A escolha de um caminho

A conversa

                          
Carla estava no aeroporto já pronta para o embarque, até que lembrou de mandar mensagem para o Arthur, mas quando pegou o telefone já havia uma mensagem dele dizendo:

"Oi Carla, quero desejar uma boa viagem, que seja tranquila. Quando chegar se puder conversar comigo estou à disposição. Beijos! "

Quando leu sabia exatamente o que ele estava sentindo, o conhecia  tão bem, que sabia que ele estava ao passo de ter uma leve crise de ansiedade. A mensagem também estava meio sem contexto, tipo de quando ele está perdido nos pensamentos. Ela deu um sorriso quando o imaginou mandando a mensagem todo nervoso e dizendo que achava que ela não o responderia, quase soltou uma gargalhada com seus pensamentos. Logo a chamada para o seu voô interrompeu sua imaginação, então, ela pegou o celular para responder a mensagem, antes de entrar no avião e não conseguir, escreveu o seguinte texto:

"Oi Arthur, obrigada! Também espero fazer uma boa viagem, estou embarcando nesse momento. E claro que assim que eu chegar aviso a você. Aí vamos podemos conversar hoje ou amanhã, mas é óbvio que iremos ter essa conversa. Não esqueci do combinado!"

Enviou a mensagem e em menos de 3 minutos obteve resposta:

"Tudo bem, vou aguardar você avisar o horário. Que Deus te acompanhe. "

Ela só teve tempo de responder:

"Obrigada, beijos! "

O voô inteiro Carla recaptulava o que havia acontecido na sexta-feira, o toque, o cheiro, a voz ainda eram tão presentes na sua memória que às vezes chegava a pensar que podia escutar a voz de Arthur e sentir-ló perto.
Durante todo o voô Carla veio pensando no que dizer, no que iriam conversar e quais as possibilidades que tinham a serem pensadas.
                      .......................

Arthur estava ansioso, mas aliviado por ela ter respondido sua mensagem, já havia pensado em um monte de coisa, desde que acordou. Seus pensamentos variavam de "ela nunca mais vai me responder "até "vai dar tudo certo ". Uma oscilação típica dele.
Ele estava bem inquieto, mas sabia que haveria de esperar até ela chegar descansar um pouco, para assim poderem se ver e conversar, estava maluco de vontade de abraçá-la. Estava perdido em pensamentos até o seu telefone tocar, ele atendeu:

- Alô.
- Bastião aqui é Rodolfo, tamo aqui no Rio, eu mais Caio, vem aqui no hotel, para gente prosear. - disse Rodolfo amigo dele.
- Fala bastião! - ele riu.
- Vem para cá moço!
- Vou tomar um banho, me arrumar e passo aí, mas talvez não demore. Vou ter um compromisso depois.
- Tudo bem, mas venha mesmo.
- Eu vou, Thiago já tinha mandado mensagem aqui.
- Vou te aguardar!
- Beleza.

Já era de tarde quando ele decidiu vestir uma roupa e ir até os amigos, mas já estava preparado para que a qualquer momento se retirar da companhia dos amigos caso necessário. Pegou sua mochila, colocou algumas coisas que poderia precisar, como carregador portátil, cabo de celular, carteira, óculos, fone, escova de dente e demais coisas. Saiu ao encontro dos amigos. Pouco depois chegou no hotel, estava com a cabeça um pouco pensativa demais até que seu amigo Tiago perguntou:

- O que foi brother? Tá desligado cara.
- Nada não, só esperando um telefonema ou mensagem.- ele não parava de olhar o telefone.
- É sobre ela, né?
- Sim.
- Quer conversar sobre?
- Ainda não tem o que conversar com você.
- Vocês já se viram?
- Talvez hoje, mas não é certeza. Ela está chegando de viagem e deve querer descansar.
- Isso é verdade, mas irmão se você gosta mesmo vai na fé, e fala tudo que sente. Seja sincero!
- Valeu, vou fazer isso! Mas não é tão simples. -Arthur não quis entrar em detalhes, preferiu guardar o que aconteceu para si.