5- Corações intactos.

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A mulher obviamente estava louca e procurando problema. Quem joga isso na cara de alguém? Claro que ele não sabia o que fazer com a língua! Ele tinha 12 anos! Qualquer cara teria ficado atrapalhado, ainda mais sendo Lili a parceira de beijo!

Eram as tranças dela. Meu Deus, ela tinha as tranças mais longas que as de qualquer


garota que ele já tinha visto. Naturalmente, ele as puxava sempre que tinha oportunidade e, depois, num surto de desespero, jogou pedras nela quando ela não o perseguia mais.


Obviamente em busca de atenção, ele tentou um beijo e ficou agradavelmente surpreso quando a boca de Lili se abriu em um grito para ele parar, e a língua dele entrou.

Ele gostava de pensar que tinha sido puramente instintivo, mas Lili estragou esse pensamento no instante em que começou a zombar dele.

{...}


Como se pudesse culpar alguém, a garota estava literalmente cortando toda a circulação do braço esquerdo dele.

- Lili, você acha que vai conseguir? - perguntou ele, tentando arrancar o aperto


mortal de seu braço.

Ele ainda segurava a outra mão dela e sabia que era idiotice soltá-la.


Principalmente porque segurar a mão dela era bom. E ele não estava mentindo sobre ela ter mãos bonitas.

Ele seria um tolo se a deixasse ir embora.

De novo.

Droga, ele precisava de sexo. No ritmo que estava indo, eles estariam casados quando o fim de semana terminasse. O Dylan sentimental e bobão precisava de um soco na cara.

- Quarenta e cinco minutos - cantarolou Lili. - Apenas 45 minutos! - Uma


risada maníaca saiu de seus lábios. - Quero dizer, posso fazer qualquer coisa durante 45 minutos, né? Né?

Aparentemente, não era uma pergunta retórica.

- Hum, é. Tenho certeza que você aguenta, Lil.

- Se ele pedir um drinque, eu me acalmo. - Ela fez que sim com a cabeça quando o


avião começou a decolar.

Dizendo adeus não só à sanidade, mas também a todo o sangue que Lili atualmente estava drenando de seu braço, Dylan estremeceu e tentou entender qual era a bobagem que ela estava tagarelando desta vez.

- Se quem pedir um drinque?

- O cara que está conversando com o casaco. Se ele pedir um drinque, não é um


terrorista, e se não pedir, você tem que salvar o avião se ele cair.

- Existem tantas coisas erradas nessa frase. Primeiro, como é que beber álcool prova alguma coisa? Segundo, por que eu teria que salvar o avião?

Lili revirou os olhos, finalmente diminuindo o aperto no braço dele. Graças a Deus.


- Pelo que eu sei, ele vai querer estar sóbrio se tiver que usar uma arma. - Ah, que ótimo, não apenas Lili disse a palavra terrorista num avião, mas a palavra arma.

Droga.
Se houvesse policiais no avião, ele ia entregá-la. Sem hesitar.

- E quanto a eu ter que salvar todo mundo? - Dylan rezou para a comissária de bordo acelerar o serviço de bebidas. No ritmo que ele estava indo, estaria totalmente bêbado quando o avião pousasse.

Lili lhe deu um olhar de pura estupidez.

- Você é homem. É isso que os homens fazem.

- Salvar estranhos? - Ele acenou para a comissária de bordo.

Sério, por que motivo ela estava demorando tanto?

- É, bem, não. Quero dizer... - Lili soltou completamente o braço dele. - ... é o


que você faz. Você conserta as coisas.

- Nem tudo. - A frase ficou solta no ar, fazendo Dylan se sentir ainda mais tenso, se é que isso era possível.


Depois de alguns minutos de silêncio, nos quais Dylan refletiu sobre a ideia de ele mesmo tomar o avião se isso fizesse Lili falar de novo, a comissária de bordo empurrou o carrinho pelo corredor.

- O que vocês dois desejam? - Ela deu guardanapos a Dylan e aos dois um pacote de biscoitos.

Lili abriu a boca para falar, mas Dylan colocou a mão sobre ela antes de ela poder


emitir uma palavra.

- Gostaríamos de duas garrafinhas de vodca. - Lili mordeu a mão dele. - Na


verdade, quatro. Obrigado.

Lili revirou os olhos depois que ele colocou o copo de gelo na frente dela e serviu duas


garrafas.


- Bebe isso.


- Não preciso de álcool. Estou ótima!


- Diz a menina que acabou de acusar um membro da igreja de ser terrorista. - Dylan apontou para o homem que ela estava acusando. Agora sem o casaco, um colarinho de clérigo muito visível aparecia, mostrando sua profissão.


Lili xingou.


- Então! - Dylan lhe deu um cutucão com o cotovelo. - Estamos na presença de Deus. Agora bebe.


- Você percebe que usou Deus e bebida na mesma frase, certo? - resmungou Lili,


engolindo o líquido transparente.
- Caramba! Isso tem gosto de me...


- Melado! - interrompeu Dylan com uma risada e uma tosse. O clérigo olhou para trás e lhes deu um olhar peculiar antes de voltar a olhar para sua revista.

- Acho que não acredito mais em você. - Dylan bebeu a vodka tão rápido quanto um ser humano poderia.

- O que quer dizer? - grasnou Lili.

- Você não pode fazer qualquer coisa por 45 minutos. Só se passaram dez e estou pronto para saltar dessa coisa de paraquedas.

- Agradeça por não ser meu noivo de verdade. - Lili piscou e recostou a cabeça na cadeira.

- Ah, pode acreditar que estou agradecendo. - O tom de Dylan era meio maldoso, mas era o único jeito de manter essas ideias longe da mente dela.

Ele precisava ficar o mais longe possível de Lili, e o único jeito de fazer isso era ser um babaca completo. Pelo menos assim


seu coração não estaria correndo o perigo de se perder pela segunda vez, e ele tinha esperanças de conseguir manter o dela intacto.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora