Eu me bati mentalmente por ter mantido todas as garrafas do navio no meu quarto, mas não tinha certeza se isso teria impedido que todos ficassem doentes ou se todos nós teriamos adoecido mais tarde.
A expressão de Sarah se fecha enquanto ela reflete sobre isso.
-Desculpe, não foi... - tentei dizer, mas ela me interrompeu.
-Não se culpe, Ju, isso o manteve saudável, o que é importante - sua voz era suave - você provavelmente é a única razão pela qual o resto de nós não se aproximou da selva e foi comido.
-Você tem certeza? - perguntei e o sorriso irônico no rosto de Sarah desfez o nó em meu peito, aliviou ainda mais quando ela acariciou meu ombro.
-Tenho certeza, mas teremos que encontrar algo para substituí-lo que seja suficiente para todos.
-Talvez haja mais água no navio? Eu só encontrei um refrigerador - sugeri
-Essa é certamente uma possibilidade, se pudéssemos encontrar mais lá, pode ser o suficiente para todos. E então poderemos procurar uma nova fonte.
Sarah soltou um zumbido contemplativo, e o som me fez sorrir. Ela sempre estava pensando, a mente trabalhando implacavelmente, e era tão bom vê-la normal de novo.
-Por que está sorrindo, hein? - ela perguntou, com um pequeno sorriso de lado.
-Senti sua falta.
-Acho que você é a primeira pessoa a me dizer isso - seu tom era seco e divertido, mas eu ouvi um som de surpresa quando eu a puxei para um abraço apertado.
-Eu não acho que isso seja verdade.
-Quer apostar nisso?
-Não, eu vou dizer isso mais vezes.
Um resmungo enviou uma respiração calorosa sobre o topo do meu cabelo, mas Sarah não se afastou até eu fazer, erguendo uma sobrancelha quando eu limpei meus olhos.
-Não valho a pena chorar, você sabe - ela brincou.
-Cale a boca - resmunguei - você estava doente por dias e foi terrível.
-Eu acho que você quis dizer aquela confissão, não foi? - ela mais afirmou do que perguntou e o calor subiu no meu rosto.
Eu não queria apressar Sarah para qualquer tipo de resposta, mas eu queria que ela levasse o que eu disse a sério.
-É claro que eu fiz.
-Você é doce.
-E eu sei que entre nós duas, vamos descobrir isso - abri um pequeno sorriso pra ela - além disso, as pessoas que construíram esse lugar tiveram que tirar água de algum lugar, certo? Se todos ficassem doentes, a construção não teria chegado muito longe.
-Esse é um bom ponto - ela concordou- seu otimismo nunca deixa de me surpreender, Juliette.
-Ei, alguém tem que manter uma disposição ensolarada aqui - brinquei.
-E com certeza essa pessoa não seria eu - ela brincou e nós duas rimos. Isso me deixou muito mais decidida a seguir. Se Sarah teve fé em mim, se trabalhassemos juntas, então encontraríamos uma maneira de conseguir todos bem. Nós tínhamos que conseguir.
(...)
Quando os raios de sol começaram a entrar pela janela, eu bocejei, espantada que conseguimos ficar acordadas durante toda a noite. Se ela não foi para a cama, eu não estava indo.
-Eu vou acordar o Gil para ver como ele está se sentindo - Sarah falou - o sono é bom para ele, mas se sua condição progrediu, eu preciso saber.
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Castaway - A Aventura do Amor
RomanceJuliette é uma jornalista que estava escrevendo uma matéria sobre o novo navio de cruzeiro Diaz, quando uma tempestade atinge a tripulação. A mulher naufraga em uma ilha mágica junto a outras cinco pessoas. Sarah é uma médica fria e direta por fora...