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  Nessa madrugada, tinha sido o melhor e o pior dia da minha vida. O melhor porque eu e Noah nos beijamos e eu sentia tanta falta disso. O pior porque a senhora Aurora, nos deixou. De alguma forma eu sentia que ela tinha cumprido sua missão até aqui, mas de qualquer forma, a gente nunca está preparado para perder que nós amamos. A maneira como ela acreditava fielmente no amor me inspirava. A maneira como ela era cúmplice de coisas bem pessoais entre mim e Noah, só me fazia sentir vontade de a abraçar bem forte, de tamanha alegria por ela ter estado na minha vida e por ter guardado nossos segredos. Falando nele, ele estava muito mal com a partida de sua vó, ficamos a madrugada toda resolvendo as papeladas da morte dela. Eu não conseguia ver ele daquela forma e não chorar, mas a senhora Aurora tinha pedido para que eu estivesse ao seu lado nesse momento. O que mais me surpreendeu foi ver a família do Noah chegando até o hospital e nada da Charlotte. Ela nem sequer veio dar apoio nesse momento tão doloroso para seu noivo.

- Anne, sabe que eu fico pensando. Ela só estava esperando você vir até aqui, para partir. - fala a mãe do Noah.

- É. - falo sorrindo fraco e Noah, que estava sentado ao meu lado, sorri pegando em minhas mãos. A gente de alguma forma, estávamos tentando ser fortes juntos.

- Noah, vão para casa, daqui algumas horas vai ser o velório... Então, tentem descansar um pouco. - fala a senhora Lauren.

- Não mãe, vou ficar aqui. - fala Noah firme com sua decisão.

-Anne, por favor, o convença. - fala Lauren. - A sua irmã, irá precisar de sua ajuda com a Sarah, imagina como a pequena não está. - diz olhando para Noah e depois vai cumprimentar seus parentes.

-Vamos. - falo para Noah.

-Eu não sei se vou conseguir olhar para a Sarah, ela era apegada a minha vó... - diz triste.

-Eu estou aqui, Noah. Estou aqui para apoiar você no que for preciso. - digo e ele sorri.

-Obrigado.- diz e vamos até a garagem. - Você quer me acompanhar até em casa? - fala e eu sinto as lembranças dessas palavras nostálgicas.

-Eu não sei, a gente só vai causar mais problemas... - falo e ele pega em minhas mãos. Ai porquê seu toque me causava um frio na barriga?

-Anne, já causamos problemas o suficiente. - fala e eu vejo um flash. Olha, que incrível.

-Entra no carro! - falo e ele fica confuso. - Acabaram de tirar uma foto da gente.

-Ai não. - diz entrando no carro.

  Noah começa a andar com o carro e vejo alguns paparazzis sair de seus esconderijos. Essas fotos iam causar tanto problema. Já estávamos distantes do hospital e estávamos em uma avenida a beira mar, apreciava a bela vista, o dia estava amanhecendo, o sol estava dando suas caras aos poucos no horizonte.

- Nossa, você não compra mais aquelas balinhas? - falo olhando em seu carro. Ele sorri me encarando.

-Elas estão em falta nos mercados. - diz.

-Não acredito. Que horror. - falo em tom de desespero, eu amava aquelas balinhas, o Noah comprava especialmente para mim, quando a gente ia para algum lugar. As lembranças só aumentavam, ele também parecia estar lembrando desses momentos, já que parecia pensativo.

  Chegamos na casa dos pais de Noah e entramos avistando a Sarah na sala tomando um copo de água.

- Oi, Sarah. - diz Noah se aproximando dela. A mesma se surpreende com a chegada de seu tio.

-Oi titio. - fala o abraçando. - Tia, que saudade de você! - fala correndo ao me ver.

-Oi pequena, também estava com saudades de você. - falo a abraçando.

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