Sina
Haviam circunstâncias que faziam esse ser o pior país se viver. Não era apenas o governo, ditatorial e fechado. Lembro que na escola nós estudamos a geografia desse lugar, sobre o vulcão e os ventos. Na época áurea dos dobradores de fogo, de alguma forma isso não era relevante, mas conforme o tempo foi passando, desastre naturais se fizeram cada vez mais presentes. Eu confirmei tudo isso na ilha que estávamos. Existia uma teoria que por causa do ar quente sempre constantes, ventos vindos do mar não conseguiam ultrapassar essa barreira invisível. Mas, a teoria mais popular entre os civis, era que esse lugar estava amaldiçoado. Desde a grande guerra, quando o antigo senhor do fogo, tentou dominar todo o mundo.
Junte isso, a forma que esse lugar é governado. Pronto, o pior lugar para se viver. Sempre ouvi dizer que os cidadãos desse país são como robôs, estátuas sem vontade própria. Porém, toda essa minha concepção foi derrubada. Essas pessoas, eu sinto como se elas estivem envoltas em uma chama. Uma energia que esta contida, prestes a explodir.
Em Republic City, somos ensinados que somos livres, que podemos ser quem quisermos. E o que pessoas como eu que são privilegiadas, aprendem, sei que a realidade não é assim. Mas, quando aquele país foi fundado, ele tinha esse objetivo.
Eu suspiro.
Fomos separados. Eu e Meelo estamos indo em direção a explosão. Suni ficou encarregada de ir com algumas daquelas pessoas. Mesmo parecendo totalmente perigoso, ela se ofereceu para ajudá-los.
Meelo foi totalmente contra, mas não insistiu muito. Nós sabíamos que se alguma coisa desse errado, Suni conseguiria lidar com isso. Melhor do que nós dois. E o comunicador que estava no meu bolso me dava uma falsa segurança.
A fumaça ficava mais densa conforme nos aproximávamos. Haviam muitas pessoas envolta daquele lugar.
O tempo parou por alguns segundos, eu olhei para trás, e meu coração se encheu de medo, e principalmente ódio. Ele caminhava com arrogância. Seu rosto estava limpo, só eu vi as cicatrizes enormes que agora envolviam seus braços. Ele ainda usava aquele kimono que representava a sua imponência e importância. Ninguém parecia reconhecê-lo. Por isso eu peguei o braço do Meelo, e me escondi atrás de algumas pessoas.
— O que foi? – Meelo disse antes de perceber.
Seu rosto empalideceu tão rápido como o meu.
— Como ele descobriu? – Ele disse preocupado.
Meus olhos o seguiam enquanto ele se aproximava do incêndio.
— Tem alguma coisa errada. Eu tenho o pressentimento, que Mira está lá! Foi ele? Ele que fez isso?
Eu tentei de alguma forma acalmá-lo.
— Eu não acho que ele tem haver com esse incêndio. Teria um rastro de destruição muito maior se ele tivesse culpa nisso. Porém eu não sei como ele nos encontrou.
— Agora eu percebo que o que meu pai me disse estava certo. Eles dois sempre se encontrarão. São partes da mesma alma. Tudo isso só vai terminar quando apenas existir um.
Mas, a Mira não está preparada. Do pouco que eu sei, ela ainda não consegue dobrar o fogo.
— Só que... – Meelo pareceu pensar.
— Existe alguma coisa diferente nele. Apesar de sentir medo, alguma coisa me atraiu. Um sentimento estranho. Quase que eu me levantei e fui até ele. É como se o sentimento que me rodeava a alguns dias havia perdido a força.
Eu não conseguia entender o que ele dizia.
— Isso não faz sentido para mim. – Eu disse sinceramente
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
AdventureO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...