O Depois do Anoitecer

O Primeiro Tríbido

Como já vos tinha falado, eu vou ser o novo integrante desta turma, o décimo terceiro membro para ser mais específico, e mesmo não querendo contar muito sobre mim, eu acho que para vocês entenderem o porquê de eu ser assim, vou ter que falar!

Há muito tempo atrás, a minha mãe, que era uma híbrida, metade vampira e metade lobisomem, conheceu um simplório bruxo. Tornaram-se amigos e começaram a trabalhar juntos. Passado muitos anos eles apaixonaram-se e casaram e na sua lua de mel ocorreu um milagre. Quando eles voltaram descobriram que a minha mãe estava grávida! Sim, grávida! Supostamente, era impossível ela engravidar, já que era vampira e não tinha nenhuma fertilidade. Mas suponho que foi a parte lobisomem dela que lhe deu fertilidade. Todos os covens de bruxa, todas as mantilhas e todos os filhos da noite chamavam a minha família de abomináveis porque as pessoas não entendiam como era possível ela carregar uma criança dentro de si.

Quando nasci a minha mãe deu-me o nome de Raphael Sanchez, e a partir daí todos os seres sobrenaturais começaram a tentar matar-me, porque os antepassados das bruxas e donos do futuro e do passado, disseram que eu seria a destruição do mundo sobrenatural. Mas eu ainda não vos contei aquilo que sou.

Como disse, a minha mãe era uma híbrida, metade lobisomem e metade vampira, e o meu pai um bruxo. Assim, eu nasci como o primeiro tríbido de sempre. Sim, eu sou os três: vampiro, lobisomem e bruxo.
Mas eu neste momento só consigo usar a minha magia de bruxo, e só tenho ativada a maldição lobisomem, ainda não ativei a do vampirismo.

Já vos conto o porquê!
Basicamente as bruxas nascem a poder usar a sua magia, os vampiros têm de morrer para ativar a maldição do vampirismo e os lobisomens têm de matar um humano para ativarem a sua maldição.

Como já devem ter percebido, eu já tenho ativada a maldição do lobisomem porque eu matei um homem.
A minha família nunca foi fácil de lidar, por causa de todos os seres sobrenaturais a tentarem matar-nos. Tinhamos tudo para algo correr mal. E assim foi. Um dia, ocorreu aquilo que destruiu a minha família em todo o seu complexo.

O meu pai tinha saído para ir buscar comida e.... nunca mais voltou.
Talvez estejam à espera de um "O meu pai cansou-se da vida difícil e perigosa que levávamos e fugiu", mas não foi nada disso que aconteceu. Na verdade, o meu pai foi brutalmente assassinado por humanos que o acusavam de bruxaria. Ironicamente, não tinha sido nenhum ser sobrenatural, daqueles que nos vinham a ameaçar desde o meu nascimento. Em vez disso, foram os humanos, aqueles que menos esperávamos que fizessem tal coisa, os que nunca nos tinham ameaçado nem tentado matar.

A Igreja queria alguém para acusar de bruxaria e como nós vivíamos na floresta, eles mataram o meu pai queimado.
A minha mãe, quando soube o que tinham feito ao seu amado e pai do seu filho, tomada pela raiva, perdeu a cabeça e, tornando-se impiedosa e sem sentimentos, nem pensou duas vezes: matou toda a aldeia, homens, mulheres e crianças. Infelizmente agir de cabeça quente não foi a melhor decisão e até hoje nunca mais a vi. Provavelmente foi morta um ser sobrenatural que andava atrás de nós.
Mas não foi a minha mãe que matou o assassino do meu pai...

Mesmo a minha mãe estando louca por vingança, não foi ela que o matou... fui eu. Estava com raiva daquilo que o homem fez ao meu pai e podia ter matado o resto da vila toda, mas havia lá pessoas inocentes. Definitivamente não me arrependo do que fiz, mas tenho que admitir que nesse dia mudei muito. A partir daí comecei a ser sombrio e a vaguear pelas florestas sozinho até o diretor Isaak me ter encontrado acolhido, e eu só tenho que agradecer por isso.

Ele já sabia o que eu tinha feito e era humano, mas mesmo assim acolheu-me. Ele é como um pai para mim.
Este ano ele disse que eu tinha de ir para a escola e eu aceitei. Mas quando lá cheguei deparei-me com tanta gente diferente e quando eu entrei na sala repleta de gente eu senti logo algo com uma pessoa...

Ainda falta muita coisa da minha história para contar, mas hoje fica por aqui.
Só mais uma coisa. Eu tenho a impressão de que já disse isto, mas vou voltar a repetir: eu sou o único tríbido, mais niguém nasceu como eu até hoje. Nenhuma mulher além da minha mãe conseguir dar a luz sendo vampira e isso tem a ver com os nossos antepassados, nomeadamente com o meu avô que eu nunca conheci...

Mas isso eu conto mais tarde.

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Olá leitores!
Esperamos que tenham gostado e comentem.
Pedimos desculpa pela demora a postar, este capítulo era um pouco maior e temos tido muito trabalho da escola.
A boa notícia é que já começam as férias de verão e prometemos postar mais vezes.
Beijinhos e até breve! ♡
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