Jikook •• Say Yes

Chapter Fifteen: Eu não sinto nada

Um sorriso bobo adornava seus lábios. O barulho dos pingos de chuva batendo com delicadeza contra seu guarda chuva o acalmavam e eram a trilha sonora para seus pensamentos. Se perguntava o que estaria acontecendo se fosse um filme de romance, talvez Jungkook estivesse correndo atrás de si e roubando-lhe o beijo que tanto queriam. Riu de si mesmo, Park e suas ilusões românticas.

Tentou diversas vezes parar de sorrir entre o caminho de casa e do escritório, mas a expressão simplesmente não queria deixar seu rosto. A cada segundo se pegava rindo sozinho, talvez quem o visse de fora o achasse louco; Nunca se importou com a opinião alheia, afinal.

O dia e noite anterior poderiam ser descritos como perfeitos, se empurrasse toda sua razão para debaixo do tapete. No fim, não é como se quisesse a opinião dela no momento. Não sabia exatamente em que ponto aconteceu, mas adormeceu durante o filme, nos braços dele. Acordou no dia seguinte no seu quarto na casa de Namjoon, dessa vez estavam apenas os dois e o platinado todo empolgado explicou que Jeon o tinha levado até o quarto antes mesmo de o filme acabar, e que sem querer o pegou encarando Jimin todo bobo e fazendo carinho nos cabelos loiros. Apesar da culpa. — mesmo que não tenha feito nada até então. — O único arrependimento de Jimin era não lembrar-se de ter sido carregado por aqueles braços.

Em meio a seu coraçãozinho acelerado e os sorrisos bobos, hora ou outra tirava um tempinho para xingar os taxistas que passavam na pista ao seu lado na calçada e acabavam o molhando, sorte que além do guarda chuva também usava uma capa amarela. Amava dias chuvosos e ir a pé para o trabalho durantes eles, não sabia dizer se era maluco, mas sentia o cheirinho da chuva, o dia parecia mais bonito. Caminhava sozinho, seu melhor amigo disse precisar resolver algo antes de ir ao escritório, Jimin apenas concordou.

Enquanto Jimin viajava pelos momentos vividos na noite anterior, do outro lado da cidade estava Namjoon. O platinado segurava com força o volante e mantinha a testa encostada a ele, tomando coragem para finalmente sair do automóvel e bater na porta de Jin. Não se lembrava a última vez em que tivera medo de fazer algo, mas ter que conversar com o castanho o assustava. Fazia quase um mês que se conheciam e Seokjin já era capaz de o fazer sentir coisas que nunca sentiu antes.

— Vamos, Namjoon, você consegue! — disse a si mesmo erguendo a cabeça. Tinha que conversar com ele, ambos demonstraram ciúmes durante aquele jogo, não podiam simplesmente continuar a fingir que não sentiam nada. Só Deus sabe a raiva que sentiu ao ver Seokjin encarando Choi apenas de cueca, amaldiçoou a si mesmo por ter o desafiado a tirar a roupa.

Puxou o guarda chuva do banco de trás e finalmente saiu do carro batendo a porta segundos depois de abrir o guarda chuva para proteger-se da fina garoa. Ligou o alarme e então atravessou a rua, subiu os três degraus e parou no alpendre diante da porta. Respirou fundo e ergueu a mão batendo levemente, se desse sorte, ele não escutaria e assim Namjoon poderia fugir e postergar a conversa.

— Jungkook, eu te disse que não precisava vir me buscar, não viu minha mensagem? — a voz de Jin chegou primeiro que ele. Pouco depois, Nam ouviu passos se aproximarem e a porta foi aberta. Poderia desmaiar só por presenciar aquele sorriso maravilhoso no rosto do castanho. — Namjoon? — Os olhos escuros o encararam confusos. Balançou a cabeça para parar de viajar nos traços de Jin e então sorriu pequeno.

— Oi, podemos conversar? — não recebeu uma resposta direta, porém o mesmo se afastou deixando espaço para que adentrasse a casa. Fechou o guarda chuva deixando-o encostado na parede e entrou, engoliu a seco quando Jin fechou a porta e se virou o encarando. O castanho passou por si e se sentou na escada que ficava de frente a entrada e dava acesso ao segundo andar. Nam se aproximou cauteloso e fez o mesmo.