Capítulo 17

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Manuela

Cheguei em casa no início da noite, foi tão divertido que nem me dei conta do horário, eu estava muito feliz, eu não me lembrava como era o mar, do cheiro da areia molhada com aquela água salgada, e muito menos me lembrar da imensidão que era aquele infinito azul. Lembrei da minha infância, de minha mãe e da minha irmã Analu, depois que entrei pela porta de casa Joana estava assustada, olhei pra ela preocupada quando me questionou.

- Manuela querida, você se encontrou com o senhor Edgar? - disse ela.

- Não, ele não está viajando Joana! - falei confusa.

"Será que Joana está caducando?" questionei, mas no fundo eu sabia que não, afinal vi como ela estava aflita.

- Ele chegou hoje a tarde, disse que iria buscá-la, minutos depois ele voltou muito irritado, entrou no escritório e pediu para assim que chegasse fosse até ele!! - falou.

Pensei antes de entrar "o que levou ele a ficar furioso?", logo imaginei que podíamos ter nos desencontrados, pois eu já não estava no restaurante na parte da tarde, mas também veio logo em minha mente que pudesse ter notado minha presença na praia, mas não chegava a ser uma coisa que ele pudesse se irritar.

Olhei pra Joana que ainda estava ali me encarando - Está tudo bem Joana, eu irei ver o que aconteceu! - digo.

Entrei no escritório e o cheiro forte de uísque cobria aquele lugar, Edgar estava irritado e logo me dei conta do que se tratava, ali tive a certeza que ele me viu na praia, não gostou de alguma coisa, eu só podia imaginar que fosse por causa de Henrique, ele tinha um pavio curto quando se tratava de Henrique, sinceramente não sei que mal há nisso, ele é apenas um amigo e nada mais, eu não gosto de Henrique ao ponto de me envolver, ele não percebe que quero apenas ele, Edgar tem me causado sensações dais quais eu desconheço e não compreendo tamanha irritação dele por causa de um garoto, sei que ele mesmo disse que seremos amigos, mas tudo que demonstra pra mim me diz totalmente o inverso, estava difícil de entender.

Mesmo assim eu tinha medo de ser apenas coisa da minha imaginação, ele uma hora parecia que gostava, outra hora parecia que não, eu tinha mesmo que acabar com aquela brincadeira, ele mesmo disse que devíamos conversar sobre o assunto amizade, vou concordar com ele o que disser mesmo indo contra os meus sentimentos, mas iremos dá um basta nisso.

Ajudei ele a sair do escritório, ele era bastante pesado, quando vejo Joana - Meu Deus, o que aconteceu? - estava assustada.

- Aconteceu ela Joana! Tudo culpa de Manuela! - dizia ele.

Joana me olhou assustada - Ele bebeu mais do que devia! - digo.

- Não, eu estou totalmente sóbrio. - ele responde.

- Precisa de ajudar querida? - ela perguntou vendo que ele estava embriagado.

- Não, acho que dou conta, afinal acredito que ele esteja apenas fingindo. - falo com um sorriso.

- Provavelmente! - ele diz.

- Tudo bem querida, qualquer coisa me chame, estarei por aqui na cozinha! - disse ela.

Subi as escadas até o quarto com ele extremamente bêbado, ele reclamava de muitas coisas e eu comecei a rir de cada palavra que ele dizia, era uma mistura de raiva e ao mesmo tempo medo o que transparecia, fiquei me perguntando o que levou ele a agir dessa forma, totalmente confuso.

Ajudei Edgar a tirar a blusa, seus músculos ali totalmente visíveis para mim, cada ondulação, cada curva me deixava desconcertada, Edgar deu um leve sorriso me deixando queimar ainda mais, o calor subiu, uma sensação estranha atravessava meu corpo a cada olhada que ele me dava, seu abdome definido trincado de tirar o fôlego, seus braços fortes me fizeram lembrar do seu toque, como eu o queria, mas logo meu subconsciente apareceu para me alertar que isso era a perdição do qual eu não conseguiria suportar, assim me afastei, ele me olhou tentando me ler, eu apenas sorri enquanto o mesmo tirou a sua calça, ficando apenas de cueca box, me deixando totalmente molhada com apenas uma visão, e que visão deslumbrante, mas contive meus pensamentos o levando para debaixo do chuveiro com a água mais gelada que ele fornecia.

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