First step.

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Boa leitura e boa sorte se em algum momento no enredo aqui escrito, você se identificar com algum sentimento descrito e/ou personagens <3
Obrigada por dar uma chance para a estória :)
        
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 Paixão platônica é um saco. É simplesmente isso, não tem outra expressão mais elegante para se usar. 

Em geral paixões são complicadas, talvez a não ser aquelas que você sente por algum famoso que acha extremamente bonito, e mesmo que saiba que nunca teria uma chance de fato terminar junto a ele, fantasia momentos e uma possível vida junto a ele. Faz parte da vida ter momentos assim, por mais que para alguns o sentimento seja como um fardo, estar apaixonado por alguém tem seu quê de beleza.

Mas talvez, estar platonicamente apaixonada por sua melhor amiga, seja um pouquinho pior do que em outros casos e seja ainda mais difícil lidar com todo o sentimento enclausurado em um cantinho de si, esperando um momento para ir embora, porque não pretende se revelar para quem o causa.

Esse era o caso de Millie Quint já havia alguns anos.

Jude era a típica garota que atraía olhares de todos por onde passava. Completamente compreensível dada a sua espetacular beleza. Não foi diferente com Millie, que por mais tarde que tenha percebido sua paixão pela melhor amiga, viu esse momento de fininho chegar e avassalar qualquer resquício de sanidade que a morena poderia ainda ter.

Por mais que Jude fosse assumida lésbica, Millie sabia que nunca iria ter a chance de dizer a mesma como se sentia em relação a si e talvez receber uma chance, era quase um fato, a loira nunca havia olhado para a de olhos castanhos dessa forma. Entretanto, a euforia que sentia todas às vezes que a garota segurava suas mãos ou a abraçava apertado, parecia de alguma forma acalentar o coração apaixonado da menina com os cabelos castanhos.

 Talvez faltasse um pouco de amor próprio nessa equação, mas Millie não ligava, não quando os pequenos toques de Jude pareciam fazer valer a pena ter seu coração de pouco em pouco esmagado todas às vezes que a amiga aparecia com alguém novo.

Do outro lado da história, estava Flora. A menina problema do colégio, que todos pareciam de certa forma admirar. Ela nunca foi o tipo de pessoa que se deixava ser limitada por regras. E mesmo que Flora tivesse boa parte das pessoas que poderia querer, interessadas em si, ela insistia em sentir o coração acelerar toda vez que ela esbarrava o olhar no seu. Irônico, não? 

Poderia ser um daqueles clichês em que o protagonista quer apenas aquela pessoa que não corresponde ao sentimento, mesmo tendo outras que fariam de tudo para estar consigo, e em algum momento esse alguém começa a retribuir seus sentimentos ao ver a pessoa incrível que o protagonista é. Mas não era, porque Flora sabia que Amelia Quint já havia notado sua existência algumas vezes ao menos, é o que se dá como consequência a um histórico de trabalhos em dupla quando eram menores. Ainda sim, estava presa em uma corrente melancólica de amores platônicos que terminava com a babaca Jude namorando alguém diferente a toda semana e machucando a amiga.

A raiva de Flora não era ver Jude trocando de parceiras toda semana, ela fazia o que bem queria com a própria vida, porém magoar de tal forma Amelia  e nem ao menos se dar conta disso era apenas maldade, e falta de interesse em saber como a mesma se sentia diante do fato de que passava a ser a segunda opção depois que outra pessoa entra na vida de J, que fazia questão de sempre demonstrar que contando que estivesse com alguém, Millie seria como seu plano b, sempre. Era não só maldade como pura babaquice da parte da loira.

Ainda mais difícil que ver a pessoa pelo qual você está apaixonada, olhando para outra pessoa da forma como você olha pra ela, é ver a pessoa que você está apaixonada por, olhando para alguém que não a merece. Em seu mais íntimo, Flora acreditava que Jude não merecia Millie, a loira de toda forma estava provavelmente certa e sabia disso.

Winter Heart. | one rocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora