3- Vamos nos beijar.

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- Você tá louco? - gritou Cole. - Você chantageou e depois contratou a Lili? A
mesma Lili com quem você costumava tomar banho? Essa Lili?

Dylan não estava com humor para se defender do irmão. Sério, por que era tão
importante? E daí que ele tinha cobrado um favor?

- Desculpa, cara, tenho muito trabalho pra hoje à noite. Podemos conversar depois?

Cole ficou em silêncio por um tempo, o que realmente não era um bom sinal.
Significava que ele estava pensando, o que significava que ele provavelmente ia ter uma dor de cabeça e depois ia culpar Dylan de manhã.

Dylan e Cole não conversavam muito, nos últimos anos.
Isso até a avó dos dois começar a se meter na vida deles no último ano. O pobre Cole tinha sido deixado de fora a maior parte das vezes, mas seu número estava quase subindo.

Dos dois irmãos na família, Cole era o protetor, o que sempre seguia as regras. Quando Dylan e Lili soltavam fogos de artifício às duas da manhã, Cole sempre era quem assumia a culpa. Não gostava de ver Dylan encrencado, nem Lili.
E foi por isso que, quando Dylan errou tanto com a melhor amiga, jurou que nunca o perdoaria por ter sido tão babaca com a única garota que parecia ser perfeita.

Embora Dylan não tivesse contado a Cole os verdadeiros motivos da briga, supunha que o irmão provavelmente pensava o pior. Se Dylan não tivesse tanta certeza dos sentimentos de Cole em relação a Lili,
poderia pensar que o irmão mais velho tinha uma quedinha por ela.
Mas isso era impossível. No mínimo, Cole tinha torturado Lili mais do que Dylan. Isso dizia muito, porque ele tinha pregado muitas peças nela quando era pequeno.
Cole, no entanto era o pior. Não passava um dia sem puxar o cabelo de Lili, jogar pedras nela e criar o " Clube Garotas são Feias e Burras " e eleger Lili como sua mascote.

O silêncio do outro lado do telefone foi interrompido.

- Não tenho certeza se essa é a melhor ideia, cara. Quero dizer, essa é a garota que te viu pelado antes da adolescência. Mamãe vai saber que é armação.

- Não. - Dylan xingou e passou os dedos pelo cabelo. - Não vai, porque não vamos
contar a ela, vamos, Cole?

- Você sabe que, de todo mundo na nossa família, eu sou o pior mentiroso? - perguntou Cole.

- Não, não, não é. A Lili é...

- Ah, sim, nesse caso... - Cole xingou do outro lado da linha.

- Não importa. Isso significa muito para ela agora. Além do mais, você realmente quer que a vovó morra?

- Hum, ela vai mais do que morrer se descobrir que você está mentindo. Dez pratas que ela vai ter um derrame e implorar a Deus pra deixar ela voltar para te matar com as próprias mãos. Acredite em mim, se alguém tem uma ligação com Deus, esse alguém é a vovó.

Caramba! Ele provavelmente a ajudaria a planejar sua morte.

- Já acabou? Eu não estava brincando quando falei do trabalho. Se pretendemos estar em Portland na sexta, preciso dar um jeito nessa papelada.

Cole suspirou do outro lado da linha de novo, provavelmente mandando Dylan pro inferno por fazê-lo jurar lealdade e silêncio.

- Tudo bem, mas, quando isso estourar na sua cara, e vai estourar, vou fingir que não sei de nada.

Dylan bufou.

- Acredite em mim, ninguém vai acreditar que você fazia parte de um plano tão
brilhante.

- Certo, bem, boa sorte. Você vai precisar. - A linha ficou muda, deixando Dylan
sozinho com seus pensamentos.

Talvez fosse melhor não contar a Lili que seu inimigo de infância estaria presente no retiro de fim de semana com a família. Afinal, se ela soubesse que Satã (palavras dela, não dele) ia aparecer, ela desistiria na hora.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora