Notas Iniciais:
Aqui vou eu, para mais um capítulo!
Tenham uma boa leitura e não me matem!________________
O burburinho quando entrou na sala estava alto.
Havia um cara estranho na sala dos espelhos. Com o rosto cheio de cicatrizes fundas de queimaduras. Ele era assustador, mas não estava dando bola para o os sussurros sobre ele.
E Peter estava ao lado dele, em uma conversa animada. Tony não soube se devia se aproximar ou não. Por sorte Yao chegou e o guiou pelo ombro até os dois, o fazendo se sentar ao lado de Peter e deixando um espaço para que ela própria, e só então ele percebeu que toda a sala estava dividida em três grupos, alguns maiores que outros, sendo eles o com menos pessoas.
E, é claro, todos tinham uma pasta entre eles. Como a pasta branca na mão dela.
Que ela logo jogou em seu círculo improvisado.
-- Bom, a menos que algum de vocês seja contra, esse grupo ficou com o romance gay. -- Ela olhou de Peter para Tony, mas nenhum discordou.
Quer dizer, Tony já esteve com caras. Geralmente eles tinham menos apego emocional que as garotas, então era muito mais fácil se livrar deles na manhã seguinte, além de que o prazer que tinha com eles era melhor que muitas fodas com mulheres que teve por aí, então compensava todo o trabalho de prepará-los para tal.
A única questão que era Peter ali, e não qualquer garoto que encontrasse fácil em uma balada. Era o garoto legal e tímido, que mal falava com comigo pessoalmente. O garoto doce que talvez não quisesse ser exposto dessa forma em um espetáculo público.
Tony revirou os olhos ao ver o rumo de seus pensamentos, mesmo que a preocupação permanecesse. Não era como se fossem realizar sexshow. Era apenas uma peça, e nem beijo teria, pelo que se lembrava das discussões de Yao sobre o conselho a vetando.
-- Em um primeiro momento eu penso em Wade como Caio e Peter como Tomas. Tony pode ser Elias e Clara, que está no grupo vermelho, será a irmã de Peter, já que as histórias precisam estar interligadas.
-- Em um primeiro momento? -- O cara esquisito, Wade, perguntou, enquanto Tony folheava as páginas para entender com qual papel ficou, já que ainda não tinham trabalhado nomes nos rascunhos.
-- Você sabe como as coisas podem acabar mal se não falarmos com o conselho primeiro.
-- Nós somos o casal? -- Peter perguntou, um pouco confuso.
E só então Tony perceber que o garoto apontava de si mesmo para Wade. Não para ele.
-- Sim, mas mesmo qse escolhermos Tony, ele ainda é legalmente adulto. -- Yao cruzou os baços. -- Quer dizer, podíamos usar Wade e Tony como casal, mas eles não combinam tanto como você se encaixaria com qualquer arranjo.
-- Você completa dezessete esse ano ainda? -- Wade perguntou desapontado.
-- É. Quer dizer, eu meio que pulei um ano na pré-escola. -- Peter explicou, fazendo pouco caso. -- Mas isso seria meio hipócrita, considerando que a escola abafou o caso daquele professor com a aluna do segundo ano. Ela tinha a minha idade, e ele devia ter uns cinquenta. Aquilo sim devia ter sido considerado coarção de menor, já que ele estava abusando da autoridade dele e manipulando a menina.
-- É complicado, mas esse é um argumento válido. Vocês podem ir lendo o roteiro enquanto vou monitorar os outros grupos, okay?
-- Então... eu sou o figurante? -- Tony perguntou com descrença, vendo que suas aparições eram poucas. Bom, ele incentivava o protagonista a ir atrás do seu amor sem se importar com o julgamento dos outros, o que seria muito legal em seu ponto de vista, mas não era agora porque o casal em questão estava conversando com risinhos sobre suas falas, e o Cara de Asteróide estava tocando o braço de Peter a todo instante. Não que isso devesse incomodar Tony.
-- Eu pensei que você não quisesse um papel muito trabalhoso, já que está aqui obrigado. -- O intrometido disse, com falso ar de confusão, porque Tony sabia que ele estava cutucando.
