Stay - Eu quero que você fique

Era da Júlia

Chegamos ao nosso primeiro 1K e eu achei que só minhas amigas iriam ler. Agradeço a quem lê e gosta, acho que se lê é porque gosta.
Obrigada a quem divulga pq sou flopada no twitter.
Perdoem meu hot mau feito, prometo melhorar.

— Casamento definitivamente não é algo que sonho, eu vejo minha relação de amor com a Gi e nada me falta.

— E o que ela acha, o que a Gizelly acha de casamento?

— Ela tem vontade de casar, me disse certa vez que quer casar como manda o "figurino". Eu nunca tive esse sonho de princesa. Se minha mulher quer casar eu caso com ela.

— Você diz que ela é sua namorada, as vezes você diz que ela é sua mulher, existe uma indefinição ai. O que dói aí dentro, o que está incomodando?

— Nada mais dói aqui dentro Talita, eu já disse que a Júlia é meu passado e eu amo a Gizelly. Eu vim aqui para conseguir lidar com meus problemas e você só fica batendo nesse ponto que já superei.

— Se é algo superado, porque então você agiu desta maneira? Eu não falei da Júlia foi você que falou dela. Você está demonstrando ansiedade, falando alto, sua reação diz o contrario do que você fala. Por vezes nossa cabeça tenta nos enganar, você achou uma pessoa maravilhosa, você está vivendo uma linda história de amor, mas leva na pele a história uma outra história.

— O que você está insinuando? Que devo remover a tatuagem que fiz por ela e por Tato? Você esqueceu que meu irmão morreu? Não esqueça que eu sei onde você quer chegar.

— Vamos encerrar essa sessão por aqui, nos vemos na próxima semana.

Me levantei e sai sem me despedi. Atravessei o estacionamento como um raio, já no carro chorei, a dor dentro do meu peito gritava, bati no carro, gritei e gritei meus olhos estavam pesados e não enxergava nada, quanto mais eu tentava controlar mais eu me desesperava.

— O que você quer Talita? Me deixa em paz.

— Destranque a porta. - Talita sentou ao meu lado, ligou o carro e deu play na música Stay continue cantando da parte em que parei quando cheguei ali. Aumentou o som mais alto do que podíamos suportar estando ali com as janelas fechadas, esse carro tinha uma acústica de dar inveja.

— Pára, baixe esse som. - eu dizia sem saber bem se ela me escutava, minhas lágrimas caiam pesadas. 

Me puxou circulando seus braços em mim, a música repetira por algumas vezes, a medida que ela baixava o volume meu desespero ia cessando. — O que isso significa Rafaella?

— Uma crise de ansiedade.

— Seu bom humor voltou.

— Algo aqui dentro - apontei pra minha cabeça.

— Tatuei meu corpo como se o ardor da agulha rasgando minha pele representasse a dor que eles sentiram aí ser arrastados naquele asfalto quente eu quis sentir a dor deles, eu quis dar minha vida metade pro Tato metade pra Júlia, mas notei que se os desse eu não estaria aqui com eles. De qualquer maneira eu iria perdê-los.

— Liguei a TV após um dia difícil no Hospital e a Rihanna sentada uma banheira cantando palavras para mim, ela dizia coisas que sentia, a cena parecia tão eu desesperada em silêncio. Passei a cantar todos os dias para a Júlia como uma oração, pois algo nela me fazia sentir que não poderia viver sem ela. Quando ela desligou para sempre, passei a cantar enquanto trabalhava em cima da minha moto usando o capacete que era seu.
E foi essa música que fez a Gi se envolver, ela ficou, eu me sinto completa com ela, me sinto leve, as vezes me belisco para ver se é real - falei mostrando a Talita as marcas dos beliscões em minha barriga.