2- Não defenda o demônio, Lil.

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Dylan Sprouse enfiou as mãos nos bolsos.

Droga, ela estava linda.

Ele não esperava que a própria reação fosse ser tão forte.

Depois de apenas alguns meses, esperava que tudo parecesse exatamente igual. Infelizmente, isso não aconteceu. Era tudo muito difícil. A mulher era o pecado ambulante, tinha curvas onde os caras mais gostavam. Sua roupa apenas destacava as
curvas e fazia a luxúria atingir diretamente os locais errados de qualquer homem sentado em uma cafeteria.

O cabelo curto e loiro de Lili ostentava volume, e os olhos azuis profundos pareciam destacar tudo lindamente. Acrescente-se a isso as duas covinhas mais lindas deste mundo, e ele estava pronto para jogá-la sobre a mesa e se dar bem com ela.

Se alguém poderia tirá-lo do mercado, esse alguém seria Lili, não que ele jamais
permitisse isso.

Tinha feito esse caminho com Lili várias vezes. Eles namoraram no ensino médio, mas logo descobriram que eram melhores como amigos.

Ou talvez ele não conseguisse se controlar?

Provavelmente era uma mistura das duas coisas, mas quem namora só uma pessoa
no ensino médio?

A gota d'água do relacionamento dos dois aconteceu depois de uma noite de bebedeira na faculdade. Eles dormiram juntos. Foi uma longa noite, exceto pelo fato de que ele jamais se perdoaria pela dor que provocou nela no dia seguinte. Mas o que ele deveria fazer? Dizer "obrigado"?
Transar com a melhor amiga não tinha sido uma escolha das mais inteligentes.
Infelizmente, ele não percebeu isso até ser tarde demais.

Ele foi o primeiro homem dela.
Deixar Lili tinha sido uma das coisas mais idiotas e, ainda assim, mais necessárias que
ele já fizera. Os dois continuavam sendo gentis um com o outro, mas a amizade nunca mais foi a mesma depois que dormiram juntos.

O que sempre fora considerado um jeito de aumentar o vínculo entre duas pessoas acabou sendo o catalisador que arruinou uma vida inteira de amizade.

Eles se evitaram o máximo possível durante os anos seguintes. Na formatura de Dylan, ele deu um abraço rápido nela e nunca mais olhou para trás.
Nem jamais pedira desculpas.
Não que fosse totalmente culpa dele, mas mesmo assim.

Vê-la novamente era assustador, mas era um mal necessário.
O conselho diretor tinha insistido que, se ele não limpasse a própria imagem, a empresa teria prejuízos. De acordo com eles, já estava tendo. Mas como ele poderia saber que a garota com quem estava dormindo era uma prostituta? Afinal, estava em Seattle, e ela era linda. Não tinha pensado que ela iria à imprensa ou que fotógrafos estariam convenientemente do lado de fora do W Hotel no centro da cidade depois de uma escapada noturna da qual ele ainda não conseguia se lembrar totalmente.

A cereja do bolo foi quando a mãe dele ligou e disse que a avó tinha sofrido um derrame por causa da relação de Dylan com prostitutas. É claro que não era culpa dele a avó ter um coágulo, mas mesmo assim.

Uma semana depois, a avó ligou para ele e lhe deu um ultimato. Se ele levasse Lili
para vê-la antes de morrer - palavras dela, não dele -, tudo seria perdoado. Ela insistiu tanto que Lili fosse visitá-la no fim de semana do Dia do Trabalho que Dylan não conseguiu dizer não.

Por acaso, uma fotógrafa do Seattle Times também visitaria a família em Portland. Ela prometeu tirar umas fotos dos dois juntos no avião, além de ótimas fotografias da pedra gigante no dedo de Lili.

Dylan deu um sorriso irônico. Às vezes ele era tão brilhante que se assustava. O que
poderia dar errado? Ele era o herdeiro do cargo de CEO da Sprouse Enterprises. A empresa valia um bom dinheiro. Depois de limpar sua imagem, a avó não apenas o apoiaria, mas daria um empurrão extra na diretoria para nomeá-lo o mais jovem CEO do mundo.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora