Boa noite

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Era uma noite fria de sexta-feira, se bem que para Rebeca, todos os dias eram frios desde que seu avô havia partido. Já faziam 8 anos, mas doía como se ainda estivesse no dia fatídico, mas bem, o foco da história não é esse, mas sim, nossa jovem doce e sorridente.

O despertador já tocava repetidamente, pela quinta vez seguida, um som estridente, todavia, Rebeca já havia se acostumado com o som levemente irritante, as vezes, esse som até fazia parte de seus sonhos, de tão grande que era seu costume, porém, já se faziam 8 da noite, em algum momento ela deveria acordar, mesmo que por estar afogada na depressão não visse muito sentido no seu tempo acordada, ou, sem uma forma de estar dopada, porém, tinha algo, na verdade, alguém, a qual sempre aquecia seu coração, seu solitário, porém doce coração. Esse era Victor, o homem pelo qual Rebeca se apaixonou a alguns meses, mas age como se o conhecesse durante toda a sua vida, sua ligação com ele era inefável.

Rebeca: alô, é você? Amor? Pode me ouvir?  -diz ao telefone com uma voz calma e arrastada pelo cansaço.

Victor: oi amor, desculpe o barulho, hoje é o aniversário de um amigo, desculpa, não pude avisar antes, me perdoe   -ele diz num tom que parece de arrependimento misturado com medo.

Rebeca: não precisa se preocupar amor, boa festa, o próximo fim de semana é nosso, ok? Te amo, sinto sua falta, estou louca para te ver, aproveite a festa, vou estudar, tenho aquela prova importante no domingo, me mande boas energias.

Victor: Também te amo princesa, fica com Deus, só para avisar, vou dormir aqui  -ele desliga o celular de forma que se mantém incomunicável.

Rebeca: Tá bom, te amo bebê, boa noite -o telefone já havia desligado, mas seu coração estava com ele.

  No dia seguinte, existiam mensagens, brevemente preocupantes, provavelmente, algo que não se gostaria de ler às 5 da manhã de um sábado. Conforme os olhos dela corriam pelas mensagens frias, algo fez seu coração parar por alguns segundos, sua boca secou ao ler as palavras "não é você, sou eu", aquilo destruiu o seu coração, um dia antes da sua prova, a prova da qual passou meses se preparando, se sentiu impotente, ainda mais por não saber onde errou, ela não parava de repetir "não é só isso, não é só isso, por que assim? Por que comigo?". Após uma hora de choque Rebeca decide buscar motivos, e assim, começa a busca.

  Pegou um casaco, seu celular e saiu até uma praça perto de casa, que na verdade, era bem bonita, com flores, e uma ponte, ela sempre ia lá para relaxar, já que sua família era invasiva, desrespeitosa e briguenta, mas dessa vez, precisava de respostas, então decidiu mandar mensagem para o melhor amigo de Victor, um jovem chamado José, o qual era um amigo do casal também.

Rebeca: oi, você tem um tempinho para conversar comigo? -ela diz apreensiva, com anseio pela resposta.

José: Rebeca? Tá tudo bem? Por que tá me ligando? Aconteceu algo? Bom, tenho tempo sim, pode dizer -ele diz preocupado, pelo estado da voz de Rebeca.

Rebeca: tá....tá tudo bem, só preciso que me responda algo, o Victor te disse algo sobre o nosso relacionamento? Ele tava cansado? Eu errei em algo? -ela diz de forma tão rápida que por pouco não se perde nas palavras.

José: Rebeca eu não tô te entendendo o que aconteceu? -ele diz confuso.

Rebeca: José! Me responde! Me diz! -Rebeca se descontrola a ponto de gritar ao telefone.

José: Rebeca eu

  De repente o coração de Rebeca acelera, de forma que parece que seu coração vai sair pela faringe, sua respiração se limita, até sentir que o ar em seus pulmões é restringido por seu próprio corpo. Nesse momento Rebeca se lembra de sua bombinha, a qual havia ficado em algum lugar por sua casa, já que as crises de bronquite perderam lugar para as de ansiedade, sem um olhar ao qual pudesse pedir socorro, ela apenas aperta suas pernas esperando que passe, mas a única coisa que passa com o tempo é a força de seu corpo, já que não comia direito a 3 dias, e ali, naquele parque, Rebeca perdia a consciência aos poucos.

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⏰ Última atualização: Jun 10, 2021 ⏰

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