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Nota ligeira: eu acho que Langer conta como um meio que OC, mas é a minha interpretação de um VV!Gradient. Rouge não fez, então eu mesma cuidei. Escrevo porque achei que havia deixado claro na descrição da aparência dele, mas aparentemente não, ops, erro meu.

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Mau havia amanhecido quando Langer acordou. A luz da manhã tinha saído o bastante apenas para ver pouco mais do que os contornos no lado de fora da janela.

Não foi porque quis. Aquela sensação ruim havia voltado, o fazendo sentir que ia passar mal a qualquer momento. Estava debaixo do braço da mãe, então precisou sair com cuidado, mas não queria continuar lá dentro, sufocava. Tentando fazer silêncio, colocou camadas a mais de roupa, abriu e escalou para fora da janela.

Parece que, em sua agonia para sair, esqueceu que o quarto era em um lugar alto. Mas a queda não machucou, ainda bem. Se mexer naquela neve era outra história. Estava mais fofa do que estava acostumado, mas também mais alta. Quando pôs a mão nela a mão parou antes de tocar no chão. Tudo isso em uma noite? Pelo menos estava certo, sair e se afastar ajudou a tirar aquela sensação irritante.

Irritante parecia o jeito certo de falar. Por que só veio quando chegaram, e lá chegava do nada? Não fazia sentido. Era para ter ou não ter.

Apenas a alguns passos de distância, já estava aliviado de vez. Ia voltar, é claro. Mesmo se não quisesse, não poderia ir muito longe.

-- Ei, garoto.
Se virou no susto, para ver de onde a voz veio. Também parecia ter saído sem pensar muito pelas roupas, o moço que havia visto na noite anterior, o que também era um esqueleto. Ele tinha ossos pretos, como o menino, mas tinha sardas coloridas e as órbitas rosa. Era bonito.
-- O que faz aqui fora?

-- O quarto é abafado, passei mal.
Era... diferente. Naquele lugar todo fechado, com luz ruim, parecia uma assombração. Embaixo do sol da manhã, era só um adolescente.
-- E você?

-- É um segredo, garoto.

-- Eu também saí em segredo. Você não conta que eu quase vomitei e eu não conto o seu.

O menino não sabia o porquê, mas o que falou pareceu ter sido engraçado para o mais velho, pelo balanço sugerindo uma risada.
-- Vomitar não é perigoso, garoto.

-- Meu nome não é garoto, é Langer. E se é perigoso, então eu devia contar.

O rosto do mais velho mudou, para um que sabia que significava que segurava a própria raiva, mas não desviou o olhar. Podia fazer cara de bravo, mas podia dizer que não era realmente perigoso. Só depois de um instante de silêncio que lhe respondeu:

-- Eu vim me encontrar com alguém.

-- Alguém perigoso?

-- Não, mas o encontro vai ser se os outros ficarem sabendo, então mantenha segredo, ok?

Langer concordou com a cabeça, e o adolescente pareceu feliz. Mas em vez de se afastar, se aproximou e abaixou.

-- Só vai ficar aqui fora?

-- Por enquanto. Não conte e eu não conto.

-- É um acordo, então.

Deram um aperto de mão para fechar o acordo, então o mais velho se levantou e afastou, indo para alguma outra parte do castelo.

O encontro vai ser perigoso se os outros souberem, mas a pessoa não? Então, o perigo é para o moço, para os outros ou para essa pessoa? É alguém que os outros não gostam?
Em uma momento lhe voltou algumas das histórias que sua mãe contava antes de o pôr para dormir, em que às vezes dois grupos (ou duas famílias) não se gostavam, mas o motivo era tão velho e passado de boca em boca tantas vezes que ninguém sabia se era verdade, ou se valia a pena se fosse. Talvez fosse algo assim. Alguém de um grupo que os outros não gostavam sem motivo (ou quase) mas ele não acreditava ou não se importava.

Vampire Verse - Sun and MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora