Só mais uma chance!

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Wei Wuxian e Lan Wangji eram estudantes do ensino médio, com amigos em comum.

Um dia todos se reuniram no intervalo. Wei achou o Lan muito interessante e misterioso, pelo fato de ser fechado, falando apenas o essencial, isso instigou a curiosidade de saber mais sobre essa pessoa, de ouvir mais a sua voz grossa que lhe causaram arrepios e parece hipnotizar.

O Lan no início se sentiu um tanto desconfortável, era comum todos se afastarem pelo fato de ser como é. Porém se acostumou depois de alguns dias com o Wei no seu pé, não necessariamente invadindo o seu espaço pessoal, mas se fazendo presente, puxando conversa, perguntando tudo o que podia e abrindo o melhor sorriso sempre que conseguia uma resposta. Wangji foi deixando que se aproximasse cada vez mais.

Após alguns meses, houve um dia em que Wuxian não apareceu. Esse dia passou muito devagar, nem o sol aquecia seu coração como a risada e a voz do Wei.

No dia seguinte ele estava presente de corpo, porém sua mente estava longe, deixando a todos ao redor preocupados. Não tinha sorriso, nem piadas. Em um momento do dia, os dois ficaram sozinhos entre uma aula e outra, o Lan se atreveu a deixar seu jeito de lado e perguntar o que estava acontecendo.

               - Wei Ying, o que aconteceu? Por que não veio e agora está tão triste? Eu posso te ajudar em algo?

Porém o que Wangji viu foi apenas um Wei com os olhos marejados se concentrando para não derramar uma só lágrima. Aquilo pesou no coração do maior, o que ele fez a seguir foi automático, tanto que se assustou com a forma confortável e natural que fez. Simplesmente deu um passo à frente e envolveu o menor em seus braços, deixando-o se aninhar em seu peito, dando conforto. Mesmo sem falar nenhuma palavra, aquele gesto já falava por si próprio, significava "eu estou aqui".

O Lan não tem ideia do quanto aquele abraço era necessário, o caso é que Wei teve alguns problemas em casa, e por sempre parecer feliz, ninguém imagina tudo o que ele guarda dentro do peito para não precisar explicar ou ser julgado, afinal um sorriso é sempre menos trabalhoso do que explicar um problema e ter apoio.

Depois desse dia as coisas parecem ter voltado ao normal, apenas com o diferencial que agora Wei se sentia mais livre em relação aos toques com o Lan, que não negava, gostava de sentir a pele quente contra a sua.

Sempre que podia, Wei queria andar com a mão apoiada no braço de Wangji, ou quando estavam sentados e ficava brincando com as pontas dos dedos nas coxas e joelho de Wangji.

Um dia Wuxian pensou ter passado dos limites, estavam na escola, sentados em um banco, Wei com os olhos fechados, cara de sono e um bico nos lábios, falou:

               - Lan Zhan, to com sono, me carrega?

No momento que falou ele não se deu conta, apenas quando sentiu suas pernas envolverem uma cintura fina e seus joelhos sendo segurados por baixo para dar apoio enquanto era levantado, rapidamente passando seus braços ao redor do pescoço para não cair. Com o rosto muito próximo sentindo o cheiro do shampoo ou qualquer coisa que fazia os cabelos do Lan sedosos e incrivelmente cheirosos. Todo o sono tinha ido embora, mas não perderia a oportunidade, apoiando sua cabeça no ombro do que o carregava, deixando seu nariz próximo ao pescoço, vez ou outra roçando na pele, apenas para sentir o toque da pele e o perfume delicioso.

Wei lhe abraçou apertado, enfiando seu rosto entre o pescoço e ombro, enchendo seu pulmão com o cheiro do Lan, imaginando que nunca mais seria carregado desse jeito por achar que estava ultrapassando os limites do maior.

O que ele não imaginava era que no rosto de Wangji tinha um leve sorriso, e um arrepio gostoso correndo pelo corpo.

O tempo foi passando, os dois sempre juntos, quando havia alguma comemoração na escola, eles ajudavam na organização, compareciam juntos, às vezes até vestiam combinando porque Wei adorava e o Lan nunca negaria nada para aquele sorriso.

E se uma briga boba se tornasse no seu maior pesadelo?Onde histórias criam vida. Descubra agora