudesse ver sua expressão de autêntica preocupação, já estava socando seu rosto.

Caímos e rolamos no chão, Blasio tentando me parar e eu chutando e socando como podia. Doeu quando ele prendeu meu braço direito atrás das costas e pressionou meu rosto contra a grama e terra molhada.

— Me solta! Lagarto idiota! — gritei sem conseguir me mexer mais que alguns centímetros — Projeto falho de comensal da morte!

Blasio me virou bruscamente, segurando meu pulso ao lado de minha cabeça e meu queixo apertando minhas bochechas com força. Seu rosto parecia tão amedrontador que tremi vulnerável sem ter para onde fugir.

— Por mais que tente usar isso como uma ofensa, nada no mundo me faz dormir tão bem a noite quanto saber que não sou "digno" daquela marca hedionda — seus dedos apertaram ainda mais contra minha pele e então me soltaram.

Ele planava sobre mim, encarando meus olhos que se enchiam de lágrimas.

Eu sei.

Sou um idiota.

Mas Blasio também era.


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Um amor para Ronald WesleyOnde histórias criam vida. Descubra agora