O moreno respirou fundo, sabendo que estava exagerando em suas reações quanto ao novo integrante da turma, mas não sabia de onde vinha tanta irritação irracional. É claro que no começo a ideia de estar ali era chata, mas bastou um segundo dia pintando aquela parede que participar já não parecia tão mal, e considerava a galera do Teatro como uma segunda turma, mais do que via metade do time de futebol que devia ser sua família na escola. Mas bastou um segundo olhar para o joelho do cara encostando na perna do Peter para que todo aquele auto-discurso moral sobre exageros evaporasse.
-- Não gostei do seu tom. -- Tony disse, se segurando para não trincar o maxilar ou ranger os dentes ao ver a surpresa arrogante dele.
-- Como é que é? -- Ele perguntou, cruzando os braços fortes, arrumando a postura e perdendo contato com o castanho, o que Tony agradeceu sem saber o porquê.
-- Você fala como se eu fosse um criminoso cumprindo pena. -- Tony cuspiu as palavras.
-- Bom, vandalismo, dano ao patrimônio público, crime de ódio e homofobia se enquadram nisso. -- Ele disse com uma falsa alegria e calma irritante. Tony notou como Peter se encolheu com as palavras, como se isso o machucasse. -- Você teve muita sorte de não ser indiciado.
-- Não fui eu. -- Fez questão de inteirar, mas Peter continuava com aquela expressão dolorosa e com aquele distanciamento palpável de Tony.
-- Então quem foi? -- Ele continuava com a falsa animação, própria para irritar, e se não tivesse preocupado com Peter naquela hora, ele teria dado um murro no rosto já deformado dele.
-- Eu preciso ir ao banheiro. -- Peter se levantou, um pouco pálido, se despedindo enquanto o fazia. -- Com licensa.
Tony esperou até que o garoto passasse pela porta para se levantar e ir atrás dele, ignorando o chamado do idiota que começou aquilo tudo. Ele seguiu até o banheiro masculino mais próximo, diminuindo os passos a chegar.
Peter estava molhando os pulsos, parecendo ainda mais cansado que antes, se apoiando na pia e respirando fundo. Tinha alguma coisa muito errada com ele.
-- Peter? -- Tony chegou com calma, mantendo alguma distância para não assustá-lo. -- Tudo certo com você?
-- Sim, sim. -- Ele ainda molhava os pulsos, mas desligou a água antes de se virar, apoiando as mãos na pia atrás de si. -- Só uma queda de pressão, mas já passa.
-- Você quer que eu chame alguém? -- Tony sequer pensou antes de entrar no espaço pessoal do garoto, para o caso dele desmaiar ou algo assim. O menino percebeu, é claro, mas não disse nada a respeito, e a proximidade fez com que Tony notasse a palidez estranha nele, além das olheiras que não tinha percebido antes. -- Quer que eu busque um pouco de sal na cozinha?
-- Sal? -- Peter perguntou, o olhando finalmente com confusão. -- Porque sal? -- É claro que Tony notou como a pupila dele estava dilatada, cobrindo os tons amendoados e as manchinhas douradas e verdes que ficavam próximas daquele círculo escuro que cercava a íris dele. Ele devia ter um dos olhos mais bonitos que já vira.
-- Para colocar em baixo da língua. Ajuda a regular a pressão, não é? -- Tony disse como se fosse óbvio, o que arrancou um risinho de Peter, que preferiu olhar para a porta ao invés de continuar o contato de antes.
-- Uma água já estaria bom, Tony. -- Ele passou por ele para sair dali.
-- Eu busco. -- Tony se manteve por perto para o caso dos passos dele vacilarem, o deixando sentado no banco e indo ao bebedor ali perto, finalmente pensando em como traria a água para o garoto já que não era como o da sala dos professores que precisava de copos. As pessoas deviam se inclinar e abrir a boca, simples. Mas não havia como levar a água até alguém.
A sobrancelha arqueada de Peter, acompanhada de um sorriso desafiador indicavam que ele já havia percebido isso. Tony sorriu em desafio também, voltando para a sala e pegando a garrafinha.
Ele não era do tipo que desistia rápido.
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Notas Finais:
Wade Fucking Wilson na área. Tony ciumento( sem saber que está nessa situação) e uma peça pela frente. O que poderia dar errado?
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P.S.: Eu te odeio
FanfictionDepois de ser expulso de um internato em Manhattan, Tony Stark se vê obrigado a voltar a morar com seu tutor, Obadiah Stane, no Brasil. Porém, as coisas não estão mais no seu controle. Seu tutor o obriga a estudar em um colégio público, já que o Mag...