O amanhã não chegou. Jeongguk não ligou para o chefe e não retornou ligação alguma, seja ela de Seulgi, sua colega de mesa, ou não. Os únicos momentos que tocava no aparelho eram para saber notícias de Dohyun.
O encontro tinha sido uma surpresa muito bizarra para Jeon. Depois de tantos anos simplesmente negligenciando aquela parte de sua história, com tanto rancor que nem sequer autorizava-se a pensar em Taehyung, ele tinha voltado. Achava que ele ficaria na França para sempre, montando uma filial da Vante em Milão, talvez até tendo seu cantinho na Champs-Elysèes, tão seduzido pelo reconhecimento francês que a Coreia ficaria para trás como uma mera base de início para seu sucesso.
Mas, não. Lá estava Kim Taehyung, em frente a sua porta, depois de quatro longos anos, como se nunca tivessem parado de se falar.
O canalha até mesmo quis dar um beijo!
Se encolheu no sofá, enquanto escutava o programa na televisão que não prestava atenção, mesmo que seus pensamentos estivessem longe, as lembranças estavam sendo repassadas em sua mente.
Quatro anos atrás, Jeon Jeongguk e Kim Taehyung eram namorados, ou quase isso, já que nada tinha sido oficializado. Quatro anos atrás aquilo teria sido uma visita boa e talvez terminasse com Jeon debaixo dos lençóis, aproveitando tudo que o outro tinha para si. Agora, simbolizava toda a mágoa que Jeon sentia, todo ressentimento acumulado.
Que droga! Foram quatro anos sem se falar, quatro anos separados, sem um "oi" trocado, não era possível que Taehyung fosse tão bobo ao ponto de acreditar que era só voltar com sua cara lavada e tudo voltaria ao normal. Jeongguk agora tinha experiências, mais maturidade e mais responsabilidade do que nunca antes. Tinha um filho.
Lembrar de Dohyun foi o suficiente para que Jeongguk ignorasse os pensamentos que envolvessem Taehyung, ou as lembranças de quatro anos atrás quando se enroscava com seu chefe. Jogou tudo isso num baú no fundo da mente. Estava cansado, e toda aquela carga emocional fora o suficiente para deixar olhos vermelhos e uma dor de cabeça chata.
Não importa, afinal. Taehyung voltou, mas as coisas mudaram e iam continuar assim.
[...]
No domingo, Dohyun estava de volta. Estava dormindo em seu banquinho no carro cinza de Hyeji, bronzeado por ter passado o final de semana na piscina da casa dos avós. Jeongguk evitou um impulso de perguntar se eles tinham passado protetor na pele sensível da criança, se tiveram cuidado para que ele não acabasse engolindo água da piscina ou fosse muito pro lado fundo. Se conteve, já que sabia que aquele ato seria considerado um insulto a Hyeji, que sempre levava tudo para o lado pessoal.
Dohyun dormiu de domingo para segunda, e Jeongguk passou a noite sozinho, o que agradeceu, já que de vez em quando ficava meio aéreo, encarando às paredes, confuso. Mesmo que tentasse manter Taehyung longe, não conseguia.
Na segunda, teve que encarar que era seu dia de trabalho. Teria que manter sua rotina, provavelmente encarar seu chefe e todas as boas vindas que ele provavelmente receberia. Tentou não pensar naquele novo encontro, focando-se em acordar, banhar, vestir, alimentar e levar Dohyun para a creche. Acordou o menino com beijinhos em sua bochecha, levando-o, sonolento, até a banheira, onde daria um banho aquecido e o prepararia para o primeiro dia da semana.
Tudo correu normalmente. Vestiu o filho com uma calça bege e uma camiseta por debaixo de um casaquinho xadrez. Penteou e o perfumou, pegando a mochila azul do Pocoyo com tudo que ele precisaria para o dia. Conseguiu sorrir ao vê-lo dormir sentado enquanto o pai amarrava seus cadarços.
Deixou Dohyun dormir no sofá enquanto se arrumava, daquela maneira formal/estilosa que tanto gostava. Arrumou os próprios cabelos negros, sentindo o nervosismo retumbar em seus ouvidos em forma de coração acelerado. Respirou fundo, pegando a maleta preta e a mochila de Dohyun, arrumando o sonolento menino dentro da cadeirinha.
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O Diabo veste Vante - Taekook.
RomanceOnde, depois de quatro longos anos fora, o sem vergonha Kim Taehyung volta aos braços de Jeongguk como se nada tivesse acontecido. E, bem, o responsável estilista nunca deixaria fácil para o ex, tanto para o seu orgulho, quanto para o do filho de tr...