Seul, Coreia do Sul – 23:05 p.m.
Jane
— Jungkook, fica quieto ou eu vou jogar álcool nesse troço! — Disse eu, com a voz carregada de cansaço e impaciência.
Nós havíamos subido para o quarto dele, após muita insistência de minha parte. Seria mais confortável para ele descansar depois de passar pela sutura e retirada da bala. No entanto, a teimosia dele tornava tudo mais difícil.A ferida era feia, mas não tão profunda. Bastava enfiar a pinça e remover aquela bala. Tudo já estava ao meu alcance, enquanto Taehyung observava o amigo se queixar, incapaz de ficar quieto.
— Será que você poderia calar a boca e deixar ela terminar logo isso, cara? A ferida não para de sangrar — Jungkook bufou, dirigindo-se a Taehyung e juro que tive vontade de apertar aquele nariz enorme dele para fazê-lo parar de reclamar.
— Você tem certeza de que não vai morrer com isso? — Areum entrou no quarto, trajando sua típica roupa de couro, e sentou-se do outro lado de Jungkook.
— Se eu quisesse matá-lo, já teria feito! — Peguei a pinça e, com a ajuda de uma luz, localizei a bala. Com firmeza, segurei o metal e a puxei para fora. — Eu teria direcionado essa bala para um tendão, fazendo-o perder parte dos movimentos ou causando danos em vários órgãos.
Não havia anestesia, e mesmo se houvesse, duvidava que o durão do Jungkook a aceitasse. Ele sempre dizia que já havia passado por situações piores. Tudo isso parecia apenas alimentar ainda mais seu ego, já que as anestesias visavam a segurança humana.
— Pronto, agora vou apenas limpar e costurar. Vai levar quatro pontos — peguei as gazes, umedeci as mesmas com soro e comecei a limpar todo o sangue. Sentia a respiração de Jungkook em minha testa, seu hálito de menta, os olhos desviados para meus seios quase à mostra. — Você precisa ficar em repouso por pelo menos uma semana — disse, avisando-o.
— De jeito nenhum. Em uma semana, Yoongi pode acabar com a minha vida — Jungkook aproveitou a presença de Areum ao seu lado e colocou a mão em seu peito. Nojento.
— Vai acabar com a sua vida se não se recuperar direito — suspirei. — Se ficar de teimosia vai perder o movimento dos braços então sugiro que fique quieto — menti, tentando assusta-lo e logo em seguida preparava a agulha, planejando demorar o suficiente para que ele sofresse por me fazer ter a vida mais miserável possível!
— Você não sabe de nada, garota! — Jungkook bufou.
— Esta visão é dos deuses — seu sorriso malicioso para meus seios quase à mostra fez Areum bufar.
— Pelo amor de Deus, Jungkook, você já teve melhor gosto em mulheres. — Areum disse.
— Serio? Se for pensar em você eu diria que ele nunca teve um gosto muito bom... — Disse me defendendo.
— Ah, droga! Devagar, caramba! — Jungkook esmurrou minha mão por reflexo, e se eu não tivesse soltado a agulha, teria perfurado meu antebraço completamente.
— Se toca, Jungkook. Fica quieto e me deixa fazer isso — olhei para TaeHoseokg, que estava mexendo no celular. — Você poderia levar essa mulher daqui?
— Hum, está querendo ficar a sós comigo? — Por que Jungkook tinha que ser tão imaturo? Droga. Esqueci que ele era um homem.
— Estou, para te esfaquear — Areum foi arrastada por TaeHoseokg para fora do quarto, e a porta foi fechada, deixando-nos a sós. Concentrei-me novamente, fiz os pontos, limpei novamente e apliquei o medicamento em forma de spray.
— Se você ainda for tomar banho, sugiro que coloque as gazes depois — vi ele suspirar, estava cansado.
— Você poderia colocar as gazes, tenho muita coisa para fazer ainda — concordei, arrumando as gazes e o esparadrapo. Com cuidado, comecei a aplicá-los em toda a região de seu ombro esquerdo. — Não vou dormir agora. Nem mesmo tenho certeza se vou dormir.
— Pronto. Fique deitado por algumas horas pelo menos, caso contrário, vai reclamar que não está melhorando — falei ao ver que ele já estava prestes a se levantar.
— E você é humano, precisa dormir. É por isso que seu metabolismo está tão lento.
Joguei todas aquelas gazes sujas numa sacola ao pé da cama, cansada de flexionar os músculos para fazer aquela sutura.
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DANGER | Livro I • JJK
FanficNuma vida torbulenta Jane se vê em uma encruzilhada, a morte de sua avó vem num momento repentino onde a faz ter que tomar uma decisão. Continuar em seu país natal ou ir ao outro lado do mundo morar com seu pai e tentar uma nova vida. Entre desavenç...