Capítulo 13

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Eventualmente, Gil adormeceu, ainda parecia febril, mas não resmungava ou se contorcia mais. A melhor coisa parecia ser deixa-lo descansar em paz. Mas quando eu voltei para meu quarto, Sarah correu para me seguir.

Ela não me ajudou com o Gil e continuou dizendo que estava com sede, mas não deixava pegar água.

-Você precisa de algo? - questionei - Eu acho que os outros finalmente dormiram.

-E agora podemos estar sozinhas juntas, não podemos? Estive esperando o dia todo - ela falou, com um sorriso.

-Estou cansada, só quero ir pra cama - murmurei e o sorriso dela sumiu.

-mas...

-Sarah, vamos lá - pedi, perdendo a paciência- se você quer tanto assim ficar aqui, senta na cadeira e me deixa dormir.

Aquilo pareceu apaziguá-la e ela sentou na cadeira, os olhos trancados em mim o tempo todo. Foi estranho, mas eu estava muito exausta desses quatro dias para discutir enquanto deslizava sob as cobertas e fechava os olhos.

Não tinha ideia de quanto tempo dormi, mas acordei com um barulho alto e, quando eu virei na cama, eu vi uma garrafa de água vazia dou esconderijo esmagada entre as mãos de Sarah, outro vazio ao seus pés.

-Hey, eu estava guardando esses para o Gil - exclamei - quanto você bebeu?

Nós estávamos com pouca água do lago desde que todos ficaram doentes. Eram as últimas garrafas do navio.

-Tudo isso? Eu disse que estava com sede, querida - ela se explicou.

-Então descesse as escadas! - esbravejei. Empurrei as cobertas para longe e me aproximei de Sarah. A neblina era óbvia em seus olhos, mas eu estava tão puta com o negócio da água e estressada por todos esses dias que não liguei - Gil é seu amigo, ele está doente. Todo mundo está doente, incluído você! E você é a única médica que temos. Então, tente sair, apenas por um minuto. Me diga o que fazer!

-Ele vai ficar bem, Juliette - ela falou, com um sorriso - e não importa enquanto temos uma a outra.

-Mas que porra! - exclamei - Isso importa! A Sarh que eu conhwço se preocupa com as pessoas, mesmo que ela tente não mostrar isso. Toda vez que eu me machuquei, você estava lá e você também estava cuidado do Gil! Agora você é apenas...

As lágrimas derramaram em uma bagunça quente no meu rosto antes que eu pudesse fazer qualquer coisa para impedi-las, e Sarah apenas me olhou confusa.

Havia uma saudade lá, tentando entender o que estou dizendo, mas nada estava passando.

-Eu tenho esperado que você fizesse uma piada, sabe, algo para me informar que você ainda está ai - minha voz saiu embargada pelo choro - a pessoa que eu...

Meu peito doeu na realização, coração doendo como se eu tivesse sido baleada, mas não havia nada que eu pudesse fazer, exceto limpar as lágrimas.

Fiquei um pouco surpresa quando seus braços me rodearam, e mesmo que não seja o conforto exato que estava procurando, enterrei meu rosto em seu ombro.

-A pessoa por quem me apaixonei - sussurrei - Deus, por que agora? Você não pode me entender.

Sarah se afastou de mim bruscamente me assustando, ela rompeu nosso abraço e me olhou nos olhos. A loira balançou a cabeça com força, apertando brevemente suas têmporas antes de respirar fundo.

-Essa não foi a melhor confissão que já ouvi, mas suponho que conte - ela falou com um sorrisinho de lado.

Espere... ela é... diga-me que isso foi sarcasmo.

Castaway - A Aventura do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora