Capítulo Único

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Uma história curtinha e engraçada para vocês! Boa leitura rs

Draco POV

Eu me sentia engasgando com uma mistura nojenta de sangue e saliva, de forma tão forte, que meu sangue parecia ter inundado meus pulmões, tornando a entrada e a saída de ar algo impossível.

Queimava como o inferno, e estando quase inconsciente, eu sentia que estava quase chegando lá.

Pela fenda de um dos olhos – aquele que não havia sido socado,  ainda conseguia enxergar mesmo que de forma embaçada, e eu via vários rostos conhecidos, e tantos outros mascarados.

De qualquer forma, eu conseguia deduzir quem seriam os mascarados, afinal ali dentro não havia escapatória. Ou você conhecia, e tinha poder sobre os outros, ou você era morto.

Era a verdade. E eu não fugiria mais dela.

Tentei me erguer, apoiando as mãos no chão, mas a maldita gravidade não permitiu, e eu escorreguei de volta, arquejando.

– Até que ele aguentou demais. Sempre achei que os Malfoy eram de implorar cedo pela morte – Ouvi uma voz ao longe dizer, e movi a cabeça para o vulto loiro que eu achava que era meu pai.

Tal movimento pareceu ser notado pelo Lorde, que riu ao ver o corpo pendurado.

– É uma pena não podermos dizer o mesmo do Malfoy pai.

E as lembranças de poucos minutos atrás queimaram ainda mais que o sangue em minhas narinas.

Meu pai havia cedido. A marulha que foi Lucius Malfoy, aos primeiros gritos causados pela maldição cruciatus em mim e em minha mãe foram o suficiente para ele.

Não precisou de tortura, de dor, nem nada. Apenas de nos ver sofrer.

Eu sabia. Eu via nos olhos dele que ele sabia que não sairíamos vivos dali. E para meu pai, a pior vergonha, e o maior sofrimento era o sentimento de ter fracassado comigo e com minha mãe.

Mas ainda assim, doeu ver ele abaixar a cabeça, com desistência.

E mesmo que eu estivesse gritando, assim como a minha mãe, a voz baixa e derrotada dele sobressaiu em minha cabeça, ecoando diversas vezes.

' Me mate. Eu imploro'

Eu queria ter conseguido parar de gritar para pedir que ele aguentasse um pouco mais. Só mais um pouco.

Não que eu acreditasse que o Lorde viria a perdoar minha família.

Aliás, eu não via nada que devesse ser perdoado.

Não era culpa de meu pai. Ou de minha mãe. Talvez... Talvez um pouco minha. Mas não era do meu feito admitir.

Eu havia sim forjado todos os meus planos de forma que fossem fadados ao fracasso, e que além disso, deixassem uma margem de desconfiança.

Eu havia decidido. 

Não iria matar Dumbledore.

Iria deixar para trás todas as pistas necessárias para que descobrissem as tentativas, e para que as parassem.

Potter, por mais duvidoso que tivesse capacidade mental para tanto, conseguiu desvendar todas as dicas.

E muito além delas, ele desvendou tudo sobre mim.

E com aquela facilidade que só ele tinha, ele me puxou para si.

Ele e a sua gravidade.

Então eu esperava o castigo.

Mas não daquela magnitude.

Com quase todos os comensais reunidos, e com meus pais, recebendo a culpa por terem m criado de forma errônea demais. Como se eu fosse defeituoso.

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