Karma I

510 41 11
                                    

Carreguem para entrar no clima do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=VN6OgfCQHkE

- A cirurgia foi um sucesso e graças a Deus removemos a bala e não afetou os nervos dela - ele deu a notícia com um ar cansado e aliviado.

A morena colocou as mãos nos olhos marejados e falou com uma voz trêmula e carregada de emoção - obrigada meu Deus, obrigada pela tua graça Senhor, muito obrigada!

- Mas ela ainda vai ficar alguns dias no quarto em observação - ele completou - foi uma cirurgia delicada e não podemos descuidar.

- Por favor, eu quero ficar com ela.

- Eu vou pedir autorização a direção.

Com passos mais leves, Juliette seguiu ao quarto onde a ex-sister foi transferida após algumas horas em observação pela equipe cirúrgica como reações pós-cirurgia e revisão da costura no braço enquanto a paraibana contatava a TeamJuliette e a TeamSarah pela maravilhosa notícia via ligações e mensagens de textos.

Nesse intervalo, aquela tentativa de assalto a nordestina mais falada e a Sarah Andrade baleada correu por todo o país no decorrer do dia e as redes sociais levantaram tags no Twitter como "Força Sarah", "Sarah merece respeito", "Orgulho da Sarah", "Cactos com a Sarah" e noticiários na televisão de várias emissoras citaram o caso sem contar as publicações em matérias de internet.

Juliette avisou a equipe que passaria a noite ali no quarto com a ex-sister que ainda dormia sobre efeito de remédios fortes. Ficou zelando pela loirinha até cair no sono de cansaço por um dia tão recheado de sofrimentos, tensão e dor.

Ao escutar o som ensurdecedor de uma moto em alta velocidade correndo pela pista noturna, a pitica abriu os olhos vagarosos naquele quarto com baixa iluminação por causa do horário, notou que estava com a cabeça encostada no colo da Sarah adormecida. Sentou-se lentamente e percebeu uma linha branca, brilhante, grossa e estranha que ligava sua mão na mão da loira.

Observou a linha grossa dar lugar aos poucos a uma linha tênue que parecia quebrar a qualquer instante e começou a sentir um medo e agonia no coração.

- Oxe que isso? - Juliette pensou alto e a resposta ecoou na sua cabeça.

- ... está acabando.

De repente, a paraibana abriu os olhinhos assustados e ficou aliviada ao constatar que era um sonho no mínimo intrigante embora ficasse encucada com aquelas palavras sussurradas nos ouvidos. Tocou suavemente a tez gelada da loira quando viu a mesma despertar e mexer o maxilar.

- Hum - Sarah murmurou.

- Sarah? - Juliette disse.

- Nossa - ela abriu os olhos cor de mel que ainda pareciam perdidos no tempo e espaço e perguntou - quanto tempo que eu dormi?

- Tu não lembra de nada?

- Eu lembro mais ou menos - ela tentou se mexer e sentindo o braço pesado e dolorido, falou baixinho - ai caceta...

- Não, não, não pode se mexer de jeito nenhum - ela disse, e impedindo da loirinha mover o corpo, completou - tu levou um tiro muié pelo amor de Deus fica quieta.

- Mas o máximo que ia acontecer era eu perder um braço - falou com um leve sorriso.

- Tu é louca de falar um negócio desses - disse, brava - não brinca com uma coisa tão sério carai.

- Ai, Juliette eu quis dizer que não ia morrer de qualquer jeito - continuou - e nem posso - respirou fundo - tem uma coisa grande que está acontecendo na minha vida e preciso viver isso.

After (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora