-Eu não quero!- disse sem pensar, e meu coração acelera quando Kakó vira o rosto para mim com fúria nos olhos e eu me encolho calando a minha maldita boca e me preparando para receber aquela fúria.
Por favor não, por favor não, por favor não...
Ouvindo meu desespero kain põe a mão dele em cima do meu joelho e aquilo foi minha âncora para olhar para Kakó sem pestenejar.
-Mais um motivo para ela ser sua dama- ele diz e depois olha para Eli -Quando a refeição acabar, leve ela para o quarto e a apronte para durmir.
Eu sinto a raiva borbulhando em mim, raiva de Kain, de Eli, de Kakó e de mim mesma.
Eu estaria acordando agora na minha casa, na minha cama, como num dia normal.
No lugar disso estou em... sabe-se lá onde, vivendo um inferno, com pessoas que não conheço, e que podem, e eu acho que querem, me matar.
Mas quer saber?
Se eles vão ser meu inferno, eu vou ser o deles também, não vou abaixar a cabeça... só para Kakó, ele é um mostro maior que eu.
Kain aperta a mão no meu joelho, me fazendo lembrar de onde ela estava, meu joelho já tinha se acustumado com o calor, eu ponho minha mão em cima da dele e a tiro do meu joelho, recebendo uma lufada de ar frio.
Não olho para Eli e para mais ninguém pelo resto do banquete, que não comi quase nada e quando ele acabou o homem ao meu lado fala.
Então ele não é mudo.
Quando ele levanta a cabeça, não era um homem, era um menino igual a Kain, uns 20 anos, era bonito, imagino que todos os feéricos são, até mesmo Kakó não é de todo mal.
O menino levanta a mão e quando o rei olha para ele, ele faz uma reverência leve com a cabeça.
-Fale, Furci.
Furci, que nome estranho.
-Eu gostaria de treinar a princesa- Quando escuto isso eu tiro meus olhos da comida e viro o rosto para Furci com a boca aberta, que logo fecho.
-Gostaria de dar uma espada para alguém que a língua já é afiada o suficiente?- Kakó fala e mais raiva me enche, ele me conhece a pouco mais de minutos.
-Não uma espada, meu rei, arco e flecha, ela já sabe usar um, não sabe, princesa?- ele pergunta olhando para mim e novamente sou o centro das atenções.
Como ele pode saber? Eu não mencionei isso em monento algum e muito menos fiz algo para mostrar que sabia usar um arco e flecha.
Meus pais contrataram um tutor quando eu tinha onze anos, nunca soube o porquê, talvez eu via desenhos com isso e eles resolveram me ensinar, mas eu sei que adorei desde a primeira vez que treinei e desde então não parei e posso dizer que eu sou relativamente boa.
-Princesa?- Furci pergunta, pega minha mão direita e analisa meus dedos -Não dá para você esconder, você tem calos aqui, e esses calos só são feitos por um arco e além disso eu vi o jeito que você segurou a colher, parecia que estava pegando uma flecha, não tente esconder o que eu já sei.
-Sim, eu sei usar um arco e flecha, mas qual é a importância disso?- Respondo rápido e retiro minha mão na mesma velocidade.
Ele vira a cabeça para Kakó e o encara, e eu vejo a cabeça do rei girando com os prós e contras.
-Não acho que seja necessário uma rainha usar arco e flecha, portanto não, você não irá treina-la, além disso você não tem tempo para isso.
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Princesa da lua
FantasyRoubada de sua família por fadas gêmeas e casada com um príncipe feérico que só faz o que é dito seu dever em relação a ela. Aya se encontra como uma princesa num novo mundo, com novas pessoas, novas culturas e novas linguagens, com a única companhi...