- Finalmente – Seth gemeu, estacionando o carro na frente da sua casa. – Foi mal, Sam, mas eu estou tão morto que acho que não consigo ir pra sua casa e depois voltar andando.
Concordei com a cabeça, entendendo. A gente ficou até muito mais tarde vendo as lanternas do que pretendíamos. Era uma visão tão incrível que nos prendeu lá de uma maneira única. Quando nos tocamos da hora, já era bem tarde.
- Vai dormir – falei gentilmente, acariciando seu rosto. Seus olhos estavam abatidos de tão cansado que ele está. – Não que você vá ter muitas horas de sono, mas pelo menos um pouco já vai ajudar – garanti. – Eu volto daqui.
- Você não vai dormir? Você não parece cansada...
- Eu já estou acostumada a passar noites em claro, então pra mim não faz muita diferença. E eu não estou com sono, então eu acho que vou apenas ver um filme ou estudar.
- Dorme aqui – sorriu cansado. – Pelo menos está perto da sua casa também.
- Não sei, não, Seth. A gente está junto desde sábado.
- Eu gosto de ficar com você – suspirei.
- Eu sei. Mas eu estou sem roupas para trocar agora e muito menos para trocar para ir para o colégio.
- Tudo bem – desistiu, tristonho. Estranhei. Ele deve estar mais cansado do que eu imaginei para ter desistido tão fácil assim. – Mas só espera um pouco, por favor. Eu preciso de uma coisa – saiu do carro e abriu a minha porta para eu poder sair. Entramos em sua casa e ele se virou para mim. – Me espera aqui. Vai ser rápido. Só pra você não precisar ficar lá fora de madrugada – concordei e ele subiu as escadas para o seu quarto correndo.
Me recostei na porta de entrada, respirando fundo. Aquela sensação que eu senti enquanto via as lanternas foi embora tão rapidamente quanto veio.
Ótimo. Nada mudou. Nada precisa mudar.
Me sobressaltei quando Seth reapareceu. Me afastei da porta e andei até ele, incerta.
Ele me ofereceu sua mão, que eu hesitei em segurar, mas ele não pereceu notar. Me guiando gentilmente até a sala, ele pegou o que tinha ido buscar: a camisa de Jack.
- Eu prometi que te devolveria quando nos víssemos novamente – sorriu. – E isso aqui é para me desculpar mais uma vez pela minha atitude – a mão que estava escondida em suas costas tinha uma única rosa, que ele me entregou.
Sorri sem saber o que falar. Apesar de ser algo trivial, eu sei que ele realmente se arrependeu do que aconteceu aquele dia.
- Obrigada, Seth. Mas você já estava desculpado, você sabe, não é? – ele soltou uma risadinha e concordou.
- Sim, mas eu queria pelo menos poder fazer isso – me abraçou. – Obrigado – sorriu e se afastou. – Você tem certeza que não quer ficar? – perguntou fazendo cara de filhote pidão.
- Foi mal – sorri já preparada para isso. – Mas é melhor eu ir. Descansa um pouco. Hoje o dia vai ser longo – ele assentiu e não insistiu, me acompanhando até o carro novamente.
Quando entrei em casa, dei de cara com mamãe indo para o quarto dela. Ela me olhou e arqueou a sobrancelha, sorrindo maliciosamente.
- A gente não fez nada! – me adiantei antes que ela falasse alguma coisa.
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Transições
RomanceSam é uma garota com um passado complicado e marcado por traumas familiares e pessoais, que foi obrigada a virar as costas para toda uma vida e começar tudo de novo ao precisar se mudar para um lugar completamente novo. Movida pela paixão por esport...