𝟬𝟴𝟰 ━━━━ 𝘁𝗵𝗲 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗹 𝘁𝗲𝘀𝘁

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Um mês. Levou um mês para que Louis pudesse raciocinar tudo aquilo que lhe fora dito e tudo o que aconteceu durante esses meses completamente loucos vivendo na casa dos Styles. Um mês para que pudesse associar que jamais iria ver Harry novamente e que precisava prosseguir sua vida como se nada tivesse acontecido, sabendo que jamais contaria essa história para seus netos ── se tiver, um dia. Um mês de muita dificuldade para que pudesse chegar à conclusão de que, depois de tudo isso, ele foi o menos errado da história. Por mais nojento que possa parecer, ele ainda sentia falta daquele romance sincero que tinha a consciência que iria viver sempre que abria os olhos ao acordar pela manhã.

Dois meses, três meses, quatro meses. Quase que um ano. Harry mal saía do quarto, sua mãe se odiava por isso. Estava para terminar a faculdade, então só saía para ir estudar, comer ou andar em passos apressados que o levem direto para a porta quando tivesse planos para sair com um de seus amigos num sábado à noite. Mesmo que não tivesse a mínima vontade de pôr o pé para fora de casa, sentia que devia isso à si mesmo ── ou era apenas uma desculpa para não viver naquele inferno de clima péssimo dentro de casa ou ter que ouvir sua mãe o chamando incessantemente o dia inteiro. Harry passou quase um ano pensando em Louis o dia inteiro. Como ele poderia superar desta forma? Em todo o lugar que fosse dentro de casa lembrava de Tomlinson. O jardim, por exemplo, quando quase tiveram o primeiro beijo, mas foram interrompidos pelo ex-namorado de Harry. A sala, que o lembrava a massagem nuru ou os momentos quentes que tiveram no sofá; até mesmo a vez que acordou de madrugada e encontrou Tomlinson o desenhando. A cozinha, os quartos, o banheiro. Tudo, em todo o lugar, Tomlinson estava lá. Como um cara que ele conviveu por alguns meses poderia fazer de sua vida um inferno incessantemente de pensamentos completamente desconexos sobre algo que parecia ter durado uma vida inteira?

Com Louis não era diferente. Mesmo que ele pouco se importasse com aquela família naquele momento, ele sentia falta dos momentos carinhosos que tivera. Passaram-se quase um ano, Tomlinson sobreviveu melhor do que Harry. Ele saiu com outras pessoas numa tentativa falha de começar de novo, conheceu outras pessoas por aplicativos de relacionamento, até mesmo beijou outras pessoas. Mas nada, nada mesmo, poderia se comparar com aqueles momentos inesquecíveis que teve com um garoto inesquecível. Harry parecia um ímã, tudo aquilo que o puxava, fazia Louis enlouquecer em um universo totalmente paralelo de lembranças. Ele sentia como se Harry fosse a única coisa que fazia seu coração bater, mas ele não queria aceitar isso; não tinha o porquê continuar com isso. Louis, com tudo que juntara durante meses, chegou finalmente em uma conclusão de que os olhos de Harry jamais poderá observar novamente, que os toques das mãos macias e suaves de Harry nunca mais poderá sentir e os beijos de Harry nunca mais serão o motivo para levantar da cama.

Nesse momento, naquele exato momento, Louis olhava para aquela papelada desgastante em sua frente. Aquelas que o faziam lembrar do momento em que não tinha elas, quando estava de férias; o momento que estava com Harry. As palavras pareciam se embaralhar em sua frente, como se nada mais fizesse sentido. Naquele momento, ele só tinha vontade de se jogar sobre uma cama e respirar fundo, sentindo tudo aquilo desabar com um simples sopro, como se seu suspiro pudesse acabar com vidas. Porque, quando se ama alguém, estar sem ela é como estar invisível ao mundo; nada mais fazia sentido.

Mesmo que sem vontade, ele era obrigado a trabalhar, precisava ter a consciência de que era aquilo que o ainda mantinha literalmente vivo. Tinha mais um daqueles encontros arranjados por seus amigos dois dias depois, ele precisava se recompor. Ajeitou a postura de forma lenta, se auto construindo aos poucos, pensando se realmente valia a pena tentar esquecer. Ele se sentia um trouxa, provavelmente porque pensava que Harry tinha esquecido de tudo, mas ele ainda estava preso num passado completamente duradouro em sua mente. Cada momento era como um slide, aquele que lentamente passava só para o torturar.

𝘁𝗵𝗲 𝗯𝗼𝘆𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱 𝗼𝗳 𝗺𝘆 𝗺𝗼𝗺  ❪ 𝗅𝖺𝗋𝗋𝗒! ❫Onde histórias criam vida. Descubra agora