HYUNG, ME ENSINA A TOCAR? | BEOMKAI

|Guitarras, sentimentos e beijos|

— Hyung, me ensina a tocar? — Huening indagou enquanto deitava sobre o corpo de Beomgyu, este que estava coberto com um macio edredom branco. O garoto mais novo envolveu o outro em um abraço usando suas pernas e braços, recebendo somente um som abafado entre os travesseiros como resposta.

— Que horas são, Kai? — respondeu com uma outra pergunta, mesmo tendo noção de qual horário poderia ser. Choi mexeu seu corpo de um lado para o outro na intenção de derrubar o garoto loiro de suas costas, até finalmente conseguir. O mais novo caiu deitado em sua frente, encostando seu ombro no peito do rapaz mais velho, o encarando de lado percebeu o quanto o acastanhado estava lindo com o cabelo grande.

— Uma e meia, não se preocupa, ainda não é o horário dos demônios, significa que você pode me ensinar a tocar.

Os membros estavam em seus respectivos dormitórios, estes dois dividiam um quarto com duas camas de solteiro, ambos gostavam da presença do outro, e recentemente, Kai começou a reparar muito em seu Hyung, apreciando como o acastanhado era habilidoso ao tocar o instrumento de cordas. O garoto ficou encantado em como Beomgyu tinha dedos ágeis, encantado em como aquela habilidade de criar os próprios sons era cativante, ele até procurou videoaulas no YouTube para conseguir aprender, mas não achou tão interessante quanto ver pessoalmente alguém tocando.

— Por que quer aprender isso agora?

— Vai, Hyung! Por favorzinho, não acredito que você tem coragem de pensar em negar algo para o seu NingNing — insistiu batendo as pernas e puxando a gola do pijama do mais velho, abrindo os primeiros botões da roupa.

— Tá, tá, eu ensino — respondeu esfregando os olhos. — Pega a guitarra e liga a luz.

O garoto sorriu e correu para o interruptor rapidamente, acendeu a luz e apanhou o instrumento, agora estava sentando novamente ao lado de Choi, com suas pernas cruzadas, Huening apoiou a guitarra sobre as mesmas, ficando numa posição confortável, Beomgyu encarava tudo em silêncio, ainda deitado com os dois braços sob sua cabeça.

— Já conhece os nomes das partes básicas de uma guitarra? — perguntou sentando-se de frente para o garoto de fios loiros, recendo uma resposta afirmativa com cabeça. — Certo, então sabe a numeração dos dedos e todos os acordes? — recebeu outra resposta afirmativa, ficando surpreso. — Então não precisa de mim, a partir de agora é só procurar cifras de alguma música que queira tocar.

— Não sei ler cifras — disse cabisbaixo, estava feliz quando notou que seu Hyung havia ficado impressionado por saber algumas coisas, então deduziu que dessa vez ficaria decepcionado por não ter aprendido isso. — Desculpa.

— Ei, não precisa pedir desculpas, é para isso que pediu minha ajuda — falou assim que notou tristeza na voz alheia, também levou sua destra até a bochecha do mais novo, alisando o local. — Vamos lá, a letra A será a nota Lá, letra B será Si, letra C é o Dó, D é Ré, E é Mi, F de Fá e G será o Sol.

Em alguns minutos o estadunidense entendeu o que outro ensinou, então conversaram por mais meia hora, nesse curto período de tempo Beomgyu conseguiu ensinar um pequeno trecho de algum rock para o garoto, que após aprender, foi dormir feliz.

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Após um mês de insistência e esforço por parte do loiro, finalmente havia aprendido a tocar o instrumento que tanto admirava, agradecia Choi mentalmente todos os dias, satisfeito em finalmente poder tocar junto de seu Hyung favorito. Huening secretamente adorava estar ao lado do acastanhado, não somente por compartilhar momentos incríveis, mas sim por gostar de experimentar uma sensação estranha e curiosa dentro dele, Kai não sabia ao certo o que sentia, não entendia o motivo de sempre sorrir simplesmente com a voz do outro, só aceitava.

Era uma madrugada chuvosa. Huening não foi dormir, como de costume, gostava de ficar acordado assistindo alguma coisa em seu celular, até repentinamente a energia cair, consequentemente deixando seu celular sem conexão. O loiro bufou e largou o aparelho na cabeceira da cama, encarando Beomgyu sob o edredom branco, pensou duas vezes se era uma boa ideia acordar o mais velho, decidindo deitar no colchão alheio. Agora estava de frente para Choi, encarando seus grandes fios castanhos escorrendo sobre seu rosto delicadamente bonito.

— Ning? — Seu Hyung não havia pego num sono profundo, isso pois há pouco tempo tinha escovado os dentes e ido para cama, porém conseguiu sentir somente o início de um sono gostoso, até ser interrompido por Kai afundando o colchão macio. — O que faz aqui?

— Hyung, me ensina a tocar?

— O quê? — Beomgyu piscou várias vezes até perceber que não estava sonhando, ou lembrando da noite em que o garoto havia o acordado e perguntado aquilo, achou estranho o pedido. — Do que tá falando?

— Seu coração, Hyung. Como que faz para entender as batidas dele? Quero tocá-lo para sincronizar elas com as minhas — disse quase num sussurro enquanto deslizava suas falanges sobre o lado esquerdo do peito do acastanhado, pensativo. —  Podemos criar uma melodia incrível.

— Kai...

— Por favor, Hyung, me ensina.

Beomgyu sorriu antes de puxar o garoto para cima de seu peito, então subiu sua destra até a nuca de Huening, fazendo carinho em seus fios claros e o encarando com a pequena claridade das cortinas abertas, mostrando a tempestade lá fora. Seus rostos estavam muito próximos, sendo possível sentir as respirações afobadas de ambos. As mãos do mais novo situavam-se sobre o peitoral do acastanhado, em câmera lenta, o universo parou tudo o que fazia para poder espiar os garotos naquele quarto.

— Me beija, assim vai sentir a velocidade que meu coração palpita quando estamos próximos — Choi disse para o mais novo, devagar e tranquilo, o outro só conseguia manter os olhos presos naqueles lábios, os lábios que ditavam a felicidade. — Igual agora, neste momento estou totalmente vulnerável.

De repente, em uma velocidade assustadora, o acastanhado foi surpreendido pela boca do garoto sendo colada a sua, como se estivesse somente esperando uma deixa. Beomgyu sentiu seu corpo amolecer quando os lábios do mais novo juntaram-se aos seus, talvez fosse algum tipo de anestesia, era tão bom sentir o outro. Huening arrepiou-se por inteiro quando finalmente sentiu o beijo de Choi, e para complementar, ainda era possível notar os batimentos acelerados de seu Hyung, pois não eram somente suas mãos que estavam apoiadas sobre o peitoral alheio, seu peito também estava grudado ao dele.

Os garotos literalmente conseguiam sentir o palpitar dos dois corações e podiam jurar que ambos batiam simultaneamente, criando a melhor trilha sonora para o primeiro beijo, de muitos, daqueles dois.

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