A escolha de um caminho

O reencontro

Ela não acreditava que era ele, como estava lindo, a barba alinhada, os cabelos loiros cortados, os olhos brilhantes, com um sorriso tímido no rosto. O cheiro dele tomava conta dos sentidos dela, como ela estava com saudades daquele cheiro, e nem tinha noção que era tanta. Foi olhar para ele que todos os sentimentos vieram à tona novamente. Era como uma avalanche em seu coração.
Ele por sua vez, ficou parado estaticamente sem reação por algum momento olhando ela, a encarando, não sabia o que dizer. A adrenalina tomou conta de seu corpo, seu coração estava quase pulando do peito, tentava controlar a respiração para poder, assim falar. Quando conseguiu controlar o nervosismo disse:

-Posso entrar?- soltou quase gaguejando.
-Claro, desculpa!-respondeu meio sem jeito.

Ele entrou no quarto, sem saber o que dizer. Ela estava tremendo sem saber o que fazer, ambos tomados por um sentimento de medo, receio, nervosismo, era como se tivessem perdidos. Arthur abaixa a cabeça, como se preparasse para ouvir coisas das quais não gostaria, então Carla fala:

- E agora? -sua voz é trêmula
- Como assim? -indagar Arthur
- Você veio aqui para conversarmos, certo?
- Certo!
- Então, vamos conversar.
- Posso te pedir uma coisa?
- O quê? - olhou para ele com estranheza.
- Eu queria muito um abraço seu, depois você fala o que quiser. - respondeu com uma tristeza no olhar.

Ela olhou um pouco surpresa com o pedido, mas acena com a cabeça positivamente. Então Arthur caminha na sua direção, na direção da mulher que está apaixonado. Abre os braços para ela esperando ser correspondido, mas com medo dela não querer ele diz:

- Mas só se você quiser me abraçar. Não quero que faça por pena ou se sinta obrigada. - disse olhando nos olhos dela.

Então, no mesmo instante ela pula nos braços dele, como quem estivesse preste a morrer de saudade. O abraço foi íntimo, foi natural, foi cheio de amor. Arthur a abraçava com uma certa intensidade, como se quisesse morar ali. Carla por sua vez pedia em pensamentos que o tempo parasse naquele instante, ela se alinhava nos braços dele, era como se ali fosse o seu lugar, era assim que se sentia envolvida por ele.

- Me perdoa! - disse ele chorando.
- Precisamos conversar. - ela sussurrou.
- Eu sei. - disse ele com olhos cheios de lágrimas.

Inclinando a cabeça para trás ela olha nos olhos dele, e volta para o abraço. Ele não fala nada, aproveita o momento como se pudesse acabar a qualquer instante. Os sentimentos de ambos é tão nítido e tão forte que acabam chorando juntos, deixando o medo, a saudade, a paixão, e o amor serem extravasados. Era um choro do qual trazia à tona absolutamente tudo.
Automaticamente ele a carrega no colo e se senta em um sofá, que está em um canto do quarto. Ela nem percebe, pois está tão envolvida nos braços dele que se deixa levar como numa dança. Após alguns minutos deles juntos, se tinha certeza que sofriam longe um do outro. Eles sentados no sofá, ela mexe nos cabelos dele, como sempre fazia, ele apenas repete:

- Me desculpa, eu não queria te fazer mal.
- Eu entendo você, mas em muitos momentos nos machucamos.
- Eu sei - falou com um olhar triste- mas eu preciso que entenda que apesar das merdas eu disse e fiz, as coisas que falei sobre os meus sentimentos foram e são verdadeiras.
- Arthur - ela não termina a frase, pois ele a beija.

Ela corresponde ao beijo com muita entrega, o pensamento naquele momento era de alívio, era uma sensação de quê um pertencia ao outro, a única coisa falada entre os beijos foi:
- Estava com saudades do seu beijo!-disse em um sussurro
- Estava? - ela pergunta, em um tom de voz que expressava está envolvida demais.
- Muito, pensei em você todos os dias que estivemos longe.
- Nossa! - foi o que conseguiu responder.

Ele viu que ela estava entregue, então a beijou. Ambos deixando transparecer toda saudade e paixão que estavam. Começaram a se beijarem com desejo mais intenso, as mãos dele passeavam por todo o corpo da mulher que tanto amava, Ela beijou o pescoço dele, que ficou por sua vez todo arrepiado, foi até a orelha passando a língua, ele diz com o coração palpitando e a respiração mais rápida